Mais uma vez Taehyung é jogado para fora de um lugar. Já deveria ter se acostumado, mas, ainda assim, toda a rejeição que recebe dói. É claro que, de certa forma, ele tem culpa. Foi avisado diversas vezes para não pisar mais no jardim do senhor Choi, só que o cheiro, as cores e a beleza das flores o atraem inconscientemente. Ele quer estar entre elas, banhar-se no sol e ser amado como elas são. Hoje, infelizmente, foi pego. Em situações anteriores, sempre escapava.
O que mais o entristece é o fato de ser um local público, onde todas as espécies podem visitar tranquilamente, exceto Taehyung, um "sabe-se lá o que é". Levanta-se, limpando a terra das roupas e caminha cabisbaixo. Está na hora de parar, pensa, é odiado o bastante para provocar mais sentimentos ruins sobre si.
– Por que você ainda faz isso? – indaga uma voz severa.
O menor encara a figura alta de pele cobre, cabelos arroxeados, rosto redondo, olhos muito castanhos e vestimentas azuis que lhe dão ar de superioridade.
– Desculpe, não pude evitar – sorri, fraco.
– Não quero mais ouvir reclamações do Choi quanto a sua presença lá – anda ao seu lado. – É chato ver como papai e mamãe ficam com isso.
– Não repetirei, Nam, de verdade – fala como uma criança arrependida.
– Ah, Tae – o mais alto afaga as madeixas rosas do rapaz que se encolhe em seu tronco. – Já falei que podemos fazer um jardim lá em casa com todas as flores que quiser.
– Não vai ficar tão bonito – Taehyung morde o polegar, temeroso.
– É claro que vai! – o outro exclama, segurando-o pelos ombros. – Ficará do seu jeito. E o seu jeito é o melhor.
– Não é nada – faz careta. – Mas deixa para lá. Será um incomodo para vocês.
Namjoon para de súbito, agarrando Taehyung e pondo-o a sua frente.
– Para agora com essa diminuição – o encara, firme. – Você é um ótimo filho e irmão. Independentemente se é de sangue ou não.
– Não faço nada direito, como sou "ótimo"? – seus olhos esverdeados aflitos fazem o outro respirar fundo.
– Isso é normal. Eu também não acerto as coisas.
– Mas você é fada, Namjoon. Tem poderes incríveis, enquanto eu... – sua voz vai sumindo.
– Sabe cantar muito bem – balança a cabeleira púrpura, o encorajando.
– E para que serve cantar? – o mais novo desvia o olhar, desistindo.
– Sua voz acalma os corações aflitos, as pessoas aceitando ou não – impõe. – E seu cheiro é magnífico, melhor que qualquer outro.
– Melhor que o das camélias do senhor Choi? – pergunta, contido.
– Com certeza, elas são nada perto de você – Namjoon afirma, afável.
– Está dizendo isso porque as estou carregando – ele puxa sob a camisa um cordão com trouxinha amarrada. – O cheiro vem delas.
– Não, Tae, vem de você.
– Crianças, venham comer logo – grita uma fada da janela.
Eles não haviam notado que já estão em frente à casa. Namjoon tinha se esquecido que foi buscar o rosado justamente para o jantar. Correm para dentro, como se ainda tivessem dez anos de idade.
A família Kim é a melhor coisa que Taehyung poderia ter em toda a sua miserável existência. Eles não têm vergonha de o chamar de filho e, Namjoon, de irmão; de defendê-lo das ofensas dos demais, de cuidar e amar sem se importar com o que vem a ser o caçula. E ele é grato por tudo, porém não quer atrapalhá-los sendo a aberração que vive no povoado fada, os limitando e arranjando confusões das quais eles têm que resolver pelo menor ser um curioso e atrevido.
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Pure Flower • Taekook (em revisão)
FanfictionTaehyung é diferente, as pessoas do povoado o odeiam. Embora uma carinhosa família o tenha acolhido quando bebê, ainda questiona suas origens. Um dia, o feiticeiro mercador Jungkook surge com sua carroça cheia de prendas e oferecendo seus serviços e...