Pure Flower • Taekook (em revisão)

6. O pântano de enxofre

Jungkook não achou que os alcançariam tão rápido. Já está em uma situação complicada o bastante para os feiticeiros darem as caras. Se não tivesse sentido a tempo, ele e Taehyung teriam se ferido – ou até o rosado morrido – no primeiro ataque. Não sabe o que fazer, não havia se preparado e ainda ousou se distrair conversando com o mais novo. Ele tem de pensar em algo, mas deixa o outro aflito com sua dúvida.

Uma rajada atinge uma árvore a frente, cegando-os momentaneamente. Um galho em chamas quase cai em cima deles, mas o mais velho o bloqueia. Malditas marionetes. Respira fundo ao tomar uma decisão. Ele joga as rédeas para o rapaz ao lado e sobe no compartimento, ficando totalmente exposto, contudo, motivado a lutar.

A fumaça da explosão ofusca sua visão. Ativa a clarividência novamente e consegue notar o porquê de tanta eficiência dos perseguidores. os lidera mais atrás, em sua biga arrastada por lobos gigantes, é um Senhor habilidoso e manipulador. Seu poder ascendente sempre foi irritante e ele dizia que o de Jungkook que é.

Os fantoches aproveitam para aproximar-se pelas laterais. O mago cria um campo de proteção, enquanto pensa em algo. Estão em campo aberto, precisam de um lugar fechado para que possa criar distrações melhores e despistá-los. Um vento forte limpa o local, Jungkook tem que se manter firme quando mais feitiços e maldições são proferidos contra os viajantes. Luzes, pedras, rachaduras no chão – tudo ao mesmo tempo – desestabilizam-no, será difícil para Taehyung manter a direção. Visualiza mais à frente um caminho mais vantajoso. Uma área obscura à esquerda chama sua atenção: um pântano.

Santos Guardiões dos Deuses, obrigado. De novo. Lembrar da primeira vez que foi ajudado fez seu estômago doer. Uma turmalina negra surge em suas mãos, a marca e finca na carroça. O escudo invisível se manterá enquanto fala com Taehyung.

– Vá para o pântano – aponta, outra parte da terra estoura.

– A-ah, pântano? – ele pergunta, receoso.

– Sim, pântano – reafirma.

Jungkook sabe que é um lugar perigoso, que pode matar tanto eles quanto os outros, mas é uma chance em nada. O outro obedece-o, seguindo para lá. O mago, então, volta para cima e a pensa no que fazer. Antes de chegarem lá, precisa atrasá-los e, então, se livrar deles quando estiverem dentro. Seu báculo aparece diante de si, terá de atacar já que o escudo não é o bastante. Puxa as próprias mangas, os símbolos marcados outrora não estão mais lá. Pragueja, vai ter de fazer tudo manualmente.

Respirando fundo, o feiticeiro projeta no chão símbolos que deixam o solo gosmento. Três dos perseguidores ficam presos, os outros quatro se safam usando suas vestes para planar. Eles lançam mais encantos poderosos que desfazem a barreira protetora. O avermelhado tem de improvisar. Conjura raios, chamas, água; pega plantas venenosas na carroça e as pulveriza no vento que direciona aos fantoches. Apenas um é atingido. Os que ficaram agarrados na terra, agora avançam furiosos.

Estamos só brincando. Em algum momento não surtirá efeito e eu perderei a luta. Tenho que pensar em algo grande.

Um raio quase o acerta, mas sua luz permanece no cérebro do mago. Tem uma ideia. É claro que é arriscada – não ficou tempo o bastante no território adversário para aperfeiçoar a técnica do Mentalismo, algo do qual tem grande aptidão, e muito menos tem tempo agora para a aplicar, porém é o melhor que pode fazer. Portanto, ele puxa todas as pedras que lembra para ajudá-lo a fortalecer o bloqueio mágico. Começa a tracejar no ar o selo ambíguo de encanto mental e, dentro dele, um levemente mais simples de construção. Só usou esse tipo de magia uma vez e deu certo, agora torce para que desta vez também dê.

Seus olhos se fecham ao concentrar-se ao máximo, enquanto o compartimento abaixo chacoalha. Respira controlado até estar na escuridão. Imagina o que deve criar, logo, formas surgem como rascunho. Jungkook estreita e alarga algumas partes, fecha e abre buracos em outras. Tenta fazer o mais rápido possível, mas é um trabalho complexo, cheio de idas e vindas. É preciso dedicação total.