Capítulo 12

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Darcy saiu transtornado pelas ruas, disposto a atrapalhar àquele almoço a qualquer custo. Nem que precisasse explicar na frente de George, o porquê de estar tão próximo de Beatriz.

Não queria saber de mais nada, sua preocupação era única e exclusivamente retirar sua noiva das garras daquele cara suspeito, que, para piorar, era até que bonitão.

"Eu sou um idiota!", ralhou consigo mesmo.

Sentindo-se vunerável e encíumado, Darcy seguiu seu caminho, no entanto, o que poderia piorar, piorou. Pois, ao longe, avistou dois carros luxuosos e já sabia, os chineses estavam indo para a empresa.

Praguejou e parou no meio da rua, sem saber se voltava para recebê-los, ou se iria buscar Elizabeth. Para acabar com àquele almoço descabido de uma vez por todas.

E, contrariando o que faria antes de conhecê-la, Darcy continuou até o restaurante. Torcendo para que o senhor Chun não o tivesse visto, do contrário, na certa viria atrás dele. O que, obviamente, não seria nada bom. Já que presenciaria sua noiva almoçando com o assistente.

Aliás, não entendia o que George estava fazendo tão cedo na empresa, se ele geralmente chegava no mesmo horário que os executivos.

Suspirou e avistou Elizabeth de frente para Wickham. Sentiu o coração latejar de pronto, por vê-la sorrindo para outro homem. Inclusive, olhando-a de longe, às pernas até fraquejaram. Lizzie era o símbolo da perfeição aos seus olhos e Darcy ficou ainda mais perturbado, ao constatar que já não a via apenas como uma amiga. Estava óbvio, até para ele — lerdo em demasia para entender os sinais —, que Elizabeth mexia consigo.

Darcy só não sabia o que fazer com tal sentimento.

Aproximou-se sorrateiro e surpreendeu Elizabeth com um beijo estalado na bochecha. Causando um sobressalto em Lizzie, que não esperava vê-lo antes da manhã seguinte.

— Darcy. — Elizabeth o encarou com as bochechas ligeiramente vermelhas.

Passado a raiva, ela julgava-se irresponsável por chamar George para almoçar, sozinhos. Todavia, nunca daria o braço a torcer, morreria afirmando estar com a razão.

— Minha noiva sumiu, eu não entendi porque não me esperou para almoçar. — seu tom soou natural, mas, por dentro, estava quase socando George, que o encarava com cara de poucos amigos. — Olá, Wickham, tudo bem? — completou, tentando manter o nível cordial.

— Tudo sim, senhor Darcy e você? — em contrapartida, a pergunta soou bem mais como uma afronta.

George notara que Darcy não estava nada bem. Afinal de contas, nenhum homem em sã consciência, gostaria de vislumbrar a noiva a sós com outro. Pelo menos, era o que imaginava, vendo a expressão de desespero nos olhos de Darcy.

— Estou bem. — afirmou de um jeito áspero.

— Amor, os chineses estão na empresa. — Darcy o ignorou depois disso e tocou carinhosamente o ombro de Elizabeth. — Sei que precisa dar aulas, mas pode voltar comigo por apenas alguns minutos?

Elizabeth assentiu.

— George, preciso ir, pode terminar o almoço sozinho? — Lizzie se dirigiu ao acompanhante com educação.

Mas, ao referir-se a ele com uma certa intimidade, arrependeu-se. Darcy virou o rosto no mesmo instante e George sorriu, satisfeito.

— Tudo bem, Lizzie. — aceitou, sentindo-se vitorioso. — Até a próxima.

Darcy e Elizabeth foram acertar o valor da comanda, após, saíram do restaurante, ambos ainda em silêncio.

— O que foi isso, Elizabeth? — Darcy finalmente indagou, sentindo-se o pior dos homens.

— Me diga você. — revidou. — O que fazia quase grudado em Beatriz?

