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Lágrimas não curam,
aceitar dói fundo na alma.Patrícia mandou nova mensagem, e insistiu em ligação quando não houve resposta. Oscar poderia derrubar a porta do quarto com facilidade, contentando-se em apenas esmurrá-la e arrancar lascas com as garras.
— Precisa ir embora. — ele rosnou com as presas ferindo os lábios.
— Não te deixarei sozinho.
— Eu vou... assim que o sol se pôr... Ficarei bem.
— Ainda temos alguns minutos.
Acertou novamente, a sobressaltando, e logo a porta estava no chão quando poderia ter apenas girado a maçaneta e avançado pelo corredor sombreado.
— Se não estiver longe quando o sol se puser, será o meu desjejum. — esclareceu sem sentir culpa. — E não vou parar até me banquetear de você. — ameaçou.
Não ousaria chegar à porta, passando pela janela e ganhando um pouco mais de sol ao tempo que a moto parou ao lado da outra.
— Onde ele está? — perguntou.
A voz era igualmente feroz, Patrícia notou, e apenas apontou a direção da porta, vendo as mãos enluvadas carregando pacotes do que preferia não saber.
Quando entrou, de couro dos pés ao pescoço, entregou o primeiro pacote, seguido de outro em menos de um minuto quando o anterior acabou. Patrícia entrou pela porta forçada pelo visitante, hesitante em se aproximar do corredor em que seu namorado alimentava-se, acolhido por quem ainda se isolava da claridade.
— Como chegou? — Oscar perguntou. — Ainda há sol.
— Pelas sombras. Achou que fosse o único a conseguir isso? — provocou. — Pri!
Olhou dele para a outra.
— Oscar está bem e você está segura agora. — garantiu. — Seria bom fechar as cortinas, se possível...
Ainda hesitava, e Mirela tirou o capacete para que pudesse ser reconhecida pela primeira vez. Tentou um largo sorriso amigável, entretanto de olhos dominadores e urgentes.
— De qualquer modo será noite em breve. — lembrou-a ao insistir.
Patrícia afastou-se para cumprir o pedido, ainda que se mantivesse à distância, próxima à janela ainda aberta por trás da cortina, mais receosa quando ambos levantaram-se.
— Você está bem agora? — Patrícia perguntou preocupada e alerta.
— Eu sinto muito Patrícia. — desculpou-se Oscar.
— Não foi sua culpa, não é mesmo?
Viu o namorado baixar os olhos, constrangido em estar ali para a proteger e ser a maior ameaça que poderia oferecer. Oscar dirigiu-se para o banheiro, limpar o rosto e estar mais apresentável à anfitriã.
Mirela entrou pouco depois, confirmando se estava bem, o sol terminava de se pôr e queria ir para casa. Mandou uma mensagem a Débora, informando estar à caminho quando não ouve progressos com o sistema de segurança.
— Vamos agora? — perguntou Oscar.
— Claro. — Concordou.
— Oscar, não vai ficar? É noite. — contestou Patrícia.
— Acho que... — pigarreou ele. — Você estará mais segura sozinha do que comigo. Lamento... lamento o transtorno. Seu guarda-roupas e a porta do quarto, prometo pagar poe eles. E sinto muito por ter te assustado.
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Sob as Presas
VampireSeus olhos não ousam brilhar à claridade, quebrados sobre joelhos. Mas, ao ocultar-se o sol a cidade é daqueles que jamais se rendem. Versos de capa e de epigrafes retirados de poemas de Icel263, em SpiritFanfiction.com