[05]

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♣♣♣

E continuará perdido.
Perdido em algum universo.

Quando acordou Débora olhou ao redor, indo à cozinha para um copo d'água quando Oscar lhe deu o recado e seguiu para o seu quarto com o irmão que carregou seu notebook para o local correto. Ela sentou-se na sua cama, em um espaço livre que encontrou. Mirela acordou sobressaltada com a mão em seu braço, sentindo o gosto de sangue quando sua gengiva se rompeu, ainda que não deixasse transparecer. Então suspirou se acalmando.

— Está assustada. — observou Débora. — Boa noite. O que aconteceu?

Mirela sentou-se, recostada à cabeceira ao esconder o rosto e terminar de acordar.

— O que vocês sabem sobre Os Inocentes? — perguntou sem rodeios.

Manteve olhar baixo por saber ser o mesmo absurdo que ouvira, e fechou os olhos com um sorriso ao ouvir o irmão gargalhar. Olhou Débora ao sentir a mão dela no seu rosto, e também sorria.

— Você está doida, não é? — brincou Débora.

— Queria estar. — confessou rindo com ela. — Mas foi o que disseram.

— Estão com medo dos inocentes?

Logo os três gargalhavam, com Oscar sentando na ponta do colchão, dobrando-se ao não controlar o que logo marejou os olhos.

— É sério! — Mirela protestou ao conseguir controlar-se. — O que você sabe?

— Conto de terror para as crianças. O velho do saco que vai levar as crianças ou novatos rebeldes. — ironizou Débora.

— Lembro bem, lembro bem... — falou Oscar. — Lembro de você morrendo de medo dos inocentes...

— Claro! Eu tinha um irmão vampiro e uma irmã não. — Mirela defendeu-se. — E nenhum dos dois entendia ou poderia me ajudar a impedir do outro ser levado pelos inocentes, porque os dois poderiam ser levados... Aposto que as crianças humanas que sabem dos vampiros escutam essa história. — defendeu-se.

— Oh, tadinha... — falou Débora ao abraçar a cabeça da irmã dedicada.

— Bem, estamos muito crescidos agora, e mesmo se essas coisas existissem, não somos o alvo. Pode ficar tranquila. — Oscar garantiu ao secar os olhos.

— Pode pesquisar isso pra mim? — pediu Mirela. — Ao menos nos últimos anos.

— Sim. — Débora concordou. — Mas não deve ter nada documentado. Deve estar só na memória dos mais antigos. Quanto mais antigos mais saberão sobre. Mas entenda que não passarão de boatos. — advertiu.

— Obrigada.

— Vou... sair perguntando por aí.

— Por favor, não chame muita atenção. Os ânimos já estão bem exaltados por causa disso... Seja discreta.

— Serei, mas vou precisar de ajuda.

— Eu ajudo. — Oscar ofereceu-se.

— Ajuda? — surpreendeu-se Mirela.

— É, parece importante. Quero saber do que se trata para quando eu arrumar algum novato.

— Quer criar filhos?

— Em alguns séculos, quem sabe.

— Certo, agora saiam e me deixem dormir.

— Ainda está no meu quarto, Mirela. — Débora lembrou.

Sob as PresasWhere stories live. Discover now