Recontruído

Trinta e Quatro

Austin Letter

Minha pressão havia caído.

Eu estava começando a ter enjoos matinais e, definitivamente, não comer não estava me ajudando nisso.

Graças a Alex que me levou incrivelmente rápido ao hospital, no final deu tudo certo e logo eu fiquei bem.

E nesse exato momento eu estava sentada em uma das cadeiras do corredor esperando ser chamada para as últimas palavras do médico.

Alex estava comigo o tempo todo, pedi a ele para chamar Henry e não demorou muito para que ele surgisse correndo pelos corredores gritando pelo meu nome.

Todos se viraram para ele assustados, não entendendo o que estava acontecendo.

Esse cara amava me fazer passar vergonha.

Levanto minha mão calmamente para cima e, assim que seus olhos pousam nos meus, ele corre até onde estou e me pega em seu colo me retirando da cadeira.

—Ah Austin, eu estava morrendo de preocupação. — seus braços grandes me envolvem em um abraço e meus pés saem do chão.

Retribuo o abraço e beijo sua bochecha.

—Está tudo bem, minha pressão só caiu um pouco. — digo agora encarando seus olhos.

Ele me põe no chão e cola sua testa na minha. Seus olhos estudam o meu rosto por um momento e ele se afasta olhando para Alex.

—Obrigada por me avisar. Eu te devo uma, cara.—Henry estica sua mão para cumprimentar meu amigo e Alex sorri abertamente pra ele aceitando seu gesto.

—Austin Letter. — o médico chama e eu pulo em meu lugar.

Sorrio para Alex me despedindo prevemente e vou até ele sendo acompanhada de Henry.

Cesso meus passos.

—Hey, não precisa vir comigo. Eu só vou falar com ele rapidinho, eu estou bem. — tento o convencer, mas ele parece não se intimidar.

—De jeito nenhum! Vamos, eu te acompanho. — ele me puxa pela mão e logo entramos na sala.

Eu estava ferrada.

O médico sorri para nós dois e ele se senta em sua mesa esticando sua mão para frente mostrando para nós se sentarmos nos assentos vagos.

Fazemos isso.

—Então Letter, ninguém te avisou que você precisa se alimentar? — ele pergunta com um humor notável.

Sorrio timidamente.

—É, acabei acordando atrasada hoje e não deu tempo. Não pensei que isso iria prejudicar meu dia.

O médico ergue sua sobrancelha para mim em advertência.

—Bem, agora você terá que tomar muito cuidado. Você sabe, né?

Assinto com a cabeça e sinto Henry pesar seu olhar sobre mim.

Droga, não era desse jeito que eu queria que ele descobrisse.

—Não acredito que você será dessas pessoas que tem enjoos e mal estar. Apenas faça o certo, e nunca passe frio ou calor. Desse jeito vocês ficaram bem.

Henry, ainda sem desviar seu olhar de mim, rapidamente pergunta ao médico.

—Vocês?

O médico sorri e Henry olha para ele.

Meu coração palpita rapidamente.

—Claro, ela e o bebê.

A sala fica em silêncio, eu não me pronuncio e ele não fala nada. Olho de relance para ele e vejo que seu cenho estava franzido. Ele lentamente se vira para mim abismado.