Duologia Homens Implacáveis [ L 1 ]

1 • Briga de casal

Estava quinze minutos atrasado para o almoço, espero que Olívia não tenha um faniquito por isso.

Entro no carro e meu motorista sabe exatamente aonde ir, o Restaurante italiano pelo qual minha noiva é apaixonada, LeFrance. Faço o meu melhor para não me atrasar em nossos encontros, porém, ser advogado corporativo em uma empresa como a Pearson custa certos momentos que ela julga serem especiais demais para ficarem de lado, o único momento do dia em que paramos no mesmo horário e conseguimos ficar um tempo juntos, meio dia. Só que para chegar ao patamar que almejo por incontáveis vezes esse horário, considerado sagrado por Olívia, é deixado de lado.

O carro para e sei exatamente o que me espera na mesa sete.

Desço e me apresento na recepção.

— Boa tarde.

— Boa tarde senhor Brown. Sua noiva o aguarda.

— Obrigado.

Após o breve reconhecimento entro no estabelecimento já indo rumo à mesa sete, percebo um cheiro agradável de lavanda no caminho, que me causou arrepios pelo corpo, estranho.

— Finalmente, Cristhoper. Achei que não chegaria nunca.

Ela está nervosa, quase tendo um faniquito.

— Tive um imprevisto, Olívia. Sabe como é a minha rotina.

— Sempre os clientes. Quando eu vou ser prioridade na sua vida ? Cristhoper, eu estou cansada de ser lembrada somente quando lhe convém.

Pontua com certa dose de ironia. 

Mas que diabos essa mulher está falando ? 

— Eu não uso você ! Eu tenho uma carreira em ascensão, Olívia. Estou fechando negócios com investidores gigantes, em breve meu nome vai estar na entrada daquela empresa.

Ela sorri debochando.

— Eu também tenho uma carreira e grandes sonhos. Neguei vários trabalhos para ter mais tempo ao seu lado, para me dedicar ao nosso relacionamento porque você é prioridade para mim. Mas tudo o que recebi em troca foi ficar esse tempo todo sozinha, implorando pelo mínimo do seu carinho e atenção, acha isso certo?

Essa conversa está tomando um rumo contrário do que eu esperava.

O garçom se aproxima. Olívia se cala para que ele não ouça nossa conversa.

— O senhor deseja pedir alguma coisa ?
Indaga.

— O de sempre.
Respondo.

— Com licença.

Se retira educadamente.

Assim que o garçom chega a uma distância segura, Olívia retoma suas reclamações.

— Eu quero ser ouvida nessa relação. Por Deus, vamos nos casar ! - Olívia passa as mãos uma na outra de forma contínua. - Não quero ser a única a sacrificar as coisas para fazer essa relação dar certo.