Final Original (Narradora)

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Elas se olharam, com os corações acelerados subiram as escadas, as quais não pareciam ter fim.

Maddie cobriu seus olhos com sua mão devido ao sol. Havia seguranças armados e escondidos, prontos para matar, inclusive uma semelhante.

Rue se armou, Maddie fez o mesmo. Elas andaram uma na frente e outra atrás, prontas para defender todos.

—Não.

Maddie correu até a grama atrás dela. Com lágrimas nos olhos se aproximou do corpo da melhor amiga, agora sem vida, com sangue ao redor.

—Eu não deveria ter te deixado.

Ela abraçava-a.

—Me perdoa Cass, por favor.

Kat tocou em seu ombro, demonstrando respeito. As outras ficaram em silêncio, perderam outra amiga e isso não parecia o fim.

—Ei.

Rue mirou para Nate.

—Sou eu, abaixa isso.

Assim o fez.

—Os túneis nos trouxeram pra cá.

—Sim.

Após uma movimentação nos arbustos, um grupo de soldados saiu e começou a atirar. Alguns se esconderam, mas a Guia foi atingida e caiu no chão.

—Sabia que estava tranquilo demais.

Jules abraçou Rue.

—Vamos tentar ficar vivas.

Ela se armou e passou a mirar nos soldados. Uma verdadeira guerra se instarou ali.

Gritos, tiros, lágrimas, tudo muito alto e presente. Sangue escorrendo pelos braços e bocas, mas não havia descanso, era tempo de se libertar.

—Matamos todos?

—Sim. –Disse Kat do outro lado.

Eles correram, até se depararem com uma fronteira. O mundo real e esse estúpido Jogo. Um passo e estariam livres, prontos para contar suas histórias.

Estavam ofegantes e animados para o futuro.

—Não.

Uma risada se seguiu. O Pai de Nate os olhou.

—Pai?

—Meu pai criou esse Jogo. –Disse ele com orgulho. —Nós exportamos para todos os países. Assim, não teremos quem nós contestar.

Ele andou de um lado pro outro em suspense.

—Últimas palavras?

Nate o olhou com ódio, seu coração pulsava, ele não raciocinava, apenas pulou em seu pai. Enquanto se debatia, os outros tentavam tirá-lo de lá. Até os tiros voltarem.

Apenas Rue e Jules conseguiram fugir. Todo o resto se foi. Os corpos de Maddie e Kat estavam quase abraçados, tentaram se envolver, porém os guardas não deram tempo para o casal. Nate e seu pai morreram, junto com seus amigos.

A respiração de Rue vacilou, Jules tocou em seu ombro com lágrimas nos olhos.

—Eu não quero te perder.

—Nós já estamos perdidas.

Rue a abraçou forte, temendo morrer e principalmente, temendo a morte de Jules.

—Nossos amigos se foram. Nós não vamos revolucionar nada.

—Você soa como eu.

Elas se separaram, seus corpos estavam quentes e a floresta mais quente ainda.

—Quanto tempo isso vai durar?

—Por quanto tempo eles ainda odiarão as minorias?

Eu suspirei.

—Eu não sei Jules. –Seus olhos se borraram devido as lágrimas. —Eu não sei.

Se abraçaram por mais um tempo, protegidas naquele abraço. Se armaram e foram enfrentar os cinco guardas da fronteira.

.
.
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Três tiros em cada uma.

É claro que elas morreram, nenhuma revolução começa sem sangue dos inocentes. De cem países que adotaram esse estúpido controle populacional, sessenta deles apresentaram uma tentativa de revolução.

Afinal, isso não é um conto de fadas e sim uma injustiça com as minorias.



Rule My Life - Rules [REESCREVENDO)Where stories live. Discover now