Capítulo 9

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Darcy acordou com Elizabeth totalmente enroscada a si, ela ainda dormia profundamente. Tanto que ele tentou desvencilhar-se cuidadosamente dela, para fugir daquela situação nada ortodóxa e escapar dali antes que se complicasse ainda mais. Quando fez menção de levantar-se, no entanto, Elizabeth o puxou, como se Darcy fosse um travesseiro fofinho e gigante.

Fazendo-o suspirar e desistir da ação. Ela estava com um semblante tranquilo, como se tivesse tido uma noite de sono regada a bons sonhos. Já Darcy, pensava em qual desculpa usar, para quando Lizzie acordasse e o visse grudado nela como ele estava.

Se bem que Elizabeth nem poderia reclamar, afinal de contas, ela que havia insistido para Darcy deitar-se ao seu lado na noite anterior. Por este motivo, se ele pegara no sono, não era sua culpa e sim consequência de tal pedido. Ou seja, Darcy era inocente no que tangia àquele assunto. Estava certo disso.

Até que ouviu um barulho e arregalou os olhos, Lizzie estava acordando. O que faria? Cogitou demonstrar que estava desperto e enfrentar o embaraço por estarem tão próximos um do outro. Ou fingir que ainda dormia, para observar a reação de Elizabeth. Darcy optou pela segunda opção.

— Eita! — ouviu a voz um tanto quanto rouca de Elizabeth, por ter acabado de acordar. — Dormimos juntos? — indagou a si mesma em voz alta.

Darcy quase sorriu com tal questionamento, mas se conteve e continuou com o fingimento. Vendo-a tentar desvencilhar-se dele, da mesma forma que fizera há poucos minutos. Lizzie, com todo o cuidado do mundo, conseguiu escapar de seus braços e já iria sair da cama super confortável, quando teve uma crise de espirro e fungou. Darcy franziu o cenho e não conseguiu se conter, a teimosia hercúlea dela, obviamente, resultaria em um resfriado iminente. E isso estava claro quando Elizabeth acordara.

Darcy, que já não mais conseguia disfarçar, finalmente abriu os olhos, fitando as costas de Elizabeth e seus longos cabelos escuros. Que, agora, estavam um tanto avoados, devido ao atrito com o travesseiro.

— Lizzie, bom dia. — saudou-a, recebendo um olhar de esguelha.

— Não me olhe assim, eu devo estar parecendo um leão! — respondeu e virou o rosto, correndo para o banheiro em seguida.

— Você está linda. — afirmou e a seguiu. — Eu a ouvi espirrar, está se sentindo bem? — inquiriu, parando em frente a porta trancada do banheiro.

— Estou ótima! — mentiu; contudo, sua voz entregava seu atual estado. — Só preciso de um bom banho.

— Sua voz está fanha. — Darcy objetou. — Eu te falei que uma hora ou outra, tua mania de dormir com os cabelos úmidos resultaria em um resfriado.

— Você está falando como meu pai. — esquivou-se. — Em vinte minutos estarei pronta para trabalhar.

— Se não estiver bem, nem pense em pisar na empresa.

— E quem será intérprete se os chineses aparecerem? — Darcy ouviu o barulho de água corrente, por isso a voz de Elizabeth soou ainda mais abafada.

Visto que o banheiro era enorme.

— Beatriz se vira com eles, ela pode cuidar de tudo. — tentou tranquilizá-la, ademais, Lizzie entendeu de outra forma.

— Ela adoraria cuidar de um certo alguém também!

— De quem, por exemplo? — respondeu confuso em tom de indagação.

— De você, claro.

— Por que ela cuidaria de mim? — Darcy não entendeu aquela provocação.

Elizabeth era tão obtusa às vezes.

— Não se faça de bobo, sabe bem que Beatriz daria tudo para estar em meu lugar.

Procura-se uma esposaWhere stories live. Discover now