VINTE UM

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Júlia Pinheiro

Ok, eu já posso começar a surtar? Como assim eu estou na casa do Thiago? Como assim eu cheguei até aqui sem nem acordar? Eu fui dopada pela Jamille, só pode!

Eu fecho meus olhos não querendo reconhecer esse quarto. Mas eu reconheço. Esse cheiro, essa cama macia, esse quarto topo preto que deveria ser horripilante mas é sexy como o inferno. Eu reconheço tudo aqui. É tão ele que eu chego a perder o ar.

Eu saio correndo do quarto. Ainda estou com a mesma roupa e isso é bem melhor do que que eu estar nua. A casa continua do mesmo jeito de quando eu saí daqui. Nada parece ter mudado a não ser eu.

Eu preciso sair desse lugar! Imediatamente!

Eu não posso ver ele agora, não quando estou sensível assim. Porra, eu tô na TPM cara! Como eu posso enfrentar algo assim? Como posso ser forte e não me jogar em seus braços no momento em que ele sorrir pra mim com aquela covinha desgraçada?

Eu desço as escadas correndo. Ainda bem que estou bem melhor desde que cheguei da África. Talvez eu tenha ficado desidratada ou qualquer coisa desse tipo, o importante é que agora eu me sinto bem melhor do que ontem.

— Dona Júlia! - eu tomo um susto com a voz assustada do André — Aonde a senhorita está indo?

— Embora, ué. Vocês me sequestraram, sabia? - antes que eu dê mais um passo em direção a porta da sala ele entra na minha frente — Sai da minha frente André, ou eu vou te machucar. - eu sou alta mas o cara parece uma parede a minha frente e nem o meu soco mais forte poderia nocautear ele

— Isso não vai ser possível, dona Júlia. - eu caminho até a janela e, antes que eu abra, sou pega no colo por alguém e começo a gritar para me soltarem — Larga ela, Anderson, seu Thiago vai te matar por ter pegado ela assim!

— Quem vai matar ele sou eu! - quando o tal Anderson me coloca no chão eu me viro para estapear o idiota — Eu vou matar, vou matar! - eu ando até o André que ainda fica parado na porta e tento empurrar ele mas ele nem se mexe — André, abre essa porta! - eu tento empurrar ele de novo mas ele nem se mexe

— Dona Júlia, eu não posso fazer isso. Por favor, converse com o senhor Thiago e depois nos vemos como podemos agir. - ele fala calmamente como se quisesse me acalmar mas eu não estou nervosa. Só quero matar todo mundo a minha frente

— Eu não tenho nada para conversar com ele, ele me sequestrou! Isso é crime, sabia? - meu grito não surge nenhum efeito muito menos meu empurrão, eu bufo já cansada disso tudo — Se eu ver esse cara agora eu juro que mato ele. Juro! - eu murmuro

— Eu deveria ficar com medo da sua ameaça? - essa voz... A porra dessa voz me desestabiliza e eu fico congelada encarando meus pés —  Acho que chegou a hora de termos uma conversa definitiva. Certo, Bela? - Bela? Ele realmente vai fingir que nada aconteceu?

Esse é o estopim que faltava para eu explodir! Ele não entende a porra do inferno que eu passei nas últimas semana e vem agindo como se nenhuma porra estivesse acontecido? Vai pro inferno!

— Dona Júlia se acalma. - André parece saber que estou a um segundo de estourar com o Thiago e segura meu braço delicadamente — Que tal vocês irem conversar em um local mais privado? - eu afirmo em um mover leve da minha cabeça — Atelier, senhor Thiago. - ele me leva mas eu paro esperando que o Thiago vá na minha frente

Eu tô puta, mas seu bem que se eu o ver agora ainda vou querer me jogar em seus braços. Me conheço o suficiente para saber disso.

André me leva a passos lentos até o atelier. Eu ando de cabeça baixa até que percebo estar dentro do atelier. O lugar ainda parece o mesmo, tem o cheiro dele ainda, mas não tem nenhum quadro. Apenas telas em branco e um sobre o cavalete semi pronto. Sou eu, aliás. Conheço meus olhos.

Thiago - Série Homens Perfeitos #3Onde histórias criam vida. Descubra agora