O Garoto dos Olhos Castanhos (STEREK)

6. A Entrevista

DEREK

Eu não vou mentir.

Nenhum desses candidatos chegou perto de me impressionar nas entrevistas.

Continuo sentado na minha cadeira, dando uma lida nos currículos dos últimos candidatos. Todos pareciam exatamente iguais, sem algo que os destacasse.

Alguns pareceram nervosos demais na entrevista, e isso sempre atrapalha.

A garota com celular com certeza sabia que eu tinha abandonado o meu casamento e ficou boa parte da entrevista abrindo e fechando as pernas, querendo atrair o meu interesse.

Indo contra o meu profissionalismo, até tentei forçar algum sentimento em mim para olhar as pernas da garota, mas falhei, como sempre.

Mais uma vez, parecia que havia alguma espécie de muro entre mim e qualquer mulher. Um muro que eu não conseguia atravessar, por mais que eu tentasse.

É claro que a garota é inadequada.

Descarto mais alguns dos candidatos da lista e passo rapidamente os meus olhos no currículo do último, no mesmo instante que Andrea pede para que o Sr. Stilinski entre.

Me levanto e passo pela mesa, querendo acabar logo com aquilo para que pudesse me concentrar em assuntos mais importantes.

Fico bem perto da porta quando ela se abre e o candidato entra, se virando rapidamente para comentar algo com a Andrea e fechar a porta.

Me aproximo ainda mais, pronto para ser educado e profissional como sempre sou mas, assim que ele vira o rosto, algo em mim para.

Não sei exatamente o que me faz parar, mas algo simplesmente não me deixa continuar andando.

Fixo a minha atenção nos olhos castanhos claros dele e não consigo desviar o olhar, por mais que eu tente.

Ele tinha um olhar doce e levemente ansioso.

Possuía um magnetismo único, que me fazia querer chegar mais perto.

Acho que, pela primeira vez na minha vida, eu não sabia o que fazer.

Ou como reagir.

 

STILES

Primeiro, eu fico surpreso por ter passado por aquelas portas enormes sem tropeçar em alguma coisa. Um grande ponto positivo para mim.

Segundo, fico surpreso pelo cara que iria me entrevistar estar tão perto da porta. Acho que esperava que ele ficasse na mesa.

Terceiro ... nossa.

Ando até ele, mas parece que os meus passos ficam mais lentos conforme eu me aproximo. Como se eu estivesse afundando em uma areia movediça.

Fico meio descrente, como se estivesse duvidando que isso fosse uma espécie de pegadinha ou achando que tinha entrado na sala errada, que é uma coisa que eu geralmente faço.

O homem na minha frente tinha cabelo curto, olhos profundamente verdes e uma barba perfeitamente aparada, como se o próprio anjo Gabriel tivesse passado a gilete ali.

Era possível ver um corpo musculoso e bem definido por baixo do tecido do terno preto.

Eu estava praticamente hipnotizado.

De verdade.

Mordo os lábios, sabendo que eu olharia para esse homem o dia inteiro, se pudesse.

- Nossa, você é lindo. - Solto.

- O que ?

Que vacilo.