VENNIA

Capítulo 12

Com a proibição de ver seu amado, Vennia pensou que talvez Miriam a detestasse por completo, e inclusive, rogasse pragas por tê-la afastado de Brandon. Não foi o que ocorrera. Miriam parecia serena, quase avoada, enquanto ajudava a avó e a irmã no mercado — ou foi era isto que aparentava aos olhos dos espectadores. Pelo menos, naquelas semanas que passaram-se, pode respirar aliviada por conta da ausência de Brandon Valentine, que não rondou a residência, e nem mesmo insistiu em procurar Miriam. 

Pobre de Vennia. Se ela soubesse que sua irmã agia na desobediência, sob o véu da noite, ainda mantinha contato com Brandon, seria tomada de gigantesco desgosto. As amigas de Miriam, umas gralhas gritalhonas na flor da idade, surgiram sob gritinhos enunciando um tal desfile que ocorria do outro lado da cidade.

— Não estou a saber de nada disto, principalmente deste repentino desfile do outro lado da cidade. — Vennia agiu como mediadora da conversa.

— Ah, vovó, deixe-me ir com minhas amigas ver o desfile? — Miriam choramigava.

Hope suspirou, exausta, e então assentiu para a decepção de Vennia.

— Está bem. Podes ir, mas chegue em casa antes do entardecer.

A garota saiu em disparada, rodeada pelas amigas escandalosas. Vennia aborreceu-se.

— Vovó, se continuares a deixar que Miriam faça tudo o que quiser, ela sempre será tida como uma menina boba e apaixonada. Nunca será levada a sério por ninguém.

— Oh, deixe-a se divertir com as amigas. Ela ainda é jovem. Por outro lado, estou feliz por ela ter se afastado de Brandon. Sei que Miriam ficava feliz ao lado dele, mas sendo ele um Valentine tenho certeza de que não cumpriria as suas promessas. Porém, talvez ele fosse diferente de Heron...

— Conhecestes o Sr. Heron Valentine?

— Isso não é um assunto da qual eu queira falar, minha neta. Nem agora e nem nunca. — Hope fechou-se.

As palavras amargas de Hope acabaram por surpreender Vennia. Depois que acabaram as compras no mercado, voltaram para casa, enquanto uma crescente sensação de preocupação pela irmã, preenchia o peito de Vennia.

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Miriam encheu-se de alegria quando suas amigas, enfim revelaram a sua mentira. Era o álibi perfeito para que Brandon se encontrasse com Miriam.

— Seu amado a espera. — uma das amigas sorriu.

— Obrigada por tudo, meninas. — correu para Brandon, que a esperava debaixo de uma árvore.

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Brandon havia a arrastado para um celeiro abandonado, e lá, no meio da palha fétida, sucumbiram as flamas da paixão. Miriam tinha a cabeça repousada no peito nu de Brandon, aspirando a lasciva de minutos atrás. Levantou-se, desnuda, a apanhar as vestes que jaziam espalhadas no feno.

— Não olhe para mim, Sr. Brandon. — soltara um gritinho, pondo o vestido amassado frente ao corpo.

— E vais deixar-me, preciosa? Nem ao menos me permitirá contemplar seu belo corpo?

— Estou com vergonha.

— Tens vergonha? Ora, não é a primeira vez que eu a vejo nua, e nem a primeira vez que fazemos...

— Não diga esta palavra! — Miriam o advertiu.

— ... Amor?! — Brandon falou, galhofeiro. — Esqueceu-te da vez em que fizemos no quarto de hóspedes, duas vezes. Na casa de banho. No meio dos arbustos. Detrás do galinheiro, e em todas as vezes fostes uma boa amante... Isso quando a sua irmã não fazia o papel de nos vigiar. — Brandon riu.