Polemic! • jjk + pjm

3.1

Jungwon ignorou a presença de Jungkook na manhã do dia seguinte.

No café da manhã, o silêncio reinou na mesa e foi quebrado somente quando Jungwon disse a Jiyoon que passaria o dia no seu escritório improvisado e não queria ninguém lhe incomodando. Após se pronunciar, o homem deixou a mesa, parecendo não enxergar que Jungkook e Seokjin estavam ali, ainda terminando a comida.

- Jungkook, se arrume para irmos ao shopping. - Jin murmurou para o amigo após eles deixarem a louça na pia da cozinha. O mais novo assentiu, se sentindo estranho por fazer algo que sabia que seu pai não aprovava, mas, ao mesmo tempo, sentindo que não estava errado e que deveria prosseguir com suas atitudes.

- Jungkook. - Jiyoon chamou, a voz sem nenhum resquício de sentimentos. Era totalmente inexpressiva.

Os dois adolescentes pararam na porta da cozinha e viraram-se para a mulher, esta que recolhia o resto dos itens da mesa, sem olhá-los.

- Seu pai foi atrás do garoto que você mencionou. Kim Jongin. - ela prosseguiu. Jungkook congelou. - Aparentemente, ele não tem boa fama no colégio de vocês.

- Eu... - o garoto tentou, mas sua mãe interrompeu.

- Eu sabia que não era uma boa ideia te colocar naquele lugar. Sabia que ia se meter com gente do tipo dele. - ela parecia mais falar consigo mesmo, seus olhos acompanhando o pano que ela utilizava para limpar a mesa.

- Mas você... - Não parece se importar de verdade. Jungkook desejou dizer aquilo, mas não teve coragem quando o olhar de sua mãe colou no seu e ele não viu absolutamente nada ali. Não havia receio pelo seu filho estar se metendo com alguém "que não devia", não havia decepção, não havia nada, apenas um comentário infeliz. - Nada. Eu vou com o hyung p-pro shopping.

Seokjin alternava o olhar entre os dois, sabendo que não era seu local de fala mas desejando, com todas as suas forças, dizer umas poucas e boas para Jiyoon. Afinal, aquela mulher era a representação física da estranheza: ela, ao mesmo tempo que dizia aquele tipo de coisa, não parecia se importar, de fato, com o local que seu filho estava, com quem ele falava ou com seu bem estar. Qualquer mãe sensata chamaria o filho para conversar e tentaria descobrir o que estava, realmente, acontecendo, na opinião de Seokjin.

Sua mãe faria aquilo.

Jiyoon não disse mais nada e, então, Seokjin segurou o pulso de Jungkook e puxou-o até o quarto do garoto.

- O que acha de comprarmos umas roupas pra você, hm? - Jin sugeriu, tentando mudar o foco de Jungkook do peso que a personalidade de sua mãe colocava em seus ombros.

- Hm... Eu não tenho dinheiro, hyung. - Jungkook coçou a nuca, sentando-se em sua cama.

- Mas eu tenho. - Seokjin falou como se fosse óbvio, pegando sua mala no canto do quarto para pegar sua muda de roupa. - E quero ver você deixando geral de queixo caído sábado.

- Como eu... como eu faria isso? - Jungkook franziu o cenho, tentando imaginar a situação.

- Vestindo algo que ninguém espera que você vista. - Jin rebateu, pegando a roupa que separou e caminhando até a porta do quarto. - Troque de roupa para sairmos.

Jungkook assistiu seu amigo deixar o quarto e suspirou, coçando a cabeça. Ele caminhou até seu armário, seus dedos emaranhados em seus fios. Abriu a porta e deparou-se com sua própria imagem no espelho. Ele nunca tinha parado para reparar em suas próprias vestimentas ou o quanto elas nunca foram, de fato, escolhidas por si. Sua mãe quem comprara suas roupas e a última vez que o fizera tinha sido a um ano, resultando em poucas calças que, realmente, coubessem em Jungkook.