— Foi um cisco, uma droga que cisco que caiu no meu olho e ela aproximou-se para assoprar! — exclamou exasperado.

Elizabeth gargalhou alto em resposta.

— Cisco? — ironizou. — Quer que eu acredite nisso?

— Por que não acreditaria? — Darcy voltou a indagar, com a dúvida parando sobre sua cabeça.

— Porque vocês homens são todos iguais. — respondeu e foi caminhando na frente.

— Lizzie, não me compare a ninguém, por favor. — Darcy respirou fundo, buscando paciência.

— Está bem, de qualquer forma, não é da minha conta quem se aproxima de você ou não. — sua voz saiu completamente insegura ao dizer isso.

— Lizzie, — Darcy a pegou pela mão. — Precisamos conversar — a intimou.

— Ah, é? Sobre o que, por exemplo? — questionou desafiadoramente.

— Sobre os nossos limites, o que os chineses diriam, se te vissem almoçando sozinha com o assistente? — Darcy abordou o assunto, apenas porque estava ferido e enciumado.

— É só isso o que importa pra você, não é mesmo? — Lizzie perguntou, com os olhos marejados. — Não seja por isso, eu vou fazer tudo direitinho de agora em diante e você pode se pegar com a Beatriz nas minhas costas! — ao ouvir tal coisa, Darcy quis gritar.

Não tinha o mínimo interesse em Beatriz, ela poderia aparecer em sua frente totalmente nua, que nada aconteceria. Contudo, pelo que parecia, Elizabeth encasquetara que ele sentia-se atraído por ela.

— Chega, Elizabeth. — foi enfático. — Eu não quero nada com Beatriz, você tem que entender de uma vez por todas.

— O que você fará se eu não entender? — ela riu, sarcástica.

E, no outro instante, Darcy a beijou uma vez mais, sentindo o gosto de Elizabeth em seus lábios. O beijo se deu no meio da rua mesmo, ato espontâneo que ele jamais cometeria por si só na vida. Não fosse a loucura de ter firmado um contrato de casamento com uma mulher tão intensa.

Entretanto, Elizabeth o empurrou imediatamente, tocando os lábios com a ponta dos dedos, de um jeito um tanto quanto sonhador. Porém, como se recuperasse a sanidade, exclamou em seguida:

— Você não pode me beijar sempre que quiser calar minha boca!

— Você acha que eu te beijo apenas por esse motivo? — passou as mãos pelos cabelos, como se não soubesse mais o que fazer. — Tudo bem, se esse é teu pensamento, não sou eu quem o mudará. — dito isso, venceram o restante da distância sem trocarem uma palavra sequer e logo chegaram à empresa.

Daquele momento em diante; Darcy decidiu tirar Elizabeth da cabeça nem que fosse na marra, não aguentaria em sua vida uma mulher tão teimosa e encrenqueira. Ele queria paz; mas, estava claro, com ela, paz era tudo o que não teria.

Darcy só não aceitara ainda que não havia mais volta. Era definitivo, Elizabeth entrara em sua vida e em seu coração de sapato e tudo.

Como se não bastasse, a partir dali, a tendência era só piorar. Pobre Darcy, pensava conseguir retornar à sua rotina metódica e sistemática. Mal sabia que, nem se quisesse conseguiria abrir mão de Elizabeth.

Era como dizia uma das canções de Supercombo:

"Desde que você veio morar, minha vida é um inferno, o inferno mais bonito que se há, no planeta Terra. Às vezes eu reclamo, mas estou sempre de pé."

Isso porque ainda nem estavam casados...

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Supercombo - Morar.

Ouçam a trilha sonora do relacionamento deles 😂

O capítulo ficou meio curto, mas acredito que será assim de hoje em diante. Por volta de mil palavras, ok? Acredito que dessa forma fica mais rápido para atualizar.

Eu revisei o capítulo antes de sair pra trabalhar, caso tenha passado erros, assim eu volto e reviso novamente 🙈

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