Capítulo - CCXLIX

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- Saia daqui. – disse Anahí ao perceber que Alfonso entrara no banheiro.

- Você está bem? – Ele perguntou e antes que Anahí pudesse lhe responder, ela precisara se virar e agachar para vomitar no vaso sanitário.

Alfonso se agachara ao lado dela, segurando seu cabelo, se esquecendo que ainda estava zangado com ela, mas era nítido que ela ainda não havia se esquecido que estava brava com ele.

- Pode voltar para a cozinha e continuar sua conversa depravada com a Perla e continuar fingindo que eu não existo. – Ela disse, tentando se afastar dele, que a segurou sem deixá-la se mover.

- Conversa depravada? – Alfonso sorriu, achando graça.

- Você agiu como se eu não estivesse na cozinha, você me ignorou por completo, você pode achar isso engraçado, mas eu não achei, achei desrespeitoso. – Ela disse após se levantar e em seguida se afastou para lavar seu rosto na pia.

- Desrespeitoso? – Ele riu ironicamente. – Você realmente quer falar sobre respeito?

- Não Alfonso. – Ela o encarou séria. – O que eu quero é que você vá se foder!

- Anahí...

- Talvez a próxima vez que eu me encontrar com as minhas amigas eu vou começar a descrever como foram as minhas transas com o Matteo e você será obrigado a escutar isso.

- Que merda é essa agora? – Ele perguntou, sem entender sobre o que ela estava falando.

- Que merda é essa? Essa merda é por que eu tive que escutar que a Perla gosta de ser tratada como uma vadia na cama, que você transou com a Claudia em todo o centro médico, que você era um cretino com ela...

- Isso só aconteceu porque você decidiu enviar aquele e-mail infantil para a Claudia. – Ele rebateu.

- Ótimo, então a culpa é minha? – Perguntou incrédula.

- A Claudia respondeu ao e-mail no mesmo nível que você...

- Eu odeio essa casa Alfonso, porque você se transforma em um cretino quando está aqui.

- Eu te disse para não vir. – Ele respondeu, sabendo que Anahí estava certa.

- Eu sei, eu vim porque sou uma idiota, mas pra você é como se eu não estivesse aqui. – Ela disse. – Você deixou a Perla ver o seu celular, ver o e-mail que a Claudia mandou. – Ela reclamou, sabia que se tivesse pedido Alfonso não a deixaria. – Você riu quando ela disse que era uma vadia! – disse, de tudo, isso era o que mais a havia tirado do sério.

- Se você tivesse me pedido eu teria te deixado ver, mas o que você fez foi fuçar o meu celular porque não confia em mim. Você precisa confiar em mim Anahí. – Ele disse, se encostando na porta, para que ela não tentasse sair.

- Você precisa ser sincero comigo Alfonso. Precisa me dar um motivo para eu confiar em você.

- Eu não te disse que a Cláudia me enviou um e-mail porque achei que não tinha importância.

- Mas para mim tem importância, eu preciso que você seja sincero, eu quero saber se você vai se encontrar com a mulher com a qual você transava, e eu realmente não acho que isso seja pedir demais.

- Tudo bem, se você quer assim, nós faremos assim, eu serei sincero, mesmo que para mim isso seja algo sem importância. – Respondeu Alfonso se dando por vencido. – O Marcelo já falou com o Dr. Stein, a Claudia não vai mais ao jantar e se ela voltar a me procurar eu te aviso. – Ele se deu por vencido.

- Sei que deve ter sido difícil para você pedir um favor para o Marcelo, e eu realmente sinto muito por isso, eu não sabia que isso seria necessário, mas eu não sinto muito pelo e-mail que mandei para a Claudia.

- Vamos esquecer isso. – Ele pediu, não queria se lembrar que fora preciso pedir um favor para o Marcelo. – Você está melhor? – Ele acariciou o seu rosto.

- Estou. – Ela levantou sua cabeça o encarando. – Você ainda está bravo?

- Não, foi melhor assim, foi bom você ter mandado aquele e-mail assim ela não vai voltar a me procurar. – Ele agora estava sério, olhando para Anahí, se perguntando se começava agora a ser sincero e lhe contava sobre a editora com a qual ele estava pensando em assinar o contrato. – Pequena, essa história de sinceridade, é só para a Cláudia ou para qualquer coisa?

- Que merda você fez Alfonso? – Ela perguntou, sem ter certeza se queria escutar o que ele tinha para dizer e se sentindo extremamente infantil por isso.

- Eu não fiz nada, é só que eu tenho conversado com a Antonella...

- Sua avó? – Ela perguntou confusa.

- Céus, não! – Ele disse fazendo cara de nojo. – A editora da Ruth...

- A editora com a qual você foi jantar na Alemanha? – Ela perguntou, sentindo o enjoo voltar.

- Isso, há quase dois anos, Ruth lançou um dos livros dela em um evento na Alemanha, nessa época eu estava solteiro, então eu acabei saindo com a Antonella, foram poucas vezes, mas aconteceu, e bom, você disse que queria saber, então eu estou te contando, mas a Ruth não pode saber disso, por favor. – Ele pediu.

- Quantos anos essa Antonella tem? – Perguntou Anahí. – Pra você esconder isso da sua mãe, só pode ser porque essa Antonella é mais velha que você.

- Ela é quinze anos mais velha que eu.

- Meu Deus! – Anahí quase gritara. – Tudo bem, eu pedi sinceridade, não vou ter uma crise de ciúmes, mas eu acho que ela é uma velha depravada e que você foi um cretino por ter saído para jantar com ela e não ter me contado antes.

Assim que Marcelo voltara com a crianças do clube, onde fora jogar golfe, Alfonso decidiu que era a hora de ir embora, já que não aguentaria ficar mais nenhum minuto naquela casa, e assim como eles vieram, foram embora, Alfonso no carro com as crianças e Anahí em seu carro com Helena.

Assim que voltaram para casa, já sentados à mesa para o jantar, Alfonso decidira contar para Anahí que durante um mês ele mudaria de turno, para trabalhar de madrugada, o que ela não aceitara muito bem, embora não tenha dito nada, era visível seu descontentamento com isso.

Após colocar as crianças na cama, depois de ajudá-los a tomar um rápido banho e Alfonso contar uma história para Enzo e Anahí contar uma história para Clara, Alfonso fora tomar seu banho e Anahí fora até a cozinha, já que sentia que precisava comer algo doce.

Quando Alfonso desceu até a sala, sem camisa, encontrou Anahí pensativa, com um sorriso malicioso no rosto, o analisando como se quisesse algo.

- Estou com desejo... - ela disse, sem conseguir desviar seus olhos do peitoral de Alfonso, que riu, já imaginando o que ela pediria.

- Desejo de que? - perguntou, cruzando seus braços e encostando suas costas a parede, já imaginando que Anahí desejaria algo sexual.

- Quero comer calda de chocolate. - Ela respondeu, o deixando surpreso, já que pela forma como Anahí o olhava, ele imaginou que ela pediria por ele novamente.

- Agora? – perguntou erguendo sua sobrancelha.

- Agora, mas tem um detalhe... - ela disse timidamente, já que não sabia como lhe falar isso.

- Estava fácil demais para ser apenas isso. - Ele riu. - Qual é o detalhe?

- Quero lamber a calda de chocolate no seu corpo. - disse, já se imaginando lambendo a calda no corpo malhado de Alfonso.

Mentiras - Parte II (finalizada)Where stories live. Discover now