3. Memórias do Passado

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DEREK

Saio pela porta, indo parar em um beco ao lado da igreja, e fico parado, esperando o Taylor chegar com o carro.

A raiva que eu sentia de mim mesmo estava me consumindo por dentro.

E eu precisava sair daqui.

Eu simplesmente PRECISAVA sair daqui !

Taylor vira o carro para a esquerda e chega até mim, em alta velocidade.

Ando até o outro lado do carro e jogo a gravata no chão, irritado.

Abro a porta e noto que um dos fotógrafos tinha notado que eu estava indo embora.

- Sr. Hale ! Sr. Hale !

Entro no banco de trás do carro e bato a porta, quando os fotógrafos começam a correr na minha direção.

- Vai ! - Ordeno e Taylor pisa no acelerador, ignorando os fotógrafos, que bombardeavam o carro com fotos.

Passo a mão no rosto e no cabelo, com muita raiva de mim mesmo e reprimindo o meu alívio por não estar mais naquela igreja.

Chuto o banco da frente e Taylor me olha, nunca tendo me visto naquele estado.

Ele queria me perguntar o porquê de eu ter ido embora, mas se controla, ao máximo.

Fecho os olhos, sabendo tudo o que eu teria que enfrentar amanhã ou provavelmente assim que eu chegasse no meu apartamento.

A Leila, confusa por eu ter ido embora da igreja.

A mídia, que faria do acontecimento o furo do século.

E a fúria do meu pai, que vai gritar comigo por eu ter jogado todo aquele investimento e a chance da minha vida no lixo.

Ele, com certeza, vai achar que eu estou "deixando de ser homem" de novo.

Eu não estava !

Eu só ... eu só preciso pensar ...

Droga !
Eu não deveria ter feito aquilo !
Não deveria !

Por que eu não posso simplesmente casar com uma mulher e pronto ?!

. . .

Saio do carro e ando, com pressa, pelo saguão do prédio, deixando Taylor para trás.

A recepcionista me vê ali, quando eu deveria estar me casando, e tira fotos.

Entro no elevador e as portas se fecham. A raiva sobe pela minha garganta, mas me controlo, até chegar dentro de casa.

E, quando eu chego lá e tranco a porta ... eu deixo tudo sair.

Arranco o maldito terno e grito, dando um chute forte na prateleira, deixando as fotos com a minha família caírem.

Jogo um vaso contra a parede, furioso demais por não ter levado o casamento até o fim.

Arranco um retrato meu da parede e o jogo no chão, quebrando o vidro.

Grito, pisando com força no meu rosto até a minha perna começar a doer.

E depois, continuo pisando.

Ando até o meu quarto, com passos pesados e me olho no espelho, observando bem o meu semblante triste e desesperado.

O meu pai tinha razão.
Como eu era patético !

Dou um soco no espelho, bem onde estava o reflexo do meu rosto, e grito de dor quando a minha mão entra em contato com o vidro.

E bato de novo, mais duas vezes, até o sangue deixar o vidro sujo.

O Garoto dos Olhos Castanhos (STEREK)Where stories live. Discover now