céus, mares e bochechas rosadas • ☁️

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uma semana havia se passado, minho passava cada minuto do seu dia sorrindo mas jonghyun não tinha a mesma expressão. o pequeno deus procurava algo mais do que somente o que tinha. dias depois do primeiro ele descobriu que na terra ele também tinha algumas obrigações, os humanos chamavam de trabalho e os dois entenderam o que deviam fazer com facilidade, surpreendendo até mesmo os dois com o fato.

na maior parte do tempo, jonghyun admirava o céu. sua única e mais bela criação e acabava se admirando mais ainda por ele mesmo, provavelmente era a obra de arte mais linda que já havia feito. as estrelas vistas da terra eram menores do que no céu, tudo parecia tão distante do deus mas ele gostava daquilo, gostava da sensação de algo novo. jonghyun se lembrou de que no primeiro dia havia visto também o garoto que via dos céus, aquele que chorava. ele estava acompanhado e o deus tentou o chamar mas não foi atendido, despertando ainda mais sua curiosidade. ele avisou a minho que também já estava acostumado com a terra (até mesmo já sabia usar as pequenas coisas com telas brilhantes) e decidiu ir à praia.

jonghyun adorava olhar delicadamente a cada humano ali presente, mesmo sabendo que os assustava por ter tentado isso vezes demais. era interessante ver como cada um era tão diferente mas não deixava de pensar que eram tolos. tão bobos concentrados em suas próprias vidas e não deixavam de olhar apenas para o chão, o deus até mesmo arriscou tentar andar olhando para baixo mas achava a vida acima de si tão mais interessante que aquela experiência não passou de besteira.

ele passava por lojas, restaurantes e bares sem ao menos entender o que se passava naqueles lugares, ele nunca esteve em nenhum até porquê nunca precisou. o deus não sentia fome nem sono, nada dessas coisas "humanas demais" como ele mesmo descrevia ao minho.

ele chegou à praia, o clima não parecia adequado aquele lugar, o céu estava escuro e chuviscava fraco, ele olhou aos lados antes de atravessar e avistou um pequeno banco onde se sentou, observando sua criação que refletia aos mares. tão lindo. tão natural.

enquanto isso kibum o avistava por sua janela, ele não entendia como um pleno visitante poderia roubar tão facilmente seu lugar de repouso mas resolveu descer do mesmo jeito, pegando o casaco e descendo as escadas, olhando aos lados antes de atravessar vendo o garoto que ainda não havia saído dali, o deixando assustado.

"ei?" - chamou confuso e o desconhecido se assustou.

"o-olá... eu sinto muito é seu lugar?" - ele respondeu depois de alguns segundos silenciosos se levantando ainda mais assustado, kibum não entendia a surpresa do garoto.

"não, tudo bem eu moro aqui perto. é que você estava sozinho, tá tudo bem?" - perguntou em simpatia.

"oh, sim... eu acho que está tudo bem sim, quer se sentar?" - devolveu a interrogação se sentando mas deixando um espaço pra que o outro se assentasse.

kibum acenou e se sentou, bem perto do outro se envergonhando pela beleza do rapaz - "eu... nunca te vi por aqui, é novo na cidade?"

"bem... sou sim, moro mais pra lá" - apontou pro lado contrário de onde estavam fazendo kibum rir.

"pra lá? quer dizer pra direção do centro?" - aquelas palavras não eram estranhas a jonghyun então ele concordou com a cabeça - "ah entendo, eu quase nunca visito aquele lugar"

"você devia! é muito bonito e tem muitas casas grandes e altas"

"você quer dizer prédios? não sou muito fã deles, altura me assusta."

"quer dizer que você não gosta do céu?" - jonghyun perguntou assustado, com medo de que o humano tão instigante não gostasse da sua criação.

"não não, não me entenda errado. eu acho o céu uma das mais belas criações mas, eu não sei se conseguiria visitar, me entende?" - kibum explicava com o tom de voz calmo e doce.

"entendo..." - jonghyun respondeu olhando pro alto, sorrindo fraco - "estranho... eu achei que o céu combinasse contigo"

"porque pensou isso?" - indagou confuso.

"seus olhos, refletem cada pequena estrela que existe lá em cima"

depois que jonghyun disse aquilo, kibum sorriu. ele não havia sorrido daquele jeito a muito tempo e eu posso tentar te convencer de que era só o começo da felicidade que ele sentiria por mais tanto tempo.

os dois conversaram por muito tempo, risadas e conversas sem sentido foram trocadas naquele fim de tarde até que jonghyun teve de ir embora. estranhamente kibum pediu o número que havia naquela sua pequena tela que carregava consigo. kibum o ensinou a como usar aquilo e na verdade era mais fácil do que ele pensava.

naquela tarde, o céu estava laranja.

sky ─ jongkey.Where stories live. Discover now