4. O Tal Garoto

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STILES

Ronco suavemente, com os lábios entreabertos e o rosto esmagado contra o colchão.

Escuto um barulho na porta.

- Hm. - Resmungo, passando a mão no cabelo e abrindo os olhos.

A primeira coisa que eu noto é o sol na minha janela, apesar do tempo nublado.

E a segunda é a característica zona do meu quarto, onde só eu consigo encontrar o que preciso em meio à bagunça.

Ouço o mesmo barulho de algo se chocando contra a porta do meu quarto.

- Stiles. - Lydia fala, do outro lado da porta. - Acorda. Você vai se atrasar pro 1o. dia de aula.

- O que ? - Bocejo, esticando os braços como o gato que eu sou.

- Desculpa. Eu baixei o Wattpad ontem e já estou viciada. - Lydia fala. - Mas sério. Abre a porta pra eu passar o aspirador.

Só agora eu noto que o tal barulho vinha do aspirador de pó.

- Não vai dar. - Falo, sarcástico, olhando para as minhas roupas. - Eu estou pelado.

- Ótimo. Não tem nada aí que eu já não tenha visto antes, seu enrustido.

Gargalho, ajeito a blusa e levanto para abrir a droga da porta.

- É todo seu. - Estendo a mão, permitindo que ela entre nos meus domínios.

Lydia levanta a sobrancelha, irônica, entrando no quarto com aquela velharia assustadora que a tia dela deu quando nos mudamos pra Nova York.

- Amigo, eu sei que a gente se conhece há muitos anos e tal, e me dói muito dizer isso para você, mas VOCÊ TEM QUE ARRUMAR O SEU QUARTO PORQUE EU NÃO SOU A SUA EMPREGADA, TORMENTO.

- Lydia, você sabe que eu cheguei tarde ontem. - Me justifico, parado na porta. - Não deu tempo de eu dar uma geral.

- É, eu sei exatamente o que você estava dando ontem. - Lydia comenta, passando o aspirador debaixo da cama.

Arremesso uma almofada nela.

- Ei.

- Eu estava procurando ESTÁGIO ontem, Madre Teresa da Inconveniência. - Respondo.

- Não sabia que estavam oferecendo estágio no puteiro. - Lydia ironiza.

- Sua mãe mandou um beijo.

- Seu cretino. - Lydia ri, arremessando a almofada em mim de novo. - Estava engraçado até você envolver a minha mãe nisso.

- Você que começou. - Rio, jogando de volta e saindo do quarto. - Palhaça.

- Ainda vou transformar você em hétero um dia. - Lydia ameaça, usando a nossa piada interna.

- Boa sorte com isso. - Respondo, sarcástico.

A televisão estava ligada, mostrando um tal executivo fugindo do casamento, pela porta dos fundos da igreja.

Outra fofoca sensacionalista.
Nem presto atenção.

Passo pela cozinha do nosso apartamento modesto, que Lydia e eu dividimos desde que conseguimos bolsas de estudo na Universidade de Nova York.

Bocejo de novo e sorrio, vendo um poodle branco começando a ração no pote.

- Oi, Bebê. - Faço carinho no pequeno animal, que coloca a língua para fora, aproveitando. - Nossa, como você é mimado.

Lydia e eu chamamos o nosso cachorro de "Bebê".

O Garoto dos Olhos Castanhos (STEREK)Where stories live. Discover now