Dezoito

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Austin Letter

Eu e Henry nos despedimos de todos amigavelmente quando já estava tarde o suficiente e, logo depois, eles foram embora.

A dificuldade pairou em Lana, que não queria desgrudar de Henry por nada. Mas no fim, ela cedeu e foi embora irritada por não ter tido a permissão de sua mãe para posar aqui.

Depois da despedida, nós se encaminhamos até o nosso quarto compartilhado e, assim que chegamos, eu corri até o banheiro para me trocar e colocar um pijama.

Mesmo eu não estando concentrada o suficiente, eu precisava me esforçar para fazer a redação da faculdade para conseguir a vaga em Nova York. Se levar em conta que agora já havia passado da meia noite, a entrega da redação seria para amanhã.

Eu tinha menos de vinte e quatro horas para fazer, eu estava totalmente ferrada.

—Henry, que horas é o nosso voo? — pergunto à ele enquanto prendo meu cabelo em um coque no topo da minha cabeça.

Ele, como o metido que era, tirou sua camiseta e calça ficando apenas com uma cueca boxer preta colada em seu quadril. Meus olhos inspecionam seu corpo lentamente e minha conclusão foi que Henry era absurdamente linda.

Claro que eu já havia visto e sentindo seus músculos antes, mas era diferente agora, era difícil olhar e não poder tocar ou contemplar.

— 18 horas. — ele comenta com um sorriso divertido em seus lábios.

Pisco em confusão.

—O que? — pergunto um pouco sem som.

Ele ergue uma sobrancelha para mim.

—A hora do voo, você acabou de perguntar.

Acordo de meus pensamentos e assinto com a cabeça, indo até minha mochila e retirando meu notebook dela.

Ignorando completamente a minha humilhação.

Henry se deitou na cama dele arrumando sua posição e, aparentemente, não deixando nenhum espaço pra mim.

—Venha dormir, está tarde, quero seu corpo aqui para me aquecer. — ele resmunga batendo no pequeno espaço livre que havia deixado.

Infelizmente a escrivaninha ficava ao lado da cama de Henry, deixando apenas uma pequena distância entre os dois.

—Em primeiro lugar, está calor. E em segundo lugar, como você quer que eu me deite aí se não há nem mesmo espaço para mim? — pergunto sentando na cadeira da escrivaninha e apoiando o notebook ali.

Ele revira os olhos e ergue sua mão para alcançar minha cadeira e a puxa pra mais perto da cama, ou melhor, de si.

—Venha. — ele diz em um tom firme.

Puxo minha cadeira de volta.

—Preciso fazer uma redação Henry, ela é importante então não me distraía.— abro o notebook e digito a senha de entrada.

Ele bufa e se senta na cama, ficando cada vez mais próximo de mim.

—Qual o tema? — pergunta curioso.

Sem olhar pra ele, o respondo.

— Fotografia, seu lugar no mundo.

Abro o word e tento organizar meus pensamentos.

Mas uma voz rouca me impede.

—Eu posso te ajudar nisso.

Solto uma gargalhada, me obrigando a virar para encarar seus olhos.

RecontruídoWhere stories live. Discover now