Agradecimentos de Fim de Ano, por @DessaFig

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Fim de ano

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Fim de ano.

Ah, você sentiu, né? Aquela sensação boa que surge apenas ao ler essa frase tão bonita.

Grande parte das pessoas sente o mesmo quando ouve falar dessa época em especial. Para muitos, o fim de ano é algo extremamente esperado. Ele costuma ser muito utilizado para que aqueles que desejam possam agradecer por todas as coisas boas que lhes aconteceram durante o ano que passou e também reencontrar a família.

Sabe, até o ano passado, eu era uma dessas pessoas. Mas, depois de todas as coisas trágicas que aconteceram comigo durante esse ano... Bem, digamos apenas que, dessa vez, não há muito pelo qual eu queira agradecer e certamente não há nenhuma família que eu queira encontrar se não a que já mora sob o mesmo teto que eu.

Por quê? Ah, veja bem, nesse ano meu "pai" abandonou a mim e minha mãe por outra mulher, então estar com ele e a nova família dele não era algo que eu almejava, alguns dos meus artistas favoritos morreram, muitos dos meus grupos preferidos de música pop e/ou rock de diversas nacionalidades se separaram, eu quase reprovei no último ano da escola e, por fim, minha melhor amiga se afastou de mim repentinamente dois meses antes do fim do ano.

Pois é, depois de tudo o que aconteceu, essa última coisa foi o que mais me abalou. Clarissa era quase que meu porto seguro em meio a todo o caos presente na minha vida, ela era a única pessoa em quem eu confiava plenamente. A dúvida que prevalecia era o motivo de Clari ter se afastado. Será que eu havia feito algo que lhe machucou? Ela simplesmente criou um mini ranço com a minha cara e não queria mais me ver? Ou, quem sabe, talvez a garota finalmente tenha descoberto que eu era apaixonada por ela e seus cachos loiros há quase dois anos, então resolveu se afastar para evitar desavenças...

O ponto é, eu estava receosa com aquilo tudo. Somando isso com todas as outras pequenas merdas que aconteceram durante aquele ano, o fim de ano não tinha tanta importância assim pra mim, não quando parecia que eu estava pisando sobre areia movediça; quanto mais eu tentava resolver as coisas, pior a minha vida ficava. No final, a única coisa que eu desejava comemorar durante os últimos dias daquele ano, era justamente o fato de que ele estava acabando.

No dia 29 de dezembro, Sabrina, uma outra amiga minha, a mais próxima depois de Clari, me convidou para a festa de Réveillon que ela daria pro pessoal da nossa classe na casa de praia dos pais dela. Como minha mãe iria para a festa de fim de ano da empresa dela e ela não queria me deixar em casa sozinha, eu pensei que ir "festejar" com alguns conhecidos não seria uma ideia tão ruim. Depois de muito insistir, minha mãe permitiu que eu fosse, mas apenas se prometesse que não voltaria grávida de lá.

Lógico que, reagindo a isso, eu apenas ri, quase soltando um "se preocupa não, mãe, eu não gosto desse lado da força", mas ela já sabia disso muito bem e só fazia aquele tipo de comentário para brincar com a minha cara...

Enfim, o importante é que deu tudo certo e, logo no final da tarde do dia 31, eu estava sentada na areia de uma praia da qual eu sequer sabia o nome, bebendo algum tipo de refrigerante sabor uva, enquanto olhava o sol se pôr ao longe. Algumas outras pessoas estavam à minha volta, brincando e curtindo o último dia do ano, antes que a praia ficasse lotada de pessoas em busca de uma boa visão dos fogos de artifício que logo mais começaríam a iluminar o céu junto com as estrelas.

Contando um Conto | Young Adult LPWhere stories live. Discover now