2. Olá, Jungkook!

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      Pouco mais de um ano depois, Jungkook estava na casa que Hoseok lhe indicou. Foi um árduo caminho de Busan até a costa do país. Como um bom soldado que era, ele caçava animais para sobreviver, buscava e cortava madeira para a lareira da casa e de tempos em tempos ia nas cidades vizinhas "pegar emprestado" roupas e outras coisas.

      A casa não era muito grande, composta por sala, cozinha, dois banheiros e dois quartos, já ao redor tinha um pequeno jardim que Jungkook não fazia muita questão de cuidar. Tudo tinha um toque rústico entre as cores marrom e vinho, do piso aos móveis e cortinas, os aparelhos elétricos funcionavam por meio de um pequeno gerador, mas quase não eram usados. Era uma vida tranquila para se viver aparentemente, mas Jungkook era constantemente assombrado pelo que passou, a cada dia mais desde que saiu daquele lugar, a segunda consciência, que agora ele chamava de o lobo, já era constante e seus instintos se tornaram parte de seus dias.

     Sua visão, olfato e audição agora eram totalmente desenvolvidas, sua força era incrível e ele arriscaria dizer que estava mais alto e másculo do que quando estava no exército. Tudo isso não era exatamente um presente para ele, na realidade, Jungkook passou a cada vez mais a desgostar daquelas características e o que elas representavam para si, o que seria do mundo se o Governo colocasse as mãos em seu DNA?. E a parte mais difícil talvez estivesse em lidar com o seu lobo, ele tinha uma linha de raciocínio animalesca, lhe fazia ouvir com atenção, sentir o cheiro das suas presas.

     O mais assustador foi quando no meio do ano, Jungkook acordou no meio da noite completamente suado e ofegante, com seus corpo tenso e seu membro rígido em sua boxer, em sua mente os pensamentos voavam entre paixonites do passado e qualquer toque minimamente sexual que ele lembra de ter tido. Jeon riu de sua desgraça, é claro que um lobo teria um cio, mais do que nunca ele se sentiu uma aberração, querendo rir da cara dos cientistas por não preverem algo assim. Pelo menos era o que ele pensava enquanto aliviava a si próprio precariamente por três dias.

     Sobre Hoseok e Yoongi, eles as vezes ligavam para o telefone da casa e os três usavam codinomes, eles perguntavam como estava Jungkook e lhe atualizavam das novidades no país, o exército havia deixado de ir a público procurar o jovem, mas haviam especulações de que um novo projeto havia se iniciado pouco depois do fracasso do anterior. Eles esperavam que não fosse verdade, mas se mantinham visitando periodicamente os arredores do Instituto. 

      Atualmente, Jungkook se encontrava com os cabelos um pouco longos, o corpo continuava escultural e ele se distraía entre um livro e outro nos horários que não estava caçando ou pegando madeira, os livros ele trocava na biblioteca da cidade vizinha de tempos em tempos.

     Acabou virando um de seus hobbies, fez amizade com Taehyung, o bibliotecário que tinha sempre muitas histórias para contar apesar de ter vivido a vida toda na cidadezinha. Jungkook não podia reclamar do seu estilo de vida, pois preferia aquilo a ser uma arma em uma guerra. Ele não sabe como teve tanta sorte.

     Numa tardinha tranquila de outono, ele lia um livro na poltrona da sala perto da janela, a sala escura lhe transmitia paz, contrastando com o seu Homero em mãos. Sem qualquer aviso ele teve um sobressalto, mas não era de si que vinha, seu lobo estava agitado, quase agoniado. Isso lhe fazia se sentir um pouco inerte, mas um cheiro diferente leve lhe acalmou ao menos um pouco, apesar de parecer distante. Sua audição permitia ouvir passos em direção dali, ele sabia que aquilo poderia significar perigo, apesar do seu lobo indicar apenas uma ansiedade.

    Sem pensar mais ele guardou o livro e foi rapidamente buscar uma faca grande na cozinha, não que ele precisasse de muito mais que as mãos para deter uma ameaça, mas era com certeza um ponto para intimidar qualquer um que fosse. Ele esperou perto da porta a sombra de outra pessoa aparecer, o cheiro parecia mais forte, agora ele podia identificar que era doce a ponto de poder quase sentir o gosto em sua boca, nada que ele tivesse sentido antes, mas ainda assim parecia fraco. 

      Após alguns minutos sem nada acontecer, a pessoa do outro lado bateu na porta, parecendo incerta se deveria. Sem respostas. Voltou a bater com um pouco mais de força e determinação. Nada ainda. Então Jungkook ouviu um pigarreado.

- Você está aí? Hoseok me mandou até aqui. - perguntou inseguro. Logo Jungkook se apressou em ir atender finalmente, afinal aquela voz masculina, angelical se ele pudesse classificar assim, citou Hoseok. Ele segurou a maçaneta e girou a chave, destrancando a fechadura e deu uma longo suspiro antes de abrir a porta. O cheiro e a aparência do jovem a sua frente lhe atingiram em cheio, Jungkook achou que poderia ter morrido, pois viu um anjo a sua frente.

- Olá Jungkook, eu me chamo Park Jimin.

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