...Dean?

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                                 ∆∆∆

encontrei-me numa situação que jamais desejei à ninguém.
Ouvi a voz de Castiel dizendo:

-... Dean?.

Quando olhei para trás para encontrar seu olhar... Ele estava deslizando pela lataria do carro, com a mão segurando sua barriga, uma única lágrima saindo de seu olho esquerdo, e o sangue... O sangue banhando tudo ao seu redor.

- não... - sussurrei. Correndo em direção a ele e o segurando enquanto ele caia.

- Dean... Eu não quero morrer.- ele disse engasgando com as palavras, a dor visível em sua voz.

- você não vai, não vai. - eu disse o pegando com cuidado no colo, o levantando na direção de meu peito, o colocando no banco traseiro do carro, e me sentando logo depois, colocando sua cabeça em meu colo, enquanto gabe chorava, e Sam aparentava estar nervoso enquanto entrava rapidamente no banco do motorista e já dava partida no carro.

- Dean, eu te amo- Castiel disse, ainda chorando.
- eu também te amo Cas, não faz isso comigo, por favor não faz isso comigo. Não assim. - eu disse, eu estava desesperado, eu não podia perder Castiel, não me imaginava sem ele.

- VAMOS PORRA, VAI LOGO - Sam gritou enquanto buzinava para um carro que estava atrasando o caminho, assim que conseguiu passar, pisou no acelerador até o hospital mais próximo.

Chegando lá, Sam abriu a porta para mim, e eu saí do carro carregando Castiel, corri com dificuldade pelos corredores brancos do hospital, enquanto a cena de Castiel deslizando pela lataria passava repetidamente por minha cabeça, chorando, comecei a gritar pelo hospital.

- ALGUÉM AJUDA ELE ELE TA MORRENDO

Gritei até chamar atenção de todos os pacientes e funcionários do local, que vieram a meu socorro correndo, carregando uma maca e me dizendo para colocar Castiel nela com cuidado, fizeram todos os primeiros socorros na sala de espera, enquanto eu estava ao lado e os ajudando com coisas como segurar sua cabeça, quando minha ajuda era necessária.

Até que um grupo de enfermeiros e médicos começaram a andar puxando a maca junto de seus corpos, um dos enfermeiros ficou para trás quando comecei a correr junto, me segurando.

- o senhor não pode entrar com ele, faremos os procedimentos necessários, não se preocupe, vamos salva-lo. - as palavras do enfermeiro não significavam nada para mim, minha cabeça estava vazia, minha visão borrada, minha audição sendo tomada repetidamente pelo barulho estridente do tiro...

Enquanto observava a equipe levar Castiel para dentro de outro corredor, em um ato de rendição, e vulnerabilidade, cai de joelhos no chão, no meio daquele corredor, com as luzes brancas tão claras que estavam me deixando cego.

Sam chegou ao meu lado, se ajoelhando também, me segurando em seus braços, eu estava perdido. Por que isso estava acontecendo comigo?... Por quê eu? Por quê ele?

- isso é um pesadelo certo? Vai passar - eu disse em um tom baixo de voz... A falta de esperança... O shock ainda tomando conta de meu corpo...

- tá tudo bem Dean, vai passar. - Sam disse no mesmo tom de voz. Não pude evitar de pensar em todas as vezes que os papéis estavam revertidos, eu estava consolando Sam, eu sou o mais velho, era pra eu estar consolando ele, não ele me consolando.

Eu não... O que estava acontecendo? Por quê? Isso é realmente um pesadelo, Cas irá me acordar a qualquer segundo agora me dizendo que é de manhã... Certo?

Pensei comigo mesmo, enquanto lágrimas insistentes rolavam em meu rosto.

Passei horas em pé, andando de um lado para o outro, perguntando para qualquer funcionário sobre o estado de Castiel, e nada. Até que após 5 horas, um médico chegou, e chamou por mim.

- acompanhante de Castiel Novak, Dean Winchester? - ele disse em alto e bom tom.

- Eu, eu, aqui! - eu disse andando impaciente em sua direção.

- senhor Winchester...

- me chame de Dean.

- Dean... Castiel sofreu uma lesão na parte superior do tórax, atingindo seu pulmão direito, pelo o que conseguimos analisar, a bala não o atingiu diretamente, pois o ângulo em que estava alojada era de baixo pra cima, causando com que a bala entrasse por sua barriga, e alcançasse a metade de seu pulmão. - eu ouvia a cada palavra que o médico dizia com atenção, mas eu ainda não entendia se meu namorado estava bem ou não.

- Doutor, ele está fora de perigo? - não aguentei ouvir a explicação toda, precisava saber.

- infelizmente não, Dean, ele precisará de um transplante de pulmão o mais rápido possível, porém existe uma fila muito grande.

- eu posso doar, pegue o meu. - eu disse, quase como implorando.

- o transplante vindo de doadores vivos não pode acontecer com o tipo de ferimento de Castiel... Senhor winches... Dean, você apenas poderá doar parte de seu pulmão, mas ele precisa da totalidade.

- eu quero doar. O que for preciso... Pegue. - eu disse, desesperado.

- tudo bem... Vou precisar com que você assine todos esses formulários, mas volte para casa, faremos o procedimento o mais rápido possível, assim que você estiver descansado e de jejum. - o médico disse, colocando sua mão em meu ombro quase como em um sinal de conforto.

- tudo bem, eu entendo.- eu disse, logo após isso, Sam se aproximou e segurou meu ombro, me ajudando a caminhar para fora do hospital, e para dentro do carro.

                                ∆∆∆

A viagem até a casa foi silenciosa, desconfortável, um clima tão denso que eu poderia cortar com uma faca se eu quisesse, Gabriel ainda estava em estado de choque, olhando pro horizonte no banco do passageiro. Sam parecia concentrado na estrada, mas não conseguiu esconder a tensão em seu corpo e sua mente quando sua mão direita segurou firmemente no volante o apertando.

Um dia que havia começado tão bem... Como podia ter terminado tão mal? E como John sabia que estaríamos lá? Talvez ele esteve nos observando por mais tempo do que eu imaginava...

Eu estava pronto pra aceitar tudo o que viesse em meu caminho, menos a morte de Castiel. Não era certo, ele não merecia... Ele era tão novo, cheio de sonhos... Se eu pudesse trocar de lugar com ele eu já teria o feito quando o vi deslizando pela lataria do carro.

Espero que aquele desgraçado... John esteja morto. Se os médicos não conseguirem salvar Castiel, ele vai ter tirado de mim a única coisa que ainda me fazia sorrir... Que me deu um motivo para viver...
 
Chegando na casa, tratei logo de tomar um banho, demorado, deliberando tudo aquilo que havia acontecido, eu estava vivendo apenas dentro da minha cabeça durante o banho, não estava prestando atenção em mais nada, apenas deixei com que a água quente batesse em meu pescoço enquanto eu estava de cabeça baixa, sentindo o calor, e a umidade da mesma. Aquilo era o inferno... Eu estava convencido de que eu estava no inferno.          

Quando sai do banho, logo me arrumei para ir dormir, quanto mais cedo eu fizesse o transplante, mais rápido Castiel estaria comigo novamente... Em minha cama, acariciando meus cabelos enquanto eu acordava nos sábados de manhã, sonolento, enquanto ele me perguntava quais eram os planos do dia.

Se vocês me perguntarem qual foi meu último pensamento antes de dormir...

Eu te amo Castiel não me deixe na mão...

*N/A

Oi povo! Primeiramente agradeço a paciência na demora das atualizações, esse capítulo eu estava escrevendo aos poucos e tive que fazer umas pesquisas pra acertar nos termos e enfim, mas algumas coisas eu inventei, mas é uma história né gente pode ser fantasiosa, não me matem por isso... Por favor.

Mas enfim, bom feriado de dia dos professores e dia das crianças pra vocês e é isto, vejo vocês no próximo capítulo ;)

-J

Sunlight // MoondustWhere stories live. Discover now