Capítulo 11

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Confuso, confuso ao extremo.

Era assim que Darcy sentia-se, enquanto seguia em direção ao mercado mais próximo. O que Elizabeth estava fazendo consigo? Uma hora o queria, na outra o rejeitava.

Esquecer? Como esquecer aquele beijo? Como fingir que não aconteceu o que, de fato, confundiu ainda com sua cabeça já totalmente bagunçada.

Naquele momento, enquanto a beijava, pensou até em mandar o contrato para as cucuias e assumir Elizabeth como sua. Até ouvi-la dizer que não sabia ao certo o que sentia; então, por que tudo aquilo? Se era para continuarem como estavam? Aliás, ele realmente estava gostando de Elizabeth? Que tipo de sentimento era aquele que estava começando a surgir em seu coração? A cada dia mais e mais questionamentos pipocavam em sua mente. Darcy já não sabia como contê-los, jamais sentira-se daquela forma com relação a nenhuma outra mulher. Pobre Darcy, pensava estar assegurado naquele contrato, por não conhecê-la previamente. Só não imaginava que Elizabeth viraria sua vida de cabeça para baixo. Seu coração, coitado, jazia a ponto de ter um colapso. Há anos Darcy não aproximava-se de nenhuma mulher daquele jeito e muito menos deixava que qualquer uma ultrapassasse a barreira imaginária que criou em torno de si.

Aquela mesma que, se não tomasse cuidado, o tornaria um solteirão eterno. Darcy não se importava com isso, vivia bem consigo mesmo e não necessitava de uma mulher para mudar sua condição. Claro, vez ou outra saia com alguém, nada sério, tanto que, há meses, não tinha um encontro. Sua vida resumia-se à empresa, ele ia de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Salvo, quando Charles insistia para saírem e beberem juntos. O que Darcy quase sempre recusava, alegando cansaço e muitas coisas a resolver.

Ou seja, Elizabeth chegou já bagunçando toda sua estrutura. Alterando seus planos, mudando suas convicções. Ela era como um furacão!

Suspirou.

O que sentia por Elizabeth, afinal de contas? Precisava entender isso, para, finalmente, descobrir como proceder. Sabia que não poderia apaixonar-se, pois, ela mesma havia dito que ainda não compreendia o que sentia por ele. De mais a mais, o certo seria não misturarem o acordo com sentimentos pessoais.

Chegando ao mercado, ainda com a cabeça a mil por tudo o que acontecera anteriormente. Darcy comprou todo tipo de chocolate que julgou ser gostoso o suficiente para agradar Elizabeth. Acreditando assim conseguir melhorar o clima estranho de outrora. Depois, antes que esquecesse, passou na farmácia e levou consigo várias opções de remédio para resfriado, além de pastilhas para a garganta e sachês de vitamina C.

Aquilo deveria bastar, pensou.

Darcy só não sabia que, quando retornasse, encontraria um anjo dormindo em seu sofá. Sim, Elizabeth adormecera e ele, receando acordá-la, apenas a cobriu com uma manta e ficou longos minutos observando-a dormir. Era um hobby que tinha adquirido após o tempo de convivência com Elizabeth.

Alguns dias haviam se passado, desde que Elizabeth e Darcy quase assumiram que aquele contrato de casamento estava a vias de tornar-se realidade

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Alguns dias haviam se passado, desde que Elizabeth e Darcy quase assumiram que aquele contrato de casamento estava a vias de tornar-se realidade. Ademais, como nem tudo eram flores, ambos decidiram passar uma borracha no acontecido e seguirem em frente. Fingindo não sentirem os efeitos daquele simples beijo trocado.

Tanto que, como Elizabeth tornara a dar aulas, se viam bem menos. Essa era a desculpa usada por ela, para estar cada vez mais distante. Apenas na frente de terceiros fingiam entrosamento. Já separadamente, o jogo mudava de figura.

Elizabeth decidira agir mais friamente, a fim de certificar-se que não passaria dos limites ou confundiria a gentileza de Darcy.

Afinal, era como dizia aquela famosa comunidade do Orkut.

"Sou legal, não estou te dando mole."

Era isso o que Elizabeth mentalizava daquele dia em diante, não mais agia toda amorosa com Darcy. Quando estavam completamente a sós, o tratava como um amigo. Nada de amor, mãos dadas, deitar no ombro. Isso tudo era coisa do passado.

Aliás, quando Elizabeth acordou, no dia em que se beijaram, inventou que precisava tratar de uma questão da faculdade e logo cantou pneu, no sentido conotativo da frase. Darcy, que não conseguiu contê-la, mesmo tentando a todo custo. Apenas aceitou com resignação que havia cometido um erro irreparável. Talvez o maior de sua existência.

Porém, duas coisas prometiam mudar tal situação. A primeira, era a chegada do sócio e irmão turrão do Senhor Chun. A segunda, bem, era o casamento da prima, que já seria no próximo final de semana. E esse evento, sem dúvidas, renderia pano pra manga. Lizzie tinha certeza; portanto, já preparava-se para o pior.

Naquela tarde, por sinal, um outro acontecimento balançou as estruturas daqueles dois cabeças ocas. Começando do princípio, Elizabeth estava indo ao escritório de Darcy para conversar sobre a visita inesperada bendito sócio, quando flagrou Beatriz muito próxima de seu então noivo de mentirinha.

— Desculpe, não quis incomodar. — respirou fundo e fechou a porta.

Sentindo as pernas bambas, Elizabeth seguiu até o banheiro. Só não viu quando Darcy foi atrás de si, disposto a explicar o porquê de tal aproximação.

Entretanto, no meio do caminho, encontrou o novo assistente do senhor Chun, George Wickham. Que, ao notar a palidez de Lizzie, ofereceu um copo de água. Ela, vendo a oportunidade nas mãos de retribuir a afronta, o convidou para almoçar. Logicamente, tendo o pedido aceito no mesmo instante.

Apesar de ser noiva do CEO, Elizabeth era extremamente linda e cativante. George não deixaria a oportunidade escapar, nem que isso lhe custasse o emprego. Que nem era tão bom assim, diga-se de passagem, os chineses eram tão mãos de vaca, que o salário mal pagava suas contas.

Assim sendo, ambos foram em direção ao restaurante de esquina, após o almoço Elizabeth iria embora. Pois ainda precisava seguir para a USP.

Já Darcy, vendo pela janela a noiva caminhar para a rua com o recém chegado, quase espumou como um cachorro que contraiu raiva. Estava possesso de ciúmes. Mas, não poderia reclamar, visto que ele mesmo causara tudo aquilo, quando fugiu daquele beijo e permitiu-se ser flagrado tão próximo à outra mulher. Mais precisamente Beatriz, a razão do ódio de Elizabeth.
Todavia, no que Lizzie pensava, saindo para almoçar com outro homem? O que todos diriam? Essa seria sua deixa para indagá-la referente a tal comportamento. Era como diria a música contemporânea: Ciúme do tamanho do planeta terra.

Darcy encontrava-se claramente em cima de uma corda bamba. Ele precisava urgentemente decidir para qual lado iria tombar.

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Meus amores, o capítulo ficou curto. Mas é que eu já o tinha escrito e decidi soltar. Nos próximos mais emoções, quem disse Wickham acertou, mas também tem o sócio das Indústrias Chun.

Então, será que vai dar bom? 😂
Espero que gostem do capítulo!

Trilha sonora do Darcy, banda 2ois - Ciúmes do tamanho do planeta Terra haha 😂

Procura-se uma esposaWhere stories live. Discover now