Capítulo 11

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— Ops — Valentina coloca as mãos nos olhos - Parece que a noite foi bem agitada...
— Ri

— Bom dia para você também, Valentina — respondo —  O que está fazendo aqui?

— Tem um celular tocando na sala de estar, creio que seja o da Lily.

— Amor, acorda. Seu celular está tocando.

— Merda, que horas são?! — Ela levanta da cama rapidamente procurando alguma coisa.

— 6:50.

— Tenho que abrir a lanchonete as 6:30! Vou descer para o chuveiro e ir direto para lá.

— Aceita uma carona?

— Mas, você não tem carro, e seu trabalho começa apenas as 8:00 horas.

— Tudo bem se eu pegar o carro emprestado, Vale? — Ela acena com a cabeça dizendo que sim. — Já desço.

Lily vai para o chuveiro enquanto organizo o quarto. Valentina arqueia as sobrancelhas com um tom sugestivo, e diz:

— Então, parece que a noite foi boa... Como foi?

— Está tão óbvio assim? — inclino a cabeça — Uma das melhores noites da minha vida, nem se compara com nenhuma das mulheres que havia dormido anteriormente.

— É, dá para perceber. Essa mulher te deixou "louquinha" de amor! Espero que dessa vez dure.

— Obrigada, mas agora tenho que ir trabalhar.

Pego as chaves e desço para o estacionamento, o trânsito está vazio. Deixo Lily no seu trabalho e sigo em direção ao consultório.

— Senhorita Catalina, chegou um pouco mais cedo hoje... Está muito gostosa nessa roupa. Belas curvas.

Fico desconfortável e então me afasto.

— Bom dia para o senhor também.

— Sr. Robert, você está sendo acusado de assédio, e resolve cantar sua funcionária? Ela não está confortável com essa situação.
— Segurança leva o Sr. Robert. — Moça, ele não irá lhe incomodar nunca mais. Nem você, nem nenhuma outra mulher.

Se ele for preso, o que será do meu emprego? Isso aconteceu muito rápido, ainda estou sem reação. Estou feliz que aquele "velho pervertido" nunca mais vai me assediar. Nem eu e, nenhuma outra.

Vou fazer uma surpresa para Lily passando na lanchonete.

— Obrigada pela carona hoje cedo, não tive tempo de agradecer.

— Não precisa. Aliás, você fica muito linda nesse uniforme.

— Eu fico linda de qualquer maneira. Estou errada?

— Não, não está errada. O Robert, meu chefe, foi preso.

— Preso? Ele fez alguma coisa?

— Bom, além de assediar suas funcionárias... Acho que nada. — sorrio ironicamente.

— Ei, isso é sério! Por que nunca me contou antes?

— Na verdade, eu não sei.

— Quantas vezes eu terei que dizer isso? Você não está sozinha. Já sei como resolver isso.

— Sabe?

— Minha prima é advogada de defesa. E, para ser sincera, ela é muito boa no que faz. Posso pedir para ela entrar no caso e garantir a prisão desse cretino.

— É, você sabe exatamente como me derreter. Você é incrível, sabia? Sinto orgulho de namorar a pessoa mais especial desse mundo.

— É, eu sei disso. Se lembra da comemoração de hoje a noite?

— Que comemoração?

— A do teatro.

— Poxa, tinha esquecido totalmente. Posso fazer uma pergunta?

— Pois não?

— Sei que ainda é muito cedo, mas planeja me mostrar para seus pais?

— Eu queria, mas... É uma história complicada... —  sua boca se fechou

— Quando sentir-se confortável para contar. Te vejo às 21:00.

À noite chega. Nunca fui muito próxima do pessoal do teatro. Sou novata nesse mundo da atuação e meus desastres que acontecem eventualmente, tiram o sorriso de todos.

— Lembra da vez que ela derrubou o esfregão? — alguém fala

— E tem como esquecer? — respondo

— Meus parabéns pela atuação. Tem certeza que é sua primeira vez atuando? —Nancy coloca suas mãos em volta do meu pescoço.

— Obrigada pela oportunidade, serei eternamente grata.

— Se me der licença, irei cumprimentar o pessoal da iluminação. — Nancy se retira

— Disponha.

Lily chega. Seu sorriso é capaz de iluminar esse meu mundo escuro. Ela está usando um vestido vermelho decotado, e eu não consigo me controlar.

— Você está linda. Muito linda mesmo.

— Já é a segunda vez que me elogia só hoje.— seu sorriso escorregou

— Uma mulher como você deve ser lembrada todos os dias o quão bonita é.

— Essa mulher bonita anseia muito por um beijo seu... — Ela mordeu o lábio inferior

— Eu poderia recusar essa bela mulher? Nem ferrando.

Encosto meus lábios nos dela. Por alguns instantes interrompo o beijo que mal havia começado.

— Por que parou? Estou com mau hálito?

— Seu hálito tem gosto de menta. Na última vez que nos beijamos nesse teatro, fui atingida por um maníaco.

— Garanto que dessa nada vai acontecer, a não ser...

— O que?

— Digamos que eu fiquei um pouco excitada...

— Aqui não, venha comigo.

Vamos para o quarto de iluminação. Coloco Lily na mesa, derrubando tudo que havia ali. Seus beijos quentes me deixam arrepiada. O clima estava ficando quente e estávamos ficando cada vez mais excitadas.

Fomos interrompidas por alguém que abre a porta.

— Sério Catalina? Arrume um motel! — a produtora técnica exclama com seus olhos entreabertos.

Saímos da sala e voltamos como se nada tivesse acontecido.

— Um drink? —  Ela pergunta

—  Não, hoje não.

— Vou falar com pessoal, já volto.

Há alguns dias tenho percebido sua estranheza quando menciono seus pais. Minha intuição diz que eles possam ser separados ou preconceituosos. Talvez seja muito cedo, não tenho tanto contