Capítulo 14

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01:05 da Noite.

O marcador apontava 130 km/h. Não tinha a intenção de diminuir, parar para quem quer que seja, a tendência era apenas subir. O perigo se tornara meu refúgio para não pensar, os riscos não me importavam até que encontrasse Juliana. Quando parei em frente à casa onde a deixara, desesperei-me ao perceber que ela já não estava mais lá. Por incrível que pareça meus instintos sabiam onde encontrá-la. Acelerei muito mais quando rumei para a maldita boate ao sul de onde eu estava, perdera tempo demais pensando em bobagens, perdera o tempo que poderia tê-la em meus braços. Na velocidade que eu estava cheguei rápido. A aglomeração de pessoas não me impediu de estacionar frente à entrada, tirei o capacete deixando meus cabelos caírem nos ombros, atravessei a multidão chegando à porta principal.

— Ricas e mimadas não tem preferência aqui Carvajal! – zombou o tal de Lucho quando avistou-me.

Cheguei até ele com o olhar fechado e continuei em direção a porta, teria entrado se ele não tivesse me barrado.

— É melhor sair do meu caminho idiota! – falei entre dentes encarando-o com raiva.

A raiva que se apossara de mim novamente, a raiva que mantinha a todos que queriam impedir Juliana de estar comigo.

— Procurando Juliana? Vi-a subir com algum cliente... – entoou ele – Você sabe... – zombou com um sorriso sarcástico no rosto – Ela é muito boa! – contornou um corpo imaginário com as mãos.

A raiva misturou-se com desprezo, o que ele queria dizer com aquilo? Não suportava ouvir aquela voz cheia de malícia falando assim de Juliana. Abri os punhos e dei um soco no seu rosto. Os anos de Muay Thai serviram para alguma coisa e ele não espera que eu, com meus braços finos e cabelos longos, fosse acertá-lo em cheio. Usei toda a força e toda ira para acerta-lhe bem no meio fazendo ele cambalear para trás.

— Economize suas palavras se for para falar dela idiota! – parei ao seu lado vendo-o segurar o nariz certamente ensanguentado.

Minha mão obviamente começou a doer, mas ignorei tamanha a raiva. Tempo gasto com esse tipo de gente era certamente tempo perdido. Entrei na boate sentindo as batidas fortes da música preencherem meus ouvidos. As pessoas enchiam a pista de dança e meu olhar correu por cada canto procurando por Juliana. Não a vi e um súbito ar de excitação cresceu em mim, precisava achá-la, mas as pessoas eram tantas sobre as luzes multicoloridas que a tarefa ficava mais difícil. Olhando para o bar, reconheci a loira, seu nome mal me recordava mais sabia que podia confiar nela. Aproximei-me sentindo seu olhar sobre mim desde que me avistara. A expressão séria misturada ao susto.

— Onde está Juliana? – fui logo ao ponto sem querer perder mais tempo.

— Não a vi! – respondeu tão baixo que tive que ler seus lábios.

Certamente aquilo me deu a certeza de que estava mentindo.

— Não minta para mim! – me irritei inclinando-me sobre o balcão – Onde ela está?

A loira me olhou um pouco assustada, não estava para brincadeira e ela percebeu isso. Talvez meu tom raivoso tão diferente de mim mesma a deixava temerosa, como se ela soubesse que tinha descoberto o que certamente ela já sabia.

— Quero ajudá-la – acalmei o tom de voz para passar-lhe confiança – Onde ela está?

Vi-a relutar entre uma pausa decidindo suas opções. Esperei atenta em sua expressão disposta a manter-me focada.

Mi Vida Sin TiOnde histórias criam vida. Descubra agora