(33) Christmas with doubts

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- Esta é para ti, Faith. – O meu pai dá-me uma caixa enorme, embrulhada num papel vermelho, com um laço dourado. – É minha e da tua mãe. – Tiro o laço e abro o papel com cuidado para não rasgar. Uma caixa preta, com letras garrafais a dizer DG é revelada, tiro a tampa da caixa e é revelado um vestido vermelho, brilhante e comprido.

- Oh meu Deus… - Folgo. Olho para os meus pais de olhos abertos. – Isto deve ter sido uma fortuna! – Digo.

- Foi com amor, querida. – A minha mãe diz-me. Ponho o vestido novamente na caixa e abraço os meus pais.

- Obrigado, obrigado! – Agradeço.

- De nada. – Eles dizem ao mesmo tempo. Os únicos que faltavam eram o meu irmão e o Harry. O meu irmão levanta-se e dá-me uma pequena caixa. Nem está embrulhada. Revirar de olhos mentalmente. Abro a caixa e lá dentro vêm as chaves do carro do meu irmão. Olho para ele espantada.

- O que é isto? – Pergunto olhando para ele com olhos arregalados.

- As chaves do teu carro. – Matthew explica.

- Mas porquê?

- Já és crescida o suficiente para teres um carro. Agora tens o que era meu, porque os pais deram-me um novo agora pelo Natal.

- AH! – Gritei. – Obrigado, obrigado, obrigado! – Saltei para cima dele e abracei-o.

Depois deste momento irmão-irmã, sem envolver chapadas, ele pousou-me no chão. Voltei-me para Harry, que me deu uma caixa pequena. Abri a prenda e assustei-me quando olhei para uma caixa, que continha um hotel de luxo na imagem. Abri a caixa e comecei a ler o papel que lá vinha dentro. Resultado: a noite de passagem de ano era feita no hotel de luxo de NY, com tudo incluído. Olhei para Harry. Borboletas a voarem só de pensar no que poderá acontecer.

- Eu quero ter uma despedida como deve de ser. – Harry disse e segurou-me nos cotovelos, puxando-me para ele, beijando-me.

Poderia imaginar as caras de todos a olharem-nos agora. O meu pai estaria capaz de pegar numa arma e rebentar os miolos ao Harry, a minha mãe estava a imaginar-me no lugar da Cinderela e o Harry no lugar do Príncipe e o meu irmão… bem, o meu irmão estava a mandar mensagens e a lixar-se para o que se estava a aqui a passar.

Ainda estou um bocado tensa por causa da partida de Harry e não ajudou nada quando hoje fomos almoçar com Eleanor e Louis. A Eleanor sempre a falar de bebés, o Louis não se cansava de dizer o quão orgulhoso estava de ser pai e Harry apenas acenava positivamente.

Não estou nada conformada com a partida do Harry. Vamos ficar longe um do outro. Sei que vou continuar a amá-lo e isso magoa-me, porque sei que isso não vai passar e que vou ficar deitada na minha cama, a chorar contra a minha almofada durante dias, semanas e, se calhar, até meses.

A minha prenda para o Harry foi um anel com as minhas iniciais. Assim sei que ele nunca se vai esquecer, a não ser que:

a)    Ele vai para Portugal, arranja uma portuguesa e deite o anel fora;

b)   Ele vai para Nova Iorque, arranja uma nova-iorquina e deite o anel fora.

Talvez se eu não lhe tivesse dado o anel, não iria pensar desta maneira. Mais uma vez, a culpa desta situação é minha. Ele já foi para a cama com tantas que se calhar, ele quer esquecer-se de mim logo na primeira oportunidade que tiver. Talvez se eu fizer isso também me vai doer menos, mas… eu irei continuar a amá-lo com tudo o que tenho, ele continuará a ser o grande amor da minha vida e eu vou enganar outra pessoa…

Truth // h.s.Where stories live. Discover now