Duologia Homens Implacáveis [ L 1 ]

8 • Dr. Hill

Observo a cidade pela janela do escritório. Todos loucos correndo contra o tempo, sacrificando  sua  preciosa saúde por alguns dólares a mais na conta, tudo para gastar os mesmos dólares que ganham agora para  recuperar a saúde que perderam pelo caminho. 

Perdi muito em minha vida, perdi algo que jamais conseguiria recuperar. Há... jamais poderei me perdoar pelo que deixei acontecer... se nossos filhos soubessem que sou um completo covarde e egoísta ! 

– Dr. Hill, seu filho chegou.

Respiro fundo e me recomponho, meu filho está aqui.

– Obrigado Emma. Filho, como está o seu dia?

Pergunto depois de observar suas roupas sujas e o rosto rígido.

– Ele tentou matá-la hoje pai. Sei que me pediu para deixar seus seguranças por conta, mas se eu não estivesse lá vigiando ela...

A coragem e determinação da mãe brilha em seus olhos. 

– Aquele imundo. Sempre fui contra aquele casamento, mas a Alisson é teimosa demais para me escutar. 

– Pai, tem uma pergunta ecoando na minha cabeça desde o início desse divórcio, o que fez ele ter tanto ódio da nossa família? O que fizemos para ele? Não existe essa possibilidade de alguém acordar um dia qualquer e querer matar a mulher que ama. Não acha estranho? 

Sento em minha poltrona com semblante rígido, me preocupando com a situação atual e me lembro de fatos acontecidos em meu passado, e no da minha família. Se meus filhos sonhassem com tudo o que fui capaz de fazer para ganhar meu nome, a minha carreira, para dar vida a este império do qual eles desfrutam hoje.  As vezes decisões difíceis tem de ser tomadas para o bem maior.

– Eu não sei. Mas precisamos resolver isso.

– O que sugere ?

– Deixe isso comigo, apenas continue vigiando e cuidando da sua irmã. 

Jackson atende uma chamada pelo walkie talk se despede e retorna para sua rotina

De fato ele tem razão, sempre senti algo estranho vindo desse rapaz, só não entendo a fonte de tanto ódio.

Tenho que tomar á frente da situação, sinto que a causa é amis profunda do que parece ser.  Preciso começar a jogar com ele também.

Opto por  contatar um amigo.

— Detetive Rollins.

— Henry, preciso que faça um algo por mim. Descubra tudo o que puder sobre Marcus, não deixe escapar nenhum detalhe, tenho certeza que algo passou despercebido por nós.

— Sim senhor. Retorno assim que tiver novidades.

Desligo a chamada, coloco o celular na mesa respirando fundo, controlando minhas emoções.

Sempre senti algo estranho vindo desse rapaz, só não entendo a fonte de tanto ódio.

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Subo para o meu quarto entro na suíte coloco a banheira para encher enquanto tiro as roupas.  Mando uma mensagem para a recepção da empresa avisando que  não voltaria hoje. 

Enquanto a banheira termina de de encher despejo um pouco de sal grosso e algumas gotas de óleo de essência de lavanda. Misturo bem na água, fecho a torneira e me acomodo, relaxando um pouco os músculos do meu corpo que ainda estavam tensos com tudo o que aconteceu no almoço.

As lágrimas descem rápido. Ainda sinto o couro cabeludo dolorido pelo do puxão daquele bandido, deslizo as mãos pelos braços sob algumas marcas roxas. Como pude viver tanto tempo ao lado de um homem assim e não ter notado nada. Eu achava que era amor, achava que seríamos felizes, como pude ter sido tão ingênua, logo eu.

Deixo o choro sair sem medo.

Tantos momentos aos quais eu me entreguei de corpo e alma e não passou de um teatro, uma encenação barata. Mas por qual motivo? O que ele ganha com tudo isso? 

Eu não consigo entender, eu apenas o amei... 

O que minha mãe diria ao me ver dessa forma? O que ela faria no meu lugar ? 

Respiro fundo deixo  a sensação de fracasso e medo saírem conforme vou massageando meu corpo, eu preciso ser forte e resolver tudo isso. 

Quando era criança Emma, a mulher que basicamente me criou, sempre me disse que nada acontece por acaso, tudo na vida tem alguma razão. Então, qual o sentido de todo esse caos? O que o Marcus tem contra mim? Qual a razão de tanto ódio?

Eu não sei.

Honestamente eu tenho medo de descobrir esta resposta.

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