Capítulo 3

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Alguns segundos se passaram antes que ela finalmente pudesse compreender o que estava acontecendo e ter uma reação própria para a situação

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Alguns segundos se passaram antes que ela finalmente pudesse compreender o que estava acontecendo e ter uma reação própria para a situação. Piscou os olhos uma, duas, três vezes, tentando se adaptar à escuridão e então os verdes mergulharam no cômodo, focando apenas na figura loira em miniatura a sua frente, cujo rosto estava embebedado em lágrimas quentes e os lábios trêmulos deixavam escapar soluços baixos e roucos. Kara. Assim que seu cérebro foi capaz de processar, Lena levantou-se e se sentou sobre a cama, franzindo o cenho ao encarar o relógio e perceber que ainda estava longe da hora de acordar e enfrentar mais uma dia. Era madrugada, a lua ainda brilhava do lado de fora e as estrelas se escondiam atrás de algumas nuvens negras, indicando que provavelmente a chuva iria agraciar a todos com sua presença logo cedo. No entanto, por algum motivo ainda desconhecido, a pequena heroína havia acordado em prantos.

— Hey, o que houve? — esfregou rapidamente os olhos e colocou os pés no chão, empurrando os lençóis para o lado — hey...

— L-Lena... estava... es-estava tudo es-escuro e... — a loirinha soluçou alto dessa vez, com mais lágrimas escorrendo em suas bochechas coradas e foi então que a mais velha reparou que apesar dela ter escapado do quarto, ainda segurava o foguete de pelúcia nos braços — e-eu fiquei... fiquei com medo e n-não...

— Respire, querida — alcançou-a delicadamente com as mãos e limpou seu rosto, a fazendo assim se aproximar, mesmo que seu corpo se recusasse a se mover — foi apenas um sonho ruim.

Entretanto, por mais que ambas tivessem a plena convicção de que tinha sido realmente apenas um pesadelo, a pequena Danvers não se encontrava forte o suficiente para acreditar nessa verdade. Em sua mente de apenas quatro anos de idade, tudo o que havia se passado diante de seus olhos tinha sido real, tão real quanto a Luthor a sua frente, quanto acordar no dia seguinte e ter certeza que o sol estaria ali do lado de fora. As sensações, o medo, o pânico e toda a ansiedade e angústia que lhe acompanharam por aquelas poucas horas de sono haviam sido tão vívidas que ela jurou que podiam lhe tocar, mesmo dormindo. Por conta de suas memórias de adulta, mesmo que a kryptoniana nunca tivesse presenciado nada traumático naquela tenra idade, sua mente não estava sendo capaz de gerenciar toda a carga emocional, muito menos separar a mudança brusca que seguia danificando seu crescimento e desenvolvimento cerebral. Kara estava ao mesmo tempo vivendo o passado, com lembranças das quais — teoricamente — não tinha consciência do ocorrido.

E Lena não sabia o que fazer, pois ela não parava de chorar e soluçar. Para ser bem honesta, a CEO sequer sabia sobre todo o sofrimento que a melhor amiga passou. A heroína nunca lhe contou sobre os vinte e quatro anos de silêncio, solidão e escuridão na qual havia vivido. Então como ajudar alguém cujos motivos para estar desabando daquela maneira eram completamente desconhecidos pelo outro? Estava perdida, para não dizer claramente desolada, nunca em toda sua vida a morena chegou a pensar no quão doloroso e desesperador podia ser assistir uma criança chorar e não saber como agir.

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