Regra 13 (Cassie)

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—Jules, que bom que te achei...

Ela passou por mim, me ignorou. Que estranho, Jules nunca fez isso, pelo menos comigo.

—Lexie, eu encontrei mun...

Ela passou por mim. Eu suspirei, deve estar indo atrás da Rue.

—Cassie.

—Maddie!

Eu a abracei. Ela chorei em meus braços.

—O que aconteceu? A Kat sobreviveu?

Ela negou abaixando a cabeça. Eu a abracei de novo. Odeio ver minha melhor amiga destroçada.

—Ela morreu, eu implorei por ajuda Cassie, ninguém me ajudou.

—Onde você estava?

—Eles chamavam de Casa Amarela. –Sua expressão tornou-se sombria. —Aquilo era uma prisão, amarela por fora, com apenas paredes brancas por dentro. –Ela me olhou, os olhos marejados. —Todo dia saíamos para o pátio, éramos obrigados à passarmos o dia lá. Naquele chão sujo de concreto.

Ela suspirou.

—Era proibida qualquer demonstração de afeto de homossexuais. –Ela olhou pro lado, sua expressão era dura. —Todos eram homossexuais, não existem outra sexualidade que se atraía pelo mesmo gênero para Eles. O pior não ocorria conosco, nós nos comportavamos, eu sentava longe da Kat todos os dias, se eu olhasse para ela, me batiam e ameaçavam me matar. Quem sofria mais eram as pessoas não cisgênero, elas passaram por muitas terapias de conversão, assim como nós, mas as delas, eram mais dolorosas.

Eu estremeci.

—Como?

—Mandaram uma mulher trans para uma piscina de água acima de 70°C, essa foi a lenta e dolorosa morte dela. Não era para ela morrer, era pra ser mais um dia de "terapia". –Ela fez aspas com os dedos. —Esqueceram ela e ocorreu.

—Quem mais estava lá?

—No geral lgbtqs, mulheres independentes e negros. Vi outros com depressão e ansiedade, Eles os chamavam de loucos. –Ela torceu a boca. —Era horrível, setenta por cento morreram, incluindo a Kat, por falta de cuidados ou por essas torturas.

—Eu sinto muito.

—Para onde foram os outros? –Virei e Jules estava atrás de nós ouvindo tudo.

—Aposto que jogados na floresta.

Jules caminhou até ela.

—Nós vamos recompensar Kat e vamos sair daqui.

Maddie sorriu. Elas se abraçaram. Rue se aproximou da direção oposta pela qual Lexie passou.

—Cadê a minha irmã?

—Eu não sei.

Ela olhou para Jules, a qual desviou o olhar ressentida. Procurei Lexie, até achar seu corpo jogado no rio.

—LEXIE.

Desci da ponte, salvei seu corpo da água fria. Ela estava roxa, seu corpo totalmente sem vida.

—Não!

—Quem faria isso? –Disse Jules com a voz tremendo.

—Estamos em um jogo de sobrevivência qualquer um pode ter feito.

Eu olhei para Rue.

—Você!

—O quê?

Ela soou surpresa.

—Você devia protegê-la, minha irmãzinha te considerava muito. –As lágrimas desciam pelas minhas bochechas. —Ela era apaixonada por você.

—Cassie, eu sinto muito. Eu a considerava como melhor amiga.

—Então, por que não a protegeu?

—Eu...

Eu a coloquei no meu colo, fiquei alisando sua bochecha.

—Nós vamos deixar você se despedir, tudo bem? –Maddie tocou no meu ombro.

Assenti segurando em sua mão. Elas saíram. Jules virava o rosto para me olhar. Eu continuava chorando.

—Você lembra do nosso Castelo? Nós éramos princesas tão ricas. Você matou um dragão para me proteger.

Eu chorei mais. As lágrimas descendo aceleradamente.

—Eu não te protegi.

Encostei minha testa na dela. Meu corpo quente comparado ao dela.

—Eu não estava lá por você. Agora o nosso Castelo vai ficar vazio. Como você disse que ficaria.

Eu comecei a cantarolar a nossa música de ninar.

—É hora de ir para o seu castelo, desça do seu cavalo, ajude a sua irmã. –Minha voz falhou. —Eu sinto muito maninha.

Autora: eu tô chorando muito.

Rule My Life - Rules [REESCREVENDO)Where stories live. Discover now