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Como posso ser parte de tudo,
Se me sinto metade de nada?Oscar encontrou a irmã escorada na parede, novamente ao telefone e sem muito mais o que fazer quando era meio da tarde, ansiosa pelas sombras que ainda chegariam e por hora a impediam de pular de uma à outra ou sair.
— Mir... — sussurrou Débora.
— Está tudo bem, Débora. Vamos te tirar daí.
— Rápido, por favor. A energia cairá em breve, ficarei sem internet...
— Está preocupada com internet? — sorriu.
— Estou presa sem nada pra fazer. — resmungou.
— É temporário, está bem.
— Certo, vou configurar a bateria do note pro celular, pra ligação durar mais tempo.
— Perfeito. Vamos nos ver em breve. — prometeu.
— É Débora? — interrompeu Oscar.
— Sim, está surtando sem o computador dela. — colocou no viva-voz ao responder.
— Então, Mirela, conhece aquela novata, a Rebeca, não é?
— Sim.
— Ela te contou que foi atacada e abandonada?
— Não conversamos muito.
— Atacada e abandonada após ser transformada? O conselho não perdoará isso. Perdoam ataques, se justificados, mas deixar um novato por aí é pena capital... — Débora estranhou.
— Ela sabe o nome? — perguntou Mirela.
— Ela não lembra o rosto. A acertaram por trás, pelo o que entendi.
— Então é tarefa minha informá-la de nossas leis. Mas... Oscar, você pode ficar responsável por ela até que eu faça isso. Débora ainda é a prioridade no momento.
— Qual é, Mir, não sou problema que afete nossa sociedade, não sou a prioridade no momento.
— Você nunca deixará de ser minha prioridade, Deby. Você e o Oscar estão acima de qualquer coisa.
— Ow, que fofo. Ela está chorando, Oscar?
— Muito engraçado, Deby... — falou Mirela sem graça. — Você é minha prioridade absoluta no momento.
— Certo, só não deixe que as coisas fujam ao controle, ok? Sabe onde estou e que estou bem na medida do possível.
— Coma o máximo que puder, Déb. — pediu Mirela.
— Isso foi meio brochante... Vão me tirar ainda nessa estação?
— Vamos, em algumas horas ou mato aquele hacker desgraçado. — Oscar irritou-se.
— Até a lua, Deby. — Mirela despediu-se.
— Até a lua...
Após desligar acompanhou Oscar de volta ao quarto, era importante que Rebeca lhe mostrasse compreender ao menos em parte, e manteve distância ao vê-la imóvel.
— Está acordada? — perguntou Mirela.
Rebeca apenas abriu os olhos, voltada para a parede sem saber porque interrompiam depois de saber que aquele era o horário de descanso aos vampiros comuns.
— Sei que está acordada, Rebeca. — insistiu. — Precisamos conversar.
— Certo, eu peguei uma bolsa a mais, porém estava com fome. — respondeu sentando-se defensivamente.
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Sob as Presas
VampireSeus olhos não ousam brilhar à claridade, quebrados sobre joelhos. Mas, ao ocultar-se o sol a cidade é daqueles que jamais se rendem. Versos de capa e de epigrafes retirados de poemas de Icel263, em SpiritFanfiction.com