End of the Day

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Had nothing left to do

Just me, her and the moon

(Não tinha nada mais pra fazer

Apenas eu, ela e a lua)


-Muito corajoso de sua parte ficar quicando pra lá e pra cá. Deve se sentir sozinha.

-Você nem imagina. Sem família nem amigos, mas é um aprendizado. Fazer novos amigos em cada lugar que eu estiver. – Tentei soar otimista.

-Não se preocupe, quando eu voltar em turnê eu juro que te mando mensagens quando eu puder. – Ele falou tranquilo e eu congelei no lugar. Johanna estava ao lado da mesa de jantar, a mesa estava posta para uma pessoa apenas.

-Não senhor Styles! – falei alto e assustada. - Não se preocupe senhor Styles, - eu falei mais baixo. Se Johanna pudesse soltar lasers pelos olhos, eu estaria perdida. - eu ficarei bem. – Ele sentou-se à mesa e eu me aproximei para terminar de falar. - O senhor tem muitas coisas pra se preocupar. Mas, foi muito gentil de sua parte.

-Você é tão fofa Amanda! – Rapidamente ele levantou e me agarrou num abraço de urso. Minha sorte era que Harry era forte, pois no momento eu não sentia minhas pernas. Se ele me soltasse eu cairia de cara no chão.

Nos segundos que se passaram senti de tudo. Borboletas no estômago, o ar faltar, as pernas fraquejarem, um choque percorrer todo meu corpo, arrepios pela nuca...

-Harry, não respiro! – Me contorci quando percebi a falta de ar.

-É isso! – Ele se afastou com um grande sorriso no rosto. Eu estava me concentrando em não cair. - Toda vez que me chamar de senhor, vou te esmagar. – Com isso ele voltou a se sentar. Eu não conseguiria responder.

Enchi meus pulmões de ar e segui para a porta dos fundos passando pela cozinha. Meu rosto deveria estar completamente vermelho. Johanna deveria estar imaginando diversas maneiras bem dolorosas de me matar. Apoiei-me numa parede do lado de fora, apenas para respirar novamente. Muitas emoções para um dia só. Harry sem camisa, seu sorriso estonteante, as tatuagens perfeitas, os olhos intensos e agora seu abraço. Meu corpo se arrepiou novamente só de lembrar. "Onde está seu profissionalismo, Amanda? Quer ser mandada embora?" Era impossível de ser racional com Harry Styles no mesmo cômodo que o seu.

Não preciso nem dizer que levei bronca de Johanna, de novo. Mas, dessa vez pude me defender, não fora culpa minha. Era Harry o impulsivo maravilhosamente lindo, que tinha me abraçado. Almocei na casinha e lá permaneci o resto do dia. Johanna parecia minha mãe me deixando de castigo. Ela não estava me deixando fazer nada. A sorte era que eu já tinha aprendido tudo antes de Harry chegar. Mas, pelo jeito eu ficaria na casinha até Johanna ou Harry irem embora.

Próximo de meia noite, Johanna estava roncando em sua cama e eu com insônia no colchão ao lado. Levantei e em silêncio segui para o lado de fora. Assim que pisei no caminho que levava à casa, luzes se acenderam pelo jardim. Deitei na grama e esperei as luzes se apagarem novamente, então admirei as estrelas e a lua. Peguei meu celular e li novamente as mensagens. Será que Boo tinha ficado ofendido? Não tinha respondido mais nada. Ou talvez tivesse apenas desistido de falar com uma desconhecida. Mal tinha concluído meu pensamento quando recebi uma mensagem dele.

Boo: Eu estou em algum lugar do mundo, haha.

Boo: Ainda não estou te paquerando, apenas te conhecendo.

Boo: Desculpe demorar, tive muitas coisas para resolver hoje.

Amy: Algum lugar do mundo não vale, eu te disse que estou em Londres.

Amy: meu dia foi estranho, surpreendente, porém tedioso. Conseguiu resolver tudo?

Boo: Estamos todos em algum lugar no mundo e eu estou sempre viajando, portanto vale sim.

Boo: Nunca consigo resolver tudo, só me canso e ainda assim não consigo dormir. O que aconteceu de estranho e surpreendente?

Amy: Insônia... Desde que saí da casa dos meus pais não sei o que é dormir uma noite inteira. Na verdade, não foi nada demais. Meu chefe me surpreendeu.

Boo: Somos dois, estou há cinco anos "fora" e só durmo noites inteiras por estar exausto.

Amy: 5 anos... Dois anos e meio pra mim. Esses últimos dias tem sido piores, já estava acostumada ao horário de NY.

Boo: Eu tenho sempre amigos comigo, facilita as coisas.

Amy: Vou admitir que estou me sentindo muito sozinha.

Boo: Agora você tem a mim, podemos conversar nas madrugadas de insônia.

Eu e Boo conversamos até 2:30 da manhã. Boo me contou de alguns países que já visitou e eu contei um pouco da minha vida em NY. Ambos estávamos sem sono, solitários e observando as estrelas. Em qualquer lugar do mundo as estrelas são as mesmas. Me sentia mais próxima dele, com apenas algumas horas de conversa, do que de muitos amigos meus. Tomei um chá calmante e dormi. No dia seguinte teria que levantar antes das oito horas da manhã.

-Amanda! – Johanna estava gritando logo cedo. – Termine logo de se vestir!

-Hmmm – Eu apenas grunhia. Estava com muito sono ainda.

-Senhor Styles tem que sair de casa em uma hora, ele ainda está dormindo! – Johanna saiu apressada para a casa principal.

Tentei me mover mais depressa, porém estava muito difícil. Johanna estava arrumando a mesa para o café da manhã. A chaleira estava apitando no cooktop. Tentei correr para o último andar, precisava acordar Styles. Bati na porta três vezes e esperei para ouvir algo. Nada. Abri um pouco a porta e petrifiquei. O seu rosto tão angelical e calmo dormindo. Todo torto na cama, ainda com o celular na mão. Chamei-o baixinho e nada. Aos poucos aumentei o tom da voz até que ele finalmente se remexeu na cama.

-Desculpe senhor Styles, mas precisa acordar. – Entrei no quarto devagar.

-Já vou. – A voz dele rouca e baixa. Sexy, apenas. Senti um arrepio subir as costas.

-Vou abrir a cortina senhor. – E assim eu fiz, vagarosamente para a luminosidade não o assustar.

-Bom dia Amanda. – A voz continuava sexy.

-Bom dia senhor. – Virei para olhá-lo. Parecia uma criança ao acordar. Os olhos verdes brilhando, a cara de sono amassada. – Precisa se levantar e viajar.

-Eu sei, vou tomar um banho rápido e já vou. – Ele começou a se espreguiçar na cama.

-Vou descer a sua mala, a mesa do café já deve estar pronta. – Ele apenas murmurou que sim.

Ao lado da porta do quarto estava a mala de viagem. Ela era ridiculamente pesada. Eu que ainda estava sonolenta, quase desci as escadas rolando junto com a mala.

-Sentem comigo para tomar um chá. – Senhor Styles chamou a mim e Johanna. Fiquei imóvel, não precisava de mais uma bronca. – Anna... – Styles pediu manhoso.

-Sim senhor. – Ela puxou uma cadeira e sentou.

Sentei e peguei uma das diversas xícaras que estavam em cima da mesa. Escolhi um chá e coloquei água fervendo. Styles vagarosamente bebericava um chá e comia uma torrada.

-Amanda não toma chá com leite? – Harry estava fitando a xícara.

-No Brasil não temos este hábito, não consigo mudar. – Sorri para ele.

-Entendi. – A voz sonolenta dele era uma delícia de ouvir. Não era intimidadora, era fofa. 

If I Could FlyOnde histórias criam vida. Descubra agora