Regra 10 (Jules)

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Meu coração estava acelerado. Rue parecia confusa, ela não olhava para mim, apenas falava em como iríamos sobreviver.

-Uma arma... O que pode ser uma arma?

-Rue?

-Arma...

Cutuquei ela e entreguei uma pistola que achei jogada.

-Isso serve?

Ela sorriu.

-Sim.

Pelo menos eu a ajudei, por que não me sinto satisfeita? E que dor é essa?

-Cuidado. -Disse ela.

Passamos agachadas por um corredor de árvores, ela guiando armada, eu apenas seguindo.

-É, não tem ninguém. -Uma voz feminina soou no final do corredor, próxima a nós, mas distante o suficiente para não nos ver.

Ela me olhou, uma dupla se aproximava. As meninas nos encararam assustadas, um casal de mãos dadas.

Rue assentiu e as meninas fizeram o mesmo. Passamos sem entrar em conflito. Nós somos que nem elas, tirando o fato que não somos um casal...

Respirei aliviada ao encostar em um tronco.

-Ainda bem. -Sussurei.

Ela virou para mim e começou a caminhar em minha direção. Meu corpo foi arrepiando, meu coração pulsava forte.

-A bala está acabando e também... -Ela tirou o resto de blusa, ficando apenas de sutiã- Temos isso.

Eu fiquei boquiaberta. Um machucado enorme na costela, sangrando muito.

-Como? Quando?

-Não sei. -Ela gemeu de dor e sentou na pedra em minha frente.

Eu agachei e encarei o machucado. Ou melhor, ele me encarava.

-Nós temos que seguir. -Disse ela enrolando a camisa para estancar o sangue.

-Não, você não pode seguir assim.

Eu estava furiosa. Não queria que ela se ferisse mais.

-Tá tudo bem. Melhor uma ferida do que a morte.

Eu suspirei. Não tinha como discordar.

-Vamos. -Ela levantou com muita dificuldade.

Tentei ajudá-la, recebi uma mão no ombro seguido de um palavrão.

-Precisamos de munição.

-Sim.

Andamos em silêncio por algum tempo, não encontramos ninguém. O silêncio dela era compreensível pelo desafio, mas o outro me incomodava, apenas uma reação surpresa? Sem nenhum diálogo?

Meu coração doía e agora eu entendia que era por causa dela. Esse silêncio, essa frieza em relação aos meus sentimentos.

-Agacha.

Ela me puxou, me fazendo cair, a queda não doeu.

-Não sei para onde estamos indo. -Cassie disse.

-Olha Lexie, não tem ninguém, eu vou falar o quanto eu quiser.

Nós levantamos. Lexie empunhou a espada.

-Que bom que são vocês.

Eu sorri de lado.

-O que houve? -Lexie apontou para o machucado de Rue.

-Não sei. E o seu pé?

Lexie estava com o pé esquerdo enrolado em uma blusa jeans rasgada.

-Pedras.

-Mataram alguém?

Negamos.

-Vocês?

-Também não.

Ouvi algo no mato atrás de nós, uma movimentação.

-ABAIXEM.

Nos jogamos no chão, bati meu tronco em uma pedra grande, gemi baixo de dor. Rue percebeu e tocou no meu ombro para mostrar compaixão.

-Nós iremos matar!

A voz se aproximava junto com seus passos. Três homens, provavelmente um perdera a dupla.

-Por quê? -Perguntou Cassie.

-É um jogo de sobrevivência. -Reconheci a voz, Nate.

-Então sobreviva e não mate.

-Não é esse o nosso plano.

Rue levantou e atirou nos três. O sangue voou em nós, ainda no chão.

-AAAAAA.

-Morreram?

-Não sei. Vamos.

Ela pegou em minha mão. Meu corpo doía, mas foi apenas uma batida.

-Agora sim. -Rue chacoalhou a arma- A munição acabou.

Rule My Life - Rules [REESCREVENDO)Where stories live. Discover now