Regra 14 (Rue)

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Uma hora depois

—Ela está demorando, vou checar. –Disse Maddie pegando uma espada.

Ela desapareceu na escuridão da floresta. Meu corpo agradecia pela fogueira à minha frente, pois eu não tremia mais.

Meu olhar se direcionou à Jules, a qual insistia em ficar distante de mim.

Meu corpo tremeu, dessa vez não era de frio. Minha melhor amiga morreu, eu não conversei com ela após o beijo, ela estava sozinha.

Ela estava sozinha. Será que ela..? Passei a chorar, não conseguia mais me conter.

—Ei. –Maddie se aproximou.

—Ela se foi.

—Eu sei.

—Por minha culpa.

—Não foi Rue. –Disse Cassie. —Me desculpa ter te acusado, eu não a protegi e te culpei.

—Você estava certa. É culpa minha. Ela se matou Cassie.

—Não Rue, Nate a matou. –Disse Maddie.

—Como?

—Eles nos encontraram no rio, porém pareciam cabisbaixos. Nate alegou que matou a Lexie, pensou que era uma guia pela roupa azul.

—Vocês vão acreditar nele?

—Ele quer acabar com tudo isso, é a nossa melhor chance.

—Ele matou a Lexie!

—Foi sem querer.

Eu olhei em seus olhos, os olhos do demônio. Completamente frios, sua voz possuía um pouco de remorso, péssima atuação.

—Eu quero sair daqui. Antes era apenas um joguinho, até eu perceber que a minha vida está em risco.

—Tomo os créditos por isso? -Perguntei.

—Você e metade das pessoas daqui. Eu não quero morrer.

Eu ri.

—Sinico.

—Rue, eu estou do lado de vocês, ajudarei à acabar com tudo isso.

—Não sabemos como acabar.

—Meu Pai sabe.

Pisquei lentamente.

—Como? –Perguntei retoricamente.

—Ele projetou a versão mais atual desse projeto.

—Por que não me surpreendo? –Jules se aproximou com os braços cruzados.

—Jules. –Ele sorriu.

—Só não te mato porque não tenho munição.

—Eu achei. –Citou Cassie. —Mas não para isso. Meninas, escutem. Queremos sair daqui e expor tudo o que ocorre para os de fora.

—Você não acha que já pensaram nisso em versões anteriores?

—Mas eles não me tinham.

—Você não é a Capitã Marvel, Nate, todo mundo odeia você, é fraco e burro.

—Eu sei a planta desse lugar. Como acha que ainda sobrevivemos?

Ele apontou pros dois amigos dele, os quais estavam sentandos se esquentando na fogueira.

—Como sabemos que podemos confiar em você?

—Eu já disse que quero viver.

—Você é muito privilegiado, o Jogo não vai te eliminar. –Eu o olhei. —Por que está aqui? Você não encaixa em nada nas minorias.

—Meu Pai me quer morto Rue. Satisfeita?

—Muito. –Disse Jules.

Eu a olhei, um sorriso estampou em seus olhos.

—Podemos fazer um acordo?

Olhei para as meninas, elas assentiram, perdemos muito, não podemos perder mais alguma coisa, temos que ser cautelosas.

—Eu lhes darei munição e alimento. E, vocês, dividirão as barracas conosco.

Depois de muitos olhares, Cassie decidiu:

—Fechado. Porém, um terá que dormir aqui fora, as barracas são muito pequenas.

—Um? -Disse um de seus capangas.

—Ainda temos a minha barraca. –Disse Maddie.

—Quero dividir a barraca com a Jules.

—Não, eu ainda divido com a Rue.

Eu a olhei. Ela evitou me olhar de volta. Ouch.

—Amanhã começamos, certo?

—Sim.



Rule My Life - Rules [REESCREVENDO)Where stories live. Discover now