Duologia Homens Implacáveis [ L 1 ]

2 • Caindo a ficha

Depois de receber mais uma péssima notícia, minha cabeça estava para explodir. Aviso minha secretária que estou de saída e que deixe tudo programado para o dia seguinte.

Sarah é uma ótima secretária. Às vezes faz milagres, apesar de ser muito jovem, ela é talentosa e muito  dedicada.

Pego meu casaco e dou uma olhada no quadro pendurado na parede da minha sala antes de sair. Essa tela é o objeto mais valioso de todos os meus bens. A explosão de cores na última tela pintada pela minha mãe me lembrava de algo que ela me ensinou quando ainda era muito pequeno, "Sempre há mais de uma saída".

Pensar de forma positiva as vezes me acalmava, me fazia sentir que minha mãe ainda estava presente e que todo problema tem uma solução lógica.

Precisava tirar a tensão do corpo e da mente. Ainda não conseguia acreditar no que estava acontecendo, é incrível como pode acontecer tanta coisa desagradável em apenas um único dia.

Saio da minha sala, respiro fundo e vou para o estacionamento. Peço ao meu motorista que me leve para a Luxus.

Depois de um tempo refletindo e vendo as luzes pela janela do banco de trás, admito que não estou em condições emocionais para fazer mais nada hoje.

A fila para entrar na boate estava gigante, dobrando à esquina, ainda eram apenas 18 horas, isso é bom para os negócios. Ser o sócio tem lá suas vantagens. Passo pela entrada e tento transitar em meio a multidão até o balcão de bebidas no segundo andar, onde somente o pessoal vip tem acesso.

—  Boa noite senhor Brown, o de sempre?

O garçom pergunta.

—  Sim.

Rápido e eficiente ele coloca um copo e uma garrafa de uísque Macallan sobre o balcão.

Eu devo ter levantado com o pé esquerdo hoje. Perder minha noiva e ainda ter um problemão com o contrato de um dos negócios mais lucrativos que eu já trouxe para a Pearson no mesmo dia, é muito azar. Se essa empresa falir, vou estar muito mais longe do meu objetivo.

Sirvo um copo da bebida.

Sinto o cheiro forte de uma fragrância feminina logo em seguida uma morena sedutora com vestido vermelho extremamente decotado se aproxima.

—  Oi, eu e minha amiga estamos querendo companhia, notei que ainda está sozinho, se importa?

Direta ao ponto. Ela coloca a mão em meu braço e da uma leve apertadinha, indicando a noite sensual que as duas planejavam sem chamar a atenção dos demais presentes. Olho para a amiga e aceno. Se fosse há alguns anos atrás...

—  Me desculpe, estou noivo.

Digo estampando um sorriso falso.

— Ela é uma mulher de muita sorte.