Ninth

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Era hoje.

O tão grande e esperado - nem tanto por Louis - dia.

24 de dezembro, seu aniversário de vinte anos. E véspera de Natal, vale ressaltar.

Acordou com Phoebe e Daisy pulando sobre sua cama e Lottie e Fizzy cantando sem o mínimo de sincronia a clássica canção de aniversário.

Não costumava ter um bom humor de manhã, mas eram suas irmãzinhas ali.

Sorriu e abraçou cada uma delas, agradecendo pelas parabenizações.

Quando já tinha se vestido e feito sua higiene desceu para tomar o café da manhã, encontrado seu pai e sua mãe, que lhe deram mais felicitações e abraços gostosos.

Comeram todos juntos e num clima bom, a festa seria só mais tarde e todos os detalhes já tinham sido providenciados por Johannah.

Quando todos já tinham se retirado para resolverem suas coisas e Louis ficou terminando de comer, foi surpreendido por Harry, que entrou na sala depois de espiar para ver se apenas o alfa estava ali.

Sorriram um para o outro e o mais velho notou o pratinho com um pedaço de torta nas mãos do outro, que tinha as bochechas vermelhas.

Ele deixou o prato em sua frente na mesa, abaixando o olhar. Louis sorriu ao ver que a torta era de maçã.

— Feliz aniversário. - a voz doce cantarolou.

— Como você... - o alfa começou.

— Morgana me disse que era seu sabor favorito, eu mesmo fiz, como presente de aniversário. É a única coisa que pude fazer, sei que não é nada especial e que já deve ter ganhado coisas mais legais mas...

O ômega foi interrompido quando o maior ficou de pé e o envolveu com os braços sem pensar duas vezes. Demorou um pouco antes de retribuir o gesto, incerto porém envolvido pelo perfume do alfa.

— É muito especial para mim, Sweet, obrigado.

A voz tão perto de seu ouvido fez arrepios correrem por seu corpo, e sentiu as bochechas esquentarem mais.

— P-por nada...

— Tenho certeza que está delicioso. - se afastou com um pouco de relutância, pegando um pedaço com um garfo sem ao menos se sentar.

E realmente estava ótimo, podia dizer que era a melhor que tinha comido em toda a sua vida.

— Deus, isso é divino!

— Não é para tanto, Louis. - Harry riu.

— Então prove, está ótimo! - pegou mais um pedaço, levando até a boca do cacheado.

O encorajou com o olhar, e ele aceitou mesmo que um pouco relutante. Foi delicado em pôr e tirar o garfo da boca rosada, inconscientemente não desviando o olhar.

— Eu não sei dizer, todas as vezes em que comi torta eu mesmo tinha feito, tem o gosto normal para mim. - riu envergonhado de novo.

Louis apreciou aquele som de perto.

— Nada muda minha opinião, está delicioso. - antes que pudesse perceber ergueu a mão, intencionando tocar os cachos macios mais uma vez.

O ômega se encolheu diante do toque no início, não era acostumado com carinho, mas foi relaxando conforme a mão quente deslizava em sua cabeça, tocando alguns cachos e seguindo as voltinhas deles.

— É macio e bonito. - ele comentou, percebendo apenas agora que o ômega o olhava. - Você é lindo, Sweet.

— Louis... - abaixou a cabeça, totalmente sem jeito.

O alfa levou a mão até seu queixo e levantou seu rosto, parecia que não controlava suas próprias ações. Chegou mais perto e Harry respirou mais rápido, nervoso.

Os olhos azuis se desviaram dos verdes para olharem os lábios rosados, os dois engoliram seco. Foi como se um ímã os atraísse um para o outro, envolvidos.

Mas o momento foi quebrado pela voz de Johannah atrás da porta, falando com algum empregado. Se afastaram a tempo da ômega entrar na sala de jantar.

— Louis, preciso de você para algumas coisas. - ela disse depois de alguns segundos em silêncio, olhando o ômega que tinha a cabeça abaixada com olhos questionadores.

— Eu... Já estou terminando. - o alfa se sentou novamente, para terminar sua torta.

Ela continuou olhando para Harry, que deu mais alguns passos para trás.

— Você. - ela começou. - Vai limpar a mesa depois, e isso também. - mandou antes de propositalmente derrubar uma travessa de frutas, que se espatifou no chão por ser de vidro.

— Mãe! - o alfa bateu as mãos na mesa, se levantando indignado.

— O quê? - fingiu desentendimento. - É o trabalho dele, agora vamos, você precisa me ajudar com os últimos toques finais. - ela se virou e saiu, sem mais nem menos.

Louis olhou para o ômega, levantando o rosto dele novamente.

— Eu vou ficar e te ajudar com aquilo. - disse tentando olhar nos olhos do menor, que apenas se afastou.

— Tudo bem... - ele sorriu pequeno, o alfa sabia que era forçado. - É o meu trabalho, não se preocupe com isso.

O ômega só queria que ele fosse logo para não dar a Johannah mais razões para odiá-lo.

E o conformismo do cacheado indignou o outro.

— Até mais, Louis. - Harry sorriu pequeno antes de se retirar para buscar as coisas que precisaria para a limpeza.

∆∆

— Louis?

O alfa ouviu o chamado e sua porta abrindo. Desviou o olhar do espelho onde se auto avaliava, vendo seu pai na porta.

A festa começaria em alguns minutos, e ninguém havia chegado ainda, por isso o Tomlinson mais velho aproveitou a oportunidade para conversar com o filho.

— Sim?

— Trouxe algo para você. - sorriu para o filho, mostrando a caixa aveludada em suas mãos.

Louis sorriu ao ver o que o pai segurava, era a caixa onde ele guardava o relógio que passava de geração em geração na família Tomlinson.

Tinha sido de seu tataravô, que iniciou a empresa que era a fonte de renda da família, e então passou para seu bisavô e então para se avô, foi de seu pai e agora seria seu.

— Acho que já sabe o que é, não? - Mark riu se sentando ao lado do outro na cama do mesmo.

— Eu esperei minha vida inteira por isso. - não conteve a euforia.

— Sei que já sabe toda a história, mas meu pai me entregou esse relógio quando completei vinte anos e assumi a empresa, e agora é a sua vez de cuidar destas duas heranças, e de nossa família. - abriu a caixa, a entregando nas mãos do alfa mais novo, que pegou o relógio com cuidado. - Eu estou orgulhoso do alfa que você se tornou, Louis.

Sorriram um para o outro e se abraçaram, antes de Mark ajudar o filho a colocar o acessório em seu pulso. O mais novo até mesmo ergueu as mangas de sua camisa preta lisa para que ficasse mais visível, expondo algumas de suas tatuagens também.

— Obrigado.

— Cuide bem disso, quando encontrar um bom ômega e tiverem filhos, será sua vez de passar para seu herdeiro.

Louis apenas sorriu, não falando nada sobre o comentário de seu pai. Tinha até mesmo esquecido com um dia teria que se casar e ter filhos.

Olhou para o relógio enquanto apenas um rosto vinha em sua mente.

De quem será esse rosto, hein? Kkkkkkkkk

Poor OmegaOnde histórias criam vida. Descubra agora