Meu coração estava acelerado. Rue parecia confusa, ela não olhava para mim, apenas falava em como iríamos sobreviver.
-Uma arma... O que pode ser uma arma?
-Rue?
-Arma...
Cutuquei ela e entreguei uma pistola que achei jogada.
-Isso serve?
Ela sorriu.
-Sim.
Pelo menos eu a ajudei, por que não me sinto satisfeita? E que dor é essa?
-Cuidado. -Disse ela.
Passamos agachadas por um corredor de árvores, ela guiando armada, eu apenas seguindo.
-É, não tem ninguém. -Uma voz feminina soou no final do corredor, próxima a nós, mas distante o suficiente para não nos ver.
Ela me olhou, uma dupla se aproximava. As meninas nos encararam assustadas, um casal de mãos dadas.
Rue assentiu e as meninas fizeram o mesmo. Passamos sem entrar em conflito. Nós somos que nem elas, tirando o fato que não somos um casal...
Respirei aliviada ao encostar em um tronco.
-Ainda bem. -Sussurei.
Ela virou para mim e começou a caminhar em minha direção. Meu corpo foi arrepiando, meu coração pulsava forte.
-A bala está acabando e também... -Ela tirou o resto de blusa, ficando apenas de sutiã- Temos isso.
Eu fiquei boquiaberta. Um machucado enorme na costela, sangrando muito.
-Como? Quando?
-Não sei. -Ela gemeu de dor e sentou na pedra em minha frente.
Eu agachei e encarei o machucado. Ou melhor, ele me encarava.
-Nós temos que seguir. -Disse ela enrolando a camisa para estancar o sangue.
-Não, você não pode seguir assim.
Eu estava furiosa. Não queria que ela se ferisse mais.
-Tá tudo bem. Melhor uma ferida do que a morte.
Eu suspirei. Não tinha como discordar.
-Vamos. -Ela levantou com muita dificuldade.
Tentei ajudá-la, recebi uma mão no ombro seguido de um palavrão.
-Precisamos de munição.
-Sim.
Andamos em silêncio por algum tempo, não encontramos ninguém. O silêncio dela era compreensível pelo desafio, mas o outro me incomodava, apenas uma reação surpresa? Sem nenhum diálogo?
Meu coração doía e agora eu entendia que era por causa dela. Esse silêncio, essa frieza em relação aos meus sentimentos.
-Agacha.
Ela me puxou, me fazendo cair, a queda não doeu.
-Não sei para onde estamos indo. -Cassie disse.
-Olha Lexie, não tem ninguém, eu vou falar o quanto eu quiser.
Nós levantamos. Lexie empunhou a espada.
-Que bom que são vocês.
Eu sorri de lado.
-O que houve? -Lexie apontou para o machucado de Rue.
-Não sei. E o seu pé?
Lexie estava com o pé esquerdo enrolado em uma blusa jeans rasgada.
-Pedras.
-Mataram alguém?
Negamos.
-Vocês?
-Também não.
Ouvi algo no mato atrás de nós, uma movimentação.
-ABAIXEM.
Nos jogamos no chão, bati meu tronco em uma pedra grande, gemi baixo de dor. Rue percebeu e tocou no meu ombro para mostrar compaixão.
-Nós iremos matar!
A voz se aproximava junto com seus passos. Três homens, provavelmente um perdera a dupla.
-Por quê? -Perguntou Cassie.
-É um jogo de sobrevivência. -Reconheci a voz, Nate.
-Então sobreviva e não mate.
-Não é esse o nosso plano.
Rue levantou e atirou nos três. O sangue voou em nós, ainda no chão.
-AAAAAA.
-Morreram?
-Não sei. Vamos.
Ela pegou em minha mão. Meu corpo doía, mas foi apenas uma batida.
-Agora sim. -Rue chacoalhou a arma- A munição acabou.
YOU ARE READING
Rule My Life - Rules [REESCREVENDO)
Fanfiction"É claro que os guias sabiam o que ia ocorrer, afinal, faziam isso a anos. O jogo possui algumas regras; não pode ser revelado e tem o intuito de controlar a população. A natureza é finita e os desejos humanos são infinitos. A melhor saída fora o Jo...