[6] Risuto

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🐰🐥

#CoisaDeSelvagem

"Pare de se preocupar com isso", é o que meu cérebro fica repetindo, mas, ao mesmo tempo, é o que ele mesmo se recusa a fazer.

Depois da minha explosão no dia anterior, que sequer serviu pra que eu pare de pensar em Taehyung e em tudo o que tem acontecido, eu resolvi tomar medidas drásticas. E é por isso que eu estou deitado na cama fazendo listas mentais (Listas me acalmam), assistindo a vídeos de ASMR, exercícios pra se acalmar e tutoriais de como fazer gelatina. Sinceramente, eu acho que o Youtube deve me amar, porque eu assisto tudo o que ele me sugere, desde clipes de músicas de artistas que eu nunca vi, e que às vezes são até de outros continentes, à vídeos de caras limpando peixes.

Quando me canso disso, eu procuro me distrair com fanfics de One Direction ou o volume dois de Count Love; às vezes saindo da leitura apenas pra rolar um pouco o feed do Twitter e voltar logo depois.

Tento me distrair do tédio desta maldita quarta-feira, ao mesmo que impedir que as preocupações me atinjam em cheio de novo. Mas eu me conheço e eu só vou sossegar se conseguir encontrar uma solução pra essa merda.

— Porra... — resmungo ao me sentar na cama. — Bóris, o que eu faço? — pergunto ao furão em meus pés, enfiado dentro da coberta como se fosse sua toca. — Seu pai vai ficar doidão, escreve o que ele 'tá dizendo... Ah, você não escreve... Enfim, memoriza isso.

Bóris me olhou com sua típica cara de tédio, analisando e julgando (Acredito eu), pronto pra me dar uma solução... Ou ir até a gaiola pedir por comida, como ele fez.

— Ajudou pra caralho, hein!

Me levanto a contragosto, indo em direção a cozinha e sendo seguido por Bóris. Pego um pedaço de melancia que meu pai cortou de manhã e pico na mão mesmo alguns pedacinhos.

— Como ainda não 'tá na hora do seu papá, eu vou dar só uma frutinha, ok? — digo ao me abaixar pra pegá-lo no colo e lhe dar o pedaço da fruta na boca, que o danado come feito um desesperado. — Mais tarde o papai te dá sua carninha, então fica de boa.

Enquanto observo Bóris comer, quase morrendo de amores, porque o desgraçado é fofo que só o diabo, fico pensando na minha conversa com o pai de Hoseok. Se eu ainda sei interpretar texto, posso concluir facilmente que ele não crucificaria o filho como o pai de Taehyung faria caso descobrisse sobre o lance de beijar homens e tals. Talvez Hoseok possa ajudar, certo? Se eu disser a ele que o Tae tinha se enganado, sei lá, qualquer coisa, ele mesmo pode ir atrás do Tae e resolver as coisas, certo? Ou pelo menos me ajudar a fazer o Tae se livrar dessa alienação que o pai dele o impõe.

— E se eu for falar com ele? — perguntei alto, olhando o bichinho só que falta comer meus dedos. Os dentinhos dele são bem afiados, puta que pariu.

Olho o relógio analógico, com certa dificuldade, porque eu sempre tenho que ficar multiplicando por cinco por não conseguir pensar rápido no horário apenas por bater o olho, como muita gente faz (Isso que dá depender tanto do horário digital do celular); e noto que faz meia hora que todos já devem ter sido liberados do treino. Ou seja, Hoseok deve estar em casa.

E bem, eu sei onde é, já que costumávamos passar alguns almoços por lá quando minha mãe ainda era viva. Mas eu e Hoseok nunca fomos de nos falar muito, nem naquela época, nem hoje em dia. O que me faz chegar a conclusão de que vai ser estranho pra porra se eu aparecer na porta dele do nada.

Mas o que eu não faço por Kim Taehyung, não é mesmo?

— Filho, papai vai sair, mas, dessa vez, não vai rolar de te levar — digo, o soltando no chão.

Operação: ConquisTae • JJK • PJMOnde as histórias ganham vida. Descobre agora