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[1k] Kodokuna Sutābōi - Part 1

🐰🌟

#CoisaDeSelvagem

Segundo o dicionário, introspectivo diz respeito ao "que examina o próprio íntimo, os sentimentos, as reações etc.". Efetivamente, são pessoas que detém de uma personalidade comunicativa retraída, com pouquíssima interação e baixa intimidade com o mundo exterior.

Além dessas características, os introspectivos também sentem prazer com o silêncio, não curtem conversas rasas, são observadores e detalhistas. Vocês sabiam que uma pessoa introspectiva se distrai facilmente? Para eles, o mundo é extremamente entediante e facilmente se distraem com os próprios pensamentos.

E por quê eu estou dizendo todas essas coisas? Bem, porque esse sou eu.

Eu não me declararia como um pessoa tímida em sua plenitude, até porque, eu de fato não me considero tímido. Eu tenho dificuldade em me entrosar, o que em prática, é sim, bem diferente.

Enquanto anoto em meu caderno as exigências para o trabalho semestral de biologia, me pego divagando em minha própria mente, em minhas histórias. Escrever é o meu refúgio. É nas minhas histórias que eu encontro minha voz.

"Em um reino misterioso e, por vezes, cruel, onde um nobre guerreiro conhece o mundo da escravidão..."

É, eu não possuía muitos desenrolares para essa história. Ainda. Eu tinha um nobre que se tornou escravo e que, apesar de toda dor que passou, ainda desejava ser livre. Obviamente ele não conseguiria sua liberdade por suas próprias mãos, ele precisava de um herói...

— Park Jimin! — Salto sobre a cadeira ao despertar de meus devaneios com o grito nada contido da professora.

Todos olhavam o mesmo ponto e eu, claro, não fui diferente. O garoto de cabelos alaranjados e bochechas amassadas era encarado pela mulher de meia idade, não me parecendo lá muito abalado por ter sido pego cochilando em aula.

Park Jimin, goleiro principal do time. Existiam muitas histórias a seu respeito, algumas assustadoras, outras meio... Nojentas. Às vezes parecia que ele sequer tinha consciência da própria fama, ou mesmo não ligasse para ela. A minha concepção a seu respeito era bem escassa, considerando que nós nunca nos falamos. Não em uma conversa usual, a não ser que você considere um "Tem alguém nesse banheiro?" um tipo ideal de diálogo.

— Não 'fessora.

Mais uma peculiaridade do garoto. O rosto era de anjo, com certeza, mas a boca só abria espaço para as mais diversas barbaridades. Eu não costumo julgar pessoas, não o tempo todo, mas sempre o fazia quando o assunto era o ruivo. Inevitavelmente, eu criei meu próprio conceito sobre quem Park Jimin era.

— Muito bem! Esse são os temas do trabalho semestral, que será em dupla. — Suspiro. Duplas eram complicadas... — Duplas que eu irei formar. — Definitivamente complicadas. — Park Jimin?

— Sim? — Pude sentir o vacilo em sua voz.

— Você irá fazer com Jeon Jungkook. — Eu? — E o tema de vocês é " A determinação do genótipo".

Olho em direção a Park, sendo pego no ato no mesmo segundo. Não tive outra opção senão desviar o olhar, até porque, o que mais eu faria? Trocaria olhar com ele? Gritaríamos algum tipo de saudação? Por favor, não.

Um pouco mais cauteloso, enquanto a professora segue anunciando as duplas e seus respectivos temas, percebo Jimin com a cara de poucos amigos, frustrado e emburrado; azedo que só. Eu já tinha em mente que ele era o típico garoto popular, esnobe e birrento, mas não vou negar que me incomodei com aquilo. Não acho que exista uma pessoa que goste de se sentir inconveniente, porque inconveniência gera rejeição e ser rejeitado não está no topo da minha lista de coisas favoritas no mundo.