Capítulo 30

731 57 32
                                    

Relembrando pra não ficar confuso. Lembram do capitulo que a Valentina achou a Juliana na boate, descontrolada/drogada e fora de si? Então, fato importante para esse cap, qualquer coisa releiam o 13 e o 14 =)


-----------------------------------




Não sei exatamente como acordei na manhã seguinte. Quando fora dormir sentia-me mal e acordei da mesma maneira, talvez pior. Logo fui ao banheiro nauseada. Era o oitavo dia sem ela e já não conseguia me controlar. Eu precisava de ar fresco, desanuviar a mente do que estava acontecendo a minha volta. Não me lembrava mais se Lucia passara ali aquela manhã ou não. Não queria me submeter aos remédios naquele dia. Passara a semana inteira adoentada por isso, sentira-me solitária por não saber notícias de Val, sentia-me estressada pelos desentendimentos contínuos com Evy. Me vesti depois de um banho, agasalhei-me pelo frio que entrava pelas janelas escuras. O dia não tinha amanhecido, era cedo e dei-me conta disso quando alcancei a rua. Uma leve garoa caiu sobre meus cabelos, protegi-me com a toca de um dos meus velhos casacos. Caminhei sem rumo desgastada. Estava sendo mais difícil do que eu imaginava e naquele momento poderia dizer que voltei no tempo. Um tempo onde não conhecia Valentina, um tempo em que caminhava solitária pelas ruas tão desertas quanto sentia meu coração. Era um tempo que não sabia o que fazer e que guiava-me pelo instinto e pela vontade de consumir um vício. Suspirei ao me dar conta daquele pensamento. Senti a garganta queimar por vários dias diante da necessidade de droga. As doses do remédio deveriam controlar essa ânsia, mas o que acontecia era me deixar mais frágil. Algo tinha dado errado...

— Juliana?

Levantei a cabeça para olhar quem me chamara. Era Lucho e por algum motivo não me alterei ao vê-lo.

— O que quer? – perguntei.

Seu sorriso me pareceu doce, quase consentido. Ele se aproximou de mim e me segurou pelos braços. Sua cabeça moveu-se sobre a minha e seus lábios juntaram-se aos meus. Empurrei-o com todas as forças e consegui afastá-lo. A risada estrondosa rugiu pela rua deserta e alcançou meus ouvidos. Corri sem rumo afastando-me dele. Não deveria estar ali, deveria voltar e encontrar-me com Valentina, ela estaria me esperando e diria que tudo estava bem...

Juliana!

— Não se aproxime! – Estendi os braços a frente.

— Acorde! – Senti-me chacoalhar.

De um choque passando por meu corpo percebi o que estava acontecendo. Abri os olhos e encontrei-me com Lucia. Afastei-me dela deslizando pela cama. As janelas estavam escuras como no sonho, sentia a mesma sensação enjoativa, o mesmo frio perpassar meu corpo. O mesmo... Tremor.

— Lucia saia daqui! – levantei da cama afastando-me mais dela.

— Juls se acalme e volte para cama! – pediu calma vagarosamente aproximando-se de mim.

Sabia o que ela queria fazer. Conhecia os passos sutis em minha direção como se fosse escapar a qualquer momento. Submeter-me a mais uma dose, mas não conseguia mais suportar aquilo.

— Não posso mais Lucia, vá embora! – roguei sentindo minha voz entrecortada.

— Não diga isso, se sentira melhor depois que se acalmar! – disse aproximando-se mais.

Recuei o mesmo tanto. Lucia se adiantou mais depressa enlaçando-me. Suas mãos seguraram meus braços com firmeza, quis chorar no momento que senti o conforto daquele gesto.

Mi Vida Sin TiWhere stories live. Discover now