– E que casa seria essa? – Hoseok inquiriu, se aproximando de mim e passando os braços em volta do meu pescoço, olhando um tanto desafiador para o robô.
– O laboratório, ué. – O mesmo explicou rápido, jogando os cabelos negros para trás com a mão e umedecendo os lábios com a língua. – Pensei em ir de metrô, não é isso que vocês... – Pareceu refletir um pouco sobre a frase. – Vocês humanos fazem?
– É um pensamento razoável se não a gente não tivesse vindo aqui de carro. – Argumentei, vendo uma expressão de descoberta se estampar no rosto de Bob, que até mesmo abriu um pouquinho a boca, como um grande paspalho.
– É verdade. – Deu de ombros e começou a caminhar na direção do estacionamento rápido, ultrapassando a mim e a Hoseok. Eu olhei meio confuso para o mais velho, sem acreditar que no que tinha acabado de acontecer; aquilo havia sido estranho, estava tudo bem aceitar como se nada houvesse acontecido? O meu amigo deu de ombros, aparentemente entendendo meu olhar aflito e tentando convencê-lo que não valia se estressar com isso.
– Dessa vez eu vou na frente. – Impôs o robô, sentando no banco de carona assim que Hoseok destrancou o carro e este piscou os faróis. Sem nem tentar discutir já que Jimin tinha se comportado de forma bem tranquila e amigável no final do dia, entrei no banco de trás, pus o cinto e aproveitei para me ajeitar confortavelmente.
O mais velho foi o último a entrar, mas não demorou muito até o carro ser colocado em movimento. O céu escurecia e provavelmente havia esfriado mais ainda, já que o vidro das janelas do carro estava bastante gelado. Apoiei minha cabeça lá, ignorando a trepidação do carro e as consequentes mini cabeçadas que eu dava. Com o silêncio dentro do automóvel, tirando a rádio tocando alguma música sofrência baixinho, eu me senti no meu próprio videoclipe.
– Jungkook, nós vamos deixar o Jimin no laboratório? – Meu parceiro de trabalho perguntou após uns 10 minutos dirigindo. Aquela era uma boa questão e eu nem ao menos tinha pensado nela por mais essencial que parecesse agora que eu refleti melhor. Deixar o Bob sem supervisão no laboratório parecia suicídio: ou o robô ia se destruir ou dar um jeito de fugir, e nenhuma dessas duas opções eram boas.
– Acho melhor não, é muito perigoso.
– Adoro quando vocês conversam como se eu não estivesse aqui. – Interpôs Jimin, bufando ruidosamente e eu pude ver através do retrovisor que ele coçava irritado a ponte do nariz achatadinho.
– Mas o que fazemos então? – O mais velho ignorou as reclamações do robô que revirou os olhos furioso, mas desistiu de discutir e apenas apoiou o rosto nas mãos de forma birrenta.
– Bem, ele vai ter que ficar sob a supervisão de um de nós dois, isso é certo. E quando pensamos nessa questão, quem vai fazer isso é claramente você.
– Eu? Por quê?
– Porque "você é legal, eu sou um escroto". – Parafraseei novamente as palavras do robô que no momento tentava conter umas risadas de deboche por causa da situação do meu amigo. – Não posso fazer nada se ele gosta mais de você. Considere o preço a ser pago por ser legal.
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Justo Bob? • jikook
Fanfiction☆CONCLUÍDA☆ shortfic • robótica Jeon Jungkook, engenheiro eletricista, mestre em engenharia eletrônica e doutor em engenharia de computação, é um grande expoente na pesquisa de Inteligência Artificial e robôs super realistas. Junto a uma equipe peq...