um show que é de matar

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Ao final do show a plateia inteira aplaudia os dois gêmeos em pé, seus gritos calorosos e aplausos soavam como uma velha música para os apresentadores.

- Muito obrigada a todos por virem! - O menino de cabelos marrom-escuro falou com um sorriso de canto para a plateia. Vozes femininas se exaltaram ao comentário dele.

- Voltem semana que vem para mais! - A voz firme e doce de Mabel foi o suficiente para arrancar suspiros de meninos na platéia. Ao terminarem fizeram uma breve reverência ao público. Os gêmeos trocaram olhares um para o outro.

- muito bem, muito bem, vocês já conseguiram o que queriam, agora dêem o fora.. - Wendy, a garota de cabelos ruivos jogados para um dos olhos era a caixa do show, falou com certo desânimo apontando para a saída enquanto instruia a plateia a se retirar.

Uma vez que a tenda em que os dois se apresentavam ficou vazia, os dois gêmeos deixaram escapar um longo suspiro aliviado, e logo voltaram os seus semblantes azuis amargos um para o outro.

- Você tinha que estragar tudo! - a garota de cabelos marrom esbravejou para o irmão, batendo o salto alto no palco - você sabe muitooo bem que a cena com as facas é minha! Seu ignóbil! -gritava escândalos, porém Mason, seu gêmeo, parecia não se importar, o rapaz apenas se virou para fitar a irmã com cara de desinteresse.

- bem então da próxima vez não roube minhas falas! Ensaiamos milhares de vezes e você é a estúpida que insiste em roubar minhas partes do espetáculo! -Respondeu curto e grosso, perdendo um pouco a compostura elegante de sempre.

-eu não "Roubaria suas falas" se você as apresenta-se de forma minimamente decente! Parece idiota quando fala! - Retrucou gesticulando um boneco de pano com as mãos.

Os dentes do garoto se trincaram em raiva, com uma das mãos no seu amuleto azul e a outra erguida ele olhou com ódio para a irmã enquanto sua mão era envolvida por uma auria azul de aparência gélida, parecia se concentrar para invocar alguma coisa, Mabel tinha feito a mesma coisa, com o amuleto azul colocado delicadamente sobre seu cabelo ela invoca uma de suas facas, porém antes de realizarem qualquer ato ambos são interrompidos por uma figura. Essa figura era apenas um fã dos dois, um menino nos seus 12 pra 13 anos, segurando um cartaz dos gêmeos. Pobre criança, estava horrorizado com a briga de seus ídolos, mas não se moveu, ficou ali parado com cara de anta para os dois. FLAC!!

MABEL! O QUE DIABOS VOCÊ FEZ??? -Diper gritou estupefato com a cena do garoto, agora ensanguentado, esticado no chão.

Agradeça que dessa vez não foi em você - limitou-se em responder retirando a faca do pescoço do menino, assim que se levantou voltou seus olhos azuis frios para o irmão - hora não fique aí fingindo se importar, sei que faz coisas muito piores com o nosso demônio....

Cale-se! Você não sabe do que fala! Will é imortal, podemos usufruir dele como bem entendermos, mas agora matar um fã Mabel... Isso é demais até mesmo pra você! -falou com claro desprezo, mas a menina apenas deu de ombros, e estalou os dedos três vezes para desgosto de Diper.

Poucos segundos depois do estalo um círculo azul com chamas frias se formou pouco centímetros acima do chão. Correntes azuis aparecem pesando no chão, dali se ergue um rapaz de cabelos e vestimentas azuis, um tapa olho cobria um dos olhos, e de maneira tímida ele desvia o olhar ciano escuro dos gêmeos.

O que desejam de mim? - perguntou encolhendo os ombros.

-limpe essa bagunça - A garota falou apontando para o corpo esticado no tablado.

Quando seu olhar bateu no cadáver o estômago de Will se embrulhou de forma incômoda, um arrepio percorreu sua espinha, seus joelhos fraquejaram por um momento, sangue... Não suportava ver sangue, pelo menos não sangue dos outros. Porém um forte estalo em seu rosto o faz voltar para realidade.

Me ouviu? Limpe essa bagunça! Vamos anda! - depois do tapa que deu no azulado Mabel estava começando a se irritar.

William com uma das mãos no lado dolorido e um inconfundível olhar de medo focados na adolescente acente em sinal de sim e logo se põe para limpar o corpo.

Uns dias depois do ocorrido, nenhum dos irmãos tocou no assunto, apesar de não comentarem, era evidente que a relação deles tinha mudado após a tragédia.

William observava confuso os dois se distanciarem, e torcia secretamente para que isso acontecesse, afinal, odiava a vida miserável que levava com os dois, se se sentia fraco, imundo e impotente de tudo, não podendo exercer nem o mais básico dos direitos: a liberdade.

Ahhh liberdade.... A liberdade de ir e vir como bem entender, a liberdade de escolher comer o que quiser a hora que quiser, a liberdade de poder amar quem desejar amar, e a liberdade e o direito de ser amado de volta, mas esse era o problema, a pobre criatura nem tinha direito disso, pois nem dono da própria vontade ele era.

Porém não poder em alguns casos não significa não fazer, digo isso pois ultimamente, Will tem gastado um tempo considerável pensando em Diper. Não apenas pensando, mas sim, fantasiando e fazendo as mais diversas coisas com cenas do moreno. Mesmo que esteja ciente de que tudo aquilo não passaria de uma mera ilusão, não conseguia desviar os pensamentos do garoto, apesar de todo o mal que lhe causa-ra.

Enquanto seus pensamentos rodavam em torno de seu mestre, a porta de seu quarto é aberta com força, fazendo um barulho ensurdecedor, o demônio em um reflexo se encolhe a medida que as correntes e algemas permitiam. Agora o quarto, antes escuro, se ilumina com a luz da porta aberta, com tremenda força e brutalidade uma figura masculina de estatura mediana avança sobre o demônio encolhido, o recebendo com um doloroso tapa no rosto, em seguida a mão grossa do homem puxa as correntes da coleira de Will para perto de si, os deixando com as faces quase coladas.

- o que aconteceu?? - exigiu saber, o olhar castanhos claros da figura queimavam de ódio e demandavam respeito do pobre demônio, este fechou o olho amedrontado, evitando focar naqueles semblantes raivosos, apenas para receber outro tapa descuidado - Vamos me responda! - gritou enquanto chacoalhava a criatura e a jogava bruscamente contra a parede.

CONTINUA?
NOTAS FINAIS:
Sup guys, Não quero entrar no clichê de falar essa eh minha primeira fic e blah blah( falar todas as baboseiras que vocês já sabem, e devem estar no mínimo cansados de ler) , mas é a realidade, sou nova no assunto, mas espero genuinamente que vocês gostem, se querem que eu continue com a fic o melhor jeito de fazer isso é comentar, comentar não apenas "CONTINUAAAAA", Mas sim um feedback de pensamentos e expectativas sobre os próximos capítulos.
É isso bjos

Veneno azul - Reverse FallsOnde histórias criam vida. Descubra agora