kibum ama o mar • ☁️

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seis e meia da tarde. sentado na cama. olhando a chuva e as nuvens meio escuras ainda pela janela ao seu lado. tentando se fazer acreditar que tudo aquilo não passava de um pesadelo. receber a noticia de que seu irmão iria para o exercito na próxima semana e seu melhor amigo iria para a europa pra uma competição de dança não eram as melhores notícias do mundo, mas, esse era kibum naquele momento, cheio de medo, tristeza e tudo que poderia haver de ruim para sentir.

kibum morava sozinho, num apartamento bonito no centro de busan, mais perto da praia de seogwipo mas nem isso tudo poderia tirar do mesmo um sorriso. ele havia terminado o namoro a pouco tempo e a sensação de estar sozinho aumentou com as notícias de que as duas pessoas mais importantes de sua vida iriam embora, mesmo que por somente um tempo. ele sentia suas lágrimas escorrerem por seu rosto e esperava ansiosamente assistindo a praia se esvaziar, pouco a pouco, para que pudesse sair de casa. pode parecer meio peculiar mas kibum amava se molhar na chuva enquanto ia a praia, era seu passa tempo favorito e o que mais o relaxava.

quando viu que a praia já tinha uma quantidade menor de pessoas que fugiam da chuva, sorriu fraco pegando seu casaco e descendo as escadas. correu na faixa de pedestre já que não havia ninguém na rua, nem mesmo carros e motocicletas. quando chegou a praia tirou seus sapatos bem no começo da areia e correu para o mar, se sentando bem na frente dele, a chuva escorria por seus cabelos e pingava levemente em seu rosto, já estava praticamente encharcado.

quando pode perceber, kibum já não sabia mais diferenciar suas lágrimas das gotas de chuva, seu rosto havia se avermelhado e seu corpo estava cheio de areia grudada devido à água, ele chorava e chorava mais ainda, analisava o quanto o mar era belo e como toda a vista era bonita, foi assim que passou a hora seguinte naquele dia.

a chuva parou. kibum agora sabia quais e quantas eram suas lágrimas e se abismou com o fato de ter chorado tanto daquele jeito, mas não foi isso que o fez parar. foi outra coisa.

"ei!" - uma voz gritou de longe, quando kibum se virou, viu um vulto pois seus olhos estavam cobertos de água - "sou eu! taemin! kibum você não pode fazer isso vai se resfriar por favor vem pra casa."

"por favor não vai embora" - kibum praticamente implorava enquanto taemin o levantava do chão, dando ao mais velho suporte para andar - "não quero ficar sozinho eu preciso de você!"

taemin só sorriu, tirando seu casaco e agasalhando um pouco mais o amigo. o ajudou a andar até em casa já que não era tão longe. no caminho, ouviu alguns gritos de alguém o chamando, mas não deu ideia, estava muito ocupado pra pensar em olhar pra trás .

taemin naquela noite teve de agir como o mais velho, tirou as roupas molhadas do amigo e o pediu para ir tomar banho enquanto preparava um jantar para os dois. taemin se lembrou das várias vezes em que o mais velho cuidava dele, sorrindo enquanto cozinhava.

"você não precisava" - kibum resmungou baixo enquanto chegava a cozinha, secando seus cabelos com a toalha.

"não mesmo, mas eu queria cuidar do meu bebezão" - ambos sorriram fraco - "mas afinal, o que você fazia lá?"

kibum se sentou, como se estivesse preparando para discursar - "aquele lugar é meu refúgio, taemin. preciso descansar lá"

"precisa?" - o mais novo perguntou confuso, colocando comida nos pequenos potes.

"é o único lugar no qual eu consigo me sentir em paz" - ele disse colocando em seu rosto um sorriso ladino sem graça.

"kibum você devia ter me ligado, eu poderia ter vindo aqui ficar com você e te faz-"

"você não respondeu..." - kibum interrompeu.

"o quê?"

"por favor, fica aqui comigo taemin eu não tenho mais ninguém" - pedia enquanto assistia o outro se sentar ao seu lado.

"kibum eu não tenho estabilidade financeira como você, preciso aceitar as ofertas de qualquer coisa que me oferecem" - ele disse, suspirado - "é complicado, eu sei. mas eu vou voltar eu te prometo"

kibum não respondeu, só comeu. naquela noite taemin dormiu com kibum, os dois se deitaram e o mais novo ninou o mais velho como uma criança até dormir. o mesmo chorou repetidamente tentando explicar ao amigo que o irmão iria embora também, até que sua cabeça já não podia doer mais, caindo no sono.

no dia vinte e seis de janeiro de dois mil e quinze, o céu estava azul escuro.

sky ─ jongkey.Where stories live. Discover now