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— Jungkook? Que história é essa de tatuagem?

O adolescente, que lavava a louça do almoço, levou um susto e virou-se para James, que estava parado, encostado no batente da porta da cozinha, com uma sobrancelha arqueada e um olhar duvidoso sobre Jungkook.

— Ham... — Coçou a nuca, esquecendo-se que estava com espuma de sabão na mão e levando outro susto com a sensação molhada naquela parte do corpo. — Eu...

— Eu contei a ele, Kook, desculpa. — Jooheon adentrou a cozinha, risonho. — Ele tá só fingindo pra te assustar.

— Fingindo? — James abanou a cabeça. — Tô nada. Jungkook, como você conseguiu fazer a tatuagem? Você não é de menor?

— Er... — O mais novo prensou os lábios, sentindo as bochechas esquentarem por ter que revelar aquilo. — S-sou... É que... Eu tenho uma identidade falsa. — Riu, sem jeito.

— Que absurdo. — James suspirou, massageando as têmporas e fazendo uma grande cena. — Onde foi que erramos, amor? — dramatizou, virando-se para o marido. — E-ele é só uma criança. — gaguejou falsamente, começando a fingir lágrimas logo em seguida.

— Já deu, James. — Jooheon revirou os olhos, mas o sorriso em seu rosto era evidente.

— Aish, hyung! — Jungkook resmungou, inconformado com a atuação de James. — Não me assuste assim, eu achava que você tinha ficado bravo de verdade.

— Claro que não. — O homem riu, limpando as lágrimas falsas. — Eu acho que você deveria ter esperado um pouco porque, bem, sempre nos arrependemos das primeiras tatuagens, principalmente se foram feitas antes dos dezenove. — Deu de ombros. — Mas o que importa é o momento, e no momento você quis e achou um significado pra ela.

— Tatuagens não precisam de significado. — Jooheon resmungou, cruzando os braços repleto de desenhos.

— Você fala isso porque você tem o Patrick com meia arrastão e salto tatuado na sua coxa. — O britânico rebateu, arrancando uma risada de Jungkook.

— É sério? — Jungkook perguntou, risonho. — Por que fez isso?

— Eu estava bêbado. — choramingou. — E eu era muito novo. De qualquer maneira, não adianta ficar dando sermão no Jungkook. Já foi, ele já tá marcado pra sempre.

— Não tô dando sermão, aish. — James bufou. — Só fiz um draminha.

— A minha tatuagem tem um significado, hyung, se isso te acalma. — O adolescente proferiu, deixando a louça de lado para conversar melhor com os dois adultos. — Fiz pensando nas pessoas que permitiram que eu fosse quem eu sou.

— Parece bonito. — Jooheon comentou, sentando-se sobre a mesa de jantar. — Imagina a cara do seu pai se visse isso.

Jungkook riu: — Acho que ele infartava. Não ia nem me deixar entrar na Igreja.

— Por falar em Igreja.... — O tio iniciou. — Você sente falta de ir? Você quer ir?

Ir à Igreja já foi bom para Jungkook. Talvez não a parte onde ele ouvia coisas que soavam absurdas aos seus ouvidos, ou onde ele presenciava tanto a hipocrisia de seu pai quanto a de alguns fiéis, mas, no início, quando seu pai explicava sobre a fé em si, sobre o amor que Ele dava aos seus seguidores, Jungkook se sentia bem.

Ele gostava da ideia de proteção, da ideia da fé; do sentimento de poder se agarrar em algo quando tudo estava desmoronando. Jungkook recordava-se de quando estava confuso com relação ao que acontecia entre ele e Jimin e, em uma noite, chorou, pedindo uma resposta para Deus.

Polemic! • jjk + pjmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora