Parte 7/10 - A Mão do Assassino

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Nota autoral:
Olá, pessoa que estará lendo isso em um futuro próximo. Criei esta nota porque este foi o capítulo que mais gostei de escrever e achei justo dedicá-lo a todos que já leram até aqui. Mas quero deixar um agradecimento especial às leitoras
EspiralTemper e DonnaBranca, que estão acompanhando essa história desde o primeiríssimo capítulo e são sempre as primeiras a ler e votar quando um novo é publicado. Obrigado pelo incentivo!

Espero que gostem desse capítulo tanto quanto eu. =)

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Eu estava sentada em um banco acolchoado, à minha frente havia uma mesa quadrada com um copo de refrigerante em cima. Estava escuro, mas havia luzes coloridas em toda parte, pessoas dançavam e curtiam a festa num ritmo animado. A maioria segurava um copo de bebida na mão.

E havia música, muita música.

Era uma boate muito parecida com a de Satayash.

Eu estava sozinha ali no banco enorme e confortável. De alguma forma, o banco era tão grande que fazia com que eu me sentisse pequena e solitária diante de um mundo tão gigantesco que até perdia o sentido.

A amiga que tinha vindo comigo para a balada provavelmente estava com algum cara no meio daquela multidão. Ou talvez já tivesse ido embora com ele. Tudo bem, eu não me importava, esse fora o combinado. Meu apartamento não era muito longe dali e voltar sozinha não seria problema.

O gás no meu refrigerante borbulhava convidativo. Mas eu não sentia vontade de beber, nem o refrigerante e muito menos qualquer bebida alcoólica. Principalmente naquela noite. Beber só pioraria aquela sensação dentro de mim. A sensação de não pertencer a lugar nenhum estava mais forte do que nunca.

Era desconcertante. Mesmo ali, com todas aquelas pessoas, eu me sentia sozinha e um pouco infeliz. Não acontecia sempre, mas quando acontecia era algo forte e insolúvel em meu interior. Fazendo com que eu quisesse me sentir alheia e a despeito de tudo.

Foi nesse momento que percebi que não se tratava de um sonho, mas de uma lembrança.

Como eles reagiriam se soubessem que uma criminosa estava observando?

Era demais para mim. Eu definitivamente não estava com ânimo para balada naquele fim de semana. Peguei minha bolsa e olhei no relógio do celular lá dentro, já estava tarde. Hora de ir para casa. Pelo menos eu não teria ressaca no dia seguinte.

Com o canto do olho notei alguém sentando ao meu lado no banco. No que virei o rosto vi olhos verdes me encarando com intensidade. O rapaz louro deu um gole na bebida que segurava, como se estivesse tentando tomar coragem, e sorriu.

Eu queria olhar para o outro lado, queria não demonstrar tanto interesse quanto ele. Não era esse o jogo que todos jogavam? Mas por algum motivo não consegui desviar o olhar. Porque algo nele parecia tão... familiar.

"É claro, sua sonsa. Nesse exato momento você está deitada ao lado dele."

— Oi – ele disse alto o bastante para ser ouvido acima da música.

— Oi.

Ele estava usando a mesma roupa de quando havia chegado na boate de Satayash. Isso significava... seria uma coincidência ou aquela seria... bobagem, talvez ele não tivesse tantas roupas para sair. Senti a realidade delicada do sonho se agitar, impedindo que meu pensamento prosseguisse.

A Cidade do SilêncioWhere stories live. Discover now