Capítulo 26

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Genten, obrigada por quem está comentando e votando nos capítulos, to acompanhando tudo. ♥


VALENTINA POV

Acordei antes do previsto para uma segunda feira. Minha cabeça latejava um pouco, mas nem por isso deixei de levantar. Virei-me sobre os lençóis e observei a figura imóvel e pequena que adormecera em meus braços. Tão frágil, o corpo esbelto encolhido abraçando os próprios braços. Necessitava dá-la carinho, tê-la para mim, mas deveria manter minha escolha e dar-lhe um tempo para si. Sabia que fazer aquela viajem era o certo. Tracejei os dedos pelo rosto delicado e afastei algumas mexas que caiam por ali, levei os lábios próximo ao dela, beijei-a com delicadeza apenas sentindo a textura de seus lábios aos meus. Amava-a tanto e esse amor doía-me cada vez que o pensava não ser correspondido. Afastei-me dela e levantei com cuidado para não acordá-la. Precisava acalmar a ânsia em meu peito, não consegui mais raciocinar perto dela. Droga! Quando despi-me, quando entrei no chuveiro queria-a colada a mim. Queria fazer amor, queria que ela entendesse de uma vez o que sentia. Me punha agoniada, quase desesperada diante das mil situações, Oxaca não saia da minha cabeça, mas Juliana não podia sair do meu coração. Era uma divisão cruel, minha mente ainda conseguia controlar meu coração e me sentia inútil por isso. Sai do chuveiro, nem sendo cinco da manhã, sonolenta e preguiçosa, conseguia me controlar. Enrolei a toalha no corpo e fui para o quarto. Juliana mudara de posição, encarava o teto com os braços levemente abertos e uma das pernas inclinada, seus cabelos espalhavam-se pela cama oh, como em real imagem poderia não desejá-la?

— Val... – sussurrou virando seu rosto a mim.

Percebi o tom amedrontado de sua voz, cortei os passos até alcançá-la pondo-me sentada ao seu lado.

— Estou aqui meu bem. – contornei seu rosto.

A mão pequena cobriu a minha, apertou os olhos aliviada com aquele contato.

— Fique comigo. – sussurrou.

Vi o duplo sentido daquelas palavras. Suspirei torturada sabendo por que ela acordara de tal maneira. Quando os olhos dela se abriram para encarar os meus senti-me como a pior pessoa do mundo, ver a agonia, dor e o medo embaralharem-se naquele brilho.

— Descanse mais um pouco. – disse incapaz de confortá-la.

Juliana inclinou o tronco até mim, tocou-me o rosto e beijou-me. A sensação de brandura rodeou-me, envolvi-a em meus braços trazendo-a para mim enquanto nossos lábios moviam-se devagar um sobre o outro.

— Já sinto sua falta. – sussurrou mantendo os olhos fechados, deixando seus lábios rentes aos meus – Não sabe como e duro pensar não tê-la perto de mim. – apertou mais os olhos, levou as mãos aos meus cabelos úmidos puxando-os para si.

Podia sentir a angústia em seu peito, era a mesma que a minha, trocávamos a mesma ânsia, o mesmo desespero de perda. Detive-a em meus braços, inclinei-me a frente fazendo-a deitar-se, colei meu corpo ao seu. Já não queria saber de mais nada, queria afogar a magoa que permanecia em seu peito, fazê-la esquecer de tudo, mas Juliana era tão igual a mim, sua mente controlava seu coração. Despi-a mirando-a a todo instante, livrei-me da toalha e a penetrei com meus dedos, amei-a como nunca quisera fazer antes. Nos movimentamos juntas, iluminamos o que nossos corpos sentiam, alcançamos o êxtase em sintonia e vi-a desfalecer em meus braços para cair em sono novamente. Mantive-a colada num aperto de sofreguidão, minha vontade era nunca mais sair daquele minuto, onde a tinha só para mim e ninguém mais. Apesar disso, por mais que desejasse eu precisava acabar com aquela cúpula e acordá-la para realidade.

Mi Vida Sin TiWhere stories live. Discover now