Carregador Bugado

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– Me desculpe, mas ao que me consta você não tem que querer nada, é só um robô

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– Me desculpe, mas ao que me consta você não tem que querer nada, é só um robô. Em outras palavras, vou continuar te chamando de Bob. – Eu quase gritei, no final de minha paciência. Eu não entendia nada do que estava acontecendo e aquilo já estava me deixando completamente louco; eu sempre sabia o que estava acontecendo.

– Ah, mas não vai! – Cruzou seus braços e jogou os cabelos negros e sedosos para o lado, afastando-os de seus olhos pequenininhos que brilhavam vingativamente. Desde quando Bob conseguia dar um olhar daqueles?

– Ah é, e o que o senhor vai fazer, Bob? – Dei ênfase no nome, vendo o robô ficando mais irritado ainda e passar a língua nos lábios nervosamente.

– Não sei o que o Bob vai fazer, mas o Jimin aqui vai arrebentar seu próprio corpinho robótico que, se me lembro bem, vale mais do que todos os seus órgãos, se ouvir esse nome horroroso sendo pronunciado novamente. – Ameaçou, alcançando uma chave de fenda que estava jogada displicentemente na bancada e apontando a mesma para seu próprio torso. Senti meu coração gelar, Bob não era capaz de jogar vários anos de pesquisa e trabalho fora por causa de um nome, certo? Ou era?

– Você não faria isso... – Falei fracamente, vendo um sorrisinho vitorioso emoldurar o rosto do menor.

– Você quer mesmo arriscar? – Encostou a chave de fenda na altura de seu estômago e pude ver a ferramenta afundar na sua pele macia, maleável e, principalmente, cara, muito, muito cara. – É só me chamar de Jimin, não é nada demais perto do prejuízo de me quebrar, não é mesmo?

– Okay, Jimin... – Concordei, cuspindo o nome com dificuldade, porém constatando aliviado que o robô tinha colocado a chave de fenda de volta em cima da bancada. Me joguei na minha poltrona e apoiei minha cabeça nas mãos. Aquilo não podia ser verdade. Eu conhecia cada circuito, cada componente, cada engrenagem e cada linhazinha de programação daquela pilha de fibra de carbono e cyberskin, era impossível aquilo estar acontecendo. – Isso deve ser culpa do Hoseok, não é possível...

– O quê?

– Aposto que é culpa do Hoseok! – Repeti mais alto e joguei minha mochila em cima da bancada para procurar meu celular. Bob se assustou com o movimento, o que foi bem estranho já que nunca foi programado nada para que ele tivesse esse tipo de reações, mas afinal, de que importava? Ele claramente não estava agindo de acordo com nenhuma programação e eu não tinha tempo para me preocupar com uma idiotice daquelas.

Revirei minha mochila nervosamente em busca de meu celular, me xingando internamente por ter jogado as coisas de qualquer jeito dentro dela. Quando finalmente achei o aparelho, disquei o número do mais velho com pressa, já impaciente para receber uma resposta antes mesmo da ligação chamar.

"Kook? Está cedo, caiu da cama?" Ouvi a voz sonolenta do meu parceiro do outro lado da linha.

– Antes fosse! – Gritei alterado. – Que porra você fez com o Bob?

Justo Bob? • jikookWhere stories live. Discover now