Capítulo 8

51 2 0
                                    


CAPÍTULO 8


CAPÍTULO 8

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Gustavo

Amigo.

Claro.

Tô com uma fodida vontade de beijá-la desde o dia em que pus meus olhos nela, mas ela me quer como um amigo. Eu nem sei porque tô puto com isso, sendo que somos primos e de qualquer forma não teríamos nada.

Fico quieto o resto do passeio de carro dando algumas olhadas nela, distraída olhando para a janela, pensando, provavelmente, no namorado que morreu. Eu tento manter meus olhos na estrada, mas é difícil, e isso me fez lembrar do trecho de Tolstoi, um dos meus escritores favoritos, que dizia: "Desceu até a pista, evitando olha-la de frente, como se ela fosse o sol, mas, sol que era, também não precisava a olhar para vê-la".

Eu estava consciente de cada movimento que ela fazia, cada mexida nos cabelos, cada suspiro, e conforme ela se mexia eu senti o cheiro de flores tão forte lá em casa ultimamente, que achei que minha mãe tivesse mudado de produto de limpeza, mas não, é o cheiro dela, que inundou a casa.

Ela quer ser minha amiga, pode ser bom. Eu nunca tive uma amiga. Mas será que amigos podem se sentir dessa maneira nada apostólica sobre suas amigas? Porque tenho vontade de beijar e transar com ela a cada vez que a vejo, e penso que minha amizade com o Pedro não seria muito fácil se essa fosse a minha vontade, acrescento mentalmente, irônico.

Estaciono na rua do bar, já está anoitecendo. Ela deveria ter trazido um casaco, vai sentir frio agora.

Foda-se.

Não é problema meu.

"Vamos", eu digo, saindo do carro.

"Gustavo" ela me chama, com um tom sério que estranho, e quando me viro, ela está com uma cara estranha pra mim.

"Que foi?"

"Você devia ter me falado que não queria que eu viesse, eu poderia ter pedido um Táxi lá da papelaria e voltado pra casa. Agora, não sou obrigada aturar seu mau humor sendo que foi VOCÊ quem me convidou"

"Você tá doida? Porra, de onde tirou que tô de mau humor?"

"Olha a maneira como você fala comigo! Não falou mais nada o resto do percurso, ficou mudo e sério do nada, você é bipolar, por acaso?"

"Quê? Não sou a porra de um bipolar, de onde tirou isso?"

"Você mudou do nada", ela me acusa, cruzando os braços e fazendo um biquinho lindo que me dá mais vontade de beijá-la.

"Cecília, aprende, eu não sou o cara mais bem humorado do mundo. Na verdade, sou quieto e na minha a maior parte do tempo, isso não é por sua causa, sou eu" e a minha vida de merda, acrescento mentalmente.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: May 17, 2019 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Amor,Where stories live. Discover now