Poor Omega

Thirty

Harry tirou o rosto do peito de Louis, fungando e olhando para Johannah. Nunca tinha visto ela assumindo um papel tão "inferior" assim.

— O quê?

— Eu não sei o que dizer... Eu... - ela o olhou rapidamente, uma lágrima escorreu por sua bochecha antes que saísse da sala em passos rápidos.

Respirou fundo ainda trêmulo, sentindo a mão de Louis tocar seus cabelos.

— Está tudo bem, amor?

— Sim, me desculpe por ter falado assim com a sua mãe. - abaixou a cabeça, com vergonha de sua pequena explosão.

— Eu amo a minha companheira. - Mark chamou a atenção deles. - Mas Jay precisava ouvir tudo o que você disse, quem sabe assim ela não toma um jeito.

Harry apenas olhou sem jeito para as próprias mãos, juntas e também pressionadas contra o corpo de Louis.

— Vocês já tiveram estresse demais por esses dias, vão para casa. - o alfa mais velho disse ficando de pé e indo até o começo das escadas, pronto para ir confortar sua esposa.

Os mais novos apenas concordaram, Mark tinha razão. Primeiro o cio e então a possível gravidez, não precisavam de mais tensão.

Enquanto o mais velho subia as escadas eles se retiraram da casa, pôde deduzir pelo barulho da grande porta abrindo e fechando.

Ao chegar em seu quarto encontrou a mulher sempre tão altiva parecendo frágil sentada na ponta da cama, com os ombros encolhidos e os saltos altos longe de seus pés.

Traços pretos evidenciavam seu choro e estragavam sua maquiagem, mas a ômega não ligava para isso agora.

— Você está bem? - perguntou se sentando ao lado dela.

Ela demorou para responder, respirando fundo algumas vezes e então olhou para os olhos azuis do marido.

— Eu... Não sei o que deu em mim. - desabafou. Não gostava de demonstrar sentimentos demais, mas não tinha que se esconder de seu marido. - Sempre que eu via aquele ômega eu sentia raiva, eu via Louis com ele e o modo como se tratavam... Meu filho se afastou da gente por culpa dele!

— A culpa não é de Harry, e você sabe disso. - falou sério. - Ele se afastou para proteger o ômega dele de você.

Ela limpou as bochechas, fungando e negando com a cabeça.

— Eles não podem ficar juntos, podem? - perguntou franzindo o cenho.

— Nós não podemos impedir o que eles sentem, Jay. - foi firme em dizer, ela precisava de um choque de realidade. - Mesmo que aos olhos de todos isso seja errado, acha que Louis deixaria Harry?

Johannah bufou, olhando para longe e gemendo frustrada.

— Não, não acho.

∆∆

Assim que chegaram em casa Louis garantiu que tomassem um longo e relaxante banho na banheira, com direito a massagem nas costas de Harry e velas cheirosas que ele gostava.

Ao menos deixou ele se vestir sozinho, queria cuidar de seu ômega porque sabia que ele ainda sentia o cansaço pós cio. Os dois sentiam.

Desistiu da ideia de saírem também, mais tarde pediria alguma comida e poderiam deixar para passear outro dia.

Quando terminou de se vestir com roupas confortáveis também ouviu seu celular apitar, indicando que uma mensagem tinha chegado.

— Sente-se na cama, amor. - indicou vendo o mais novo secar os cachos bonitos enquanto ia até seu celular. - Vou pentear seu cabelo, me dê apenas um minuto.