Hiatus - You're my magic shop {Jikook}

A small gesture

Olá!

*Tradução do título: Um pequeno gesto.

*Narração: Jimin.

***

O sol se destaca no céu azul de Seul, mas seus raios não são suficientes para dissipar a temperatura baixa que domina o começo da manhã. Tento não me estressar com o trânsito implacável e ao ser obrigado a parar em um congestionamento, envio uma mensagem para Yoongi avisando-o que chegarei atrasado.

Os acontecimentos da noite passada insistem em invadir meus pensamentos, ainda que eu tente mantê-los afastados.

Jeon me empurrou de repente, então seu rosto se empalideceu e seu olhar se perdeu. Achei que ele não estivesse se sentindo bem, mas parecia estar concentrado na conversa que ocorria na sala de jantar. Não consegui prestar muita atenção no que nossos pais diziam pois a reação dele me desconsertou e quando o toquei, sua pele estava gelada.

Com o silêncio durante o caminho até o apartamento dele, a única forma que encontrei de dizer que ele podia conversar comigo foi tocando-o e, embora ele tenha fechado os olhos e permanecido calado, senti um pouco da tensão em seu corpo se dissipar.

Em seu apartamento, já mais calmo, a confusão em sua expressão foi substituída pela dor e naquele momento eu quiz abraçá-lo e pedir a ele para confiar em mim ao mesmo tempo em que não tinha certeza se ele deveria. Neste curto período em que nos conhecemos, consegui ver além da sua expressão impassível e séria e de seu comportamento controlado e racional o quanto ele sente, principalmente, dor.

Desde adolescente, eu tenho sonhado com um amor verdadeiro e eterno e busquei isso, acabando sempre sozinho. Vivi essa ilusão com Yoongi durante um tempo e depois não tive vontade de tentar novamente.

Até agora.

Mas como eu poderia me envolver com ele se nunca fui o suficiente para alguém? Como eu seria capaz de lidar com alguém tão machucado e sem esperança no olhar? Eu sinto sua relutância em se aproximar de mim ao mesmo tempo em que o vejo hesitar em se afastar e em algumas vezes, como ontem, ele está realmente distante e inalcançável.

Quando me despedi, a frieza se dissipou momentaneamente de sua expressão e quando ele separou os lábios levemente em busca de ar em meio a sua respiração pesada, vi seu olhar perder o foco como se me ver indo embora o desconsertasse, o que só me confundiu ainda mais. Ele parece viver constantemente em um conflito em relação a nós e permanecer na insegurança a mercê do sentimento que prevalecerá é angustiante.

Doeu saber que ele estava sofrendo e doeu não conseguir controlar a vontade que se despertou em mim de amenizar sua dor, mesmo que eu não fosse capaz. Segui meu coração em vez de ouvir minha razão gritando desesperadamente para me afastar sem hesitação alguma e dei uma chance a mim mesmo, perguntando o que tinha acontecido. Depois dei uma chance a ele ao tentar não deixá-lo me afastar, implorando com meu olhar para que ele me deixasse ver seu coração.

Quando estávamos de costas um para o outro foi tão doloroso soltá-lo, como se fossemos dois imãs de cargas opostas dentro de um campo magnético e, contrariando a física, estivéssemos lutando para seguir direções contrárias.

Apesar disso, conseguimos romper o magnetismo inquebrável.

De forma inesperada, rápida e intensa, nós corremos um para o outro e do mesmo jeito fugimos um do outro. Digo a mim mesmo que está tudo bem, mas não é isso o que sinto. A verdade é que é mentira. O fato de não conseguir explicar me conforta de certa maneira pois se há algo para explicar, significa que existe alguma coisa e, embora eu tente me agarrar a minha razão, opto por me agarrar a esse vulto de esperança.