Pure Flower • Taekook (em revisão)

7. A casa no campo

Taehyung nunca sentiu tanto medo quanto ao acordar do sonho em que havia sido atacado por Jungkook e se deparar com o próprio quase irreconhecível. A pele preta como trevas e os cabelos e olhos inteiramente vermelhos como sangue, avançando contra si e empurrando-o para um lugar vertiginoso. Ele cai tonto em um campo ensolarado. O ar é leve e fácil de absorver. Teve dificuldade para respirar corretamente e não se engasgar com o excesso de pureza. Observa em volta com o coração acelerado e os membros tremulantes. Onde está?

O que o feiticeiro fez desta vez?

Tudo que aconteceu no pântano se repete em sua mente agitada. Jungkook ficou estranho por causa de algo que o Senhorio loiro fez, mas e o Jungkook que o empurrou? Ele era assustador. Não era o seu Jungkook. Pareceu possuído, feroz como um animal enlouquecido. Pareceu maligno. Se arrepia ao pensar no que pode ter acontecido com o outro, se aquilo foi algo que fizeram a ele. Confuso, gira o corpo e sobressalta-se com uma coisa ainda mais nojenta que os vermes do palude. Um monte de carne vermelha coberta de gosma preta. Esta começa a se mexer minimamente, formando um... ombro?

Divindades Elementais, o que é isso? O rapaz recua temendo o que se tornará. Uma pedra surge no meio da massa molenga: uma ágata de fogo.

– Jung... Kook... – gagueja.

Aquilo é o mago mercador? Como pode ser? Lágrimas despontam de seus olhos. Ele não pode estar à beira da morte. Não pode! Será que ainda tem salvação? Taehyung tem de fazer alguma coisa, precisa salvá-lo. Aproxima-se, analisando seu estado. Impossivelmente contém a sensação de asco. Quer olhá-lo sem ter vontade de vomitar. Eu sou horrível, pensa, arrependido.

Continua chorando, impotente. Não pode restaurar criaturas, não tem magia para curar ou qualquer coisa que imagine no momento. Porém, o movimentar lento parece ser um bom sinal. Jungkook talvez fique bem. Rodeia as irises pela vastidão do local, tentando bolar um plano de tirá-lo do vento frio.

Espere. É final de inverno. As temperaturas aumentam, mas o clima está lembrando mais a chegada do outono.

Outono. Estamos no Mundo Humano?

Taehyung nunca estive fora do ambiente mágico. Somente sabe que as estações do ano são opostas e que não há uma magia sequer na atmosfera, esta sempre se dispersa. Os humanos que vão ao Mundo Mágico, preparam seus corpos para o denso clima mágico.

Ele olha novamente ao redor na esperança de que alguma boa alma apareça e o ajude. Ao longe, no limite do campo, duas figuras andam animadas, segurando cestas e varas de pescar. Conversam, mas Taehyung está tão nervoso que nem ouve direito e pouco se importa, apenas grita.

– AQUI! POR FAVOR! ME AJUDEM! – sua voz quase falha no desespero.

Elas param, discutem rapidamente e uma vem correndo. É um homem de cabelos castanhos e olhos grandes redondos. Seu cenho está franzido de preocupação.

– O que foi? Aconteceu algo... AAAAAAAAAAAAAAHHHH!!! – grita em pavor, tropeçando. – O que é isso?! – o nojo estampa seu rosto.

Jamais o culparia por isso. O rosado também está enjoado.

– Eu só preciso de algo para tirá-lo daqui – explica, constrangido.

– Isso é uma criatura? – olha um pouco mais. – Aquilo é um pescoço?

Seu acompanhante finalmente chega, com suas madeixas também castanhas e os olhos pequenos semicerrados.

– O que 'tá acontecendo aqui? Argh! Mas o que é isso? – coloca a mão na boca.

– É alguém – o outro responde e ele faz uma careta, desacreditado.

– Como ficou assim? – evita encarar novamente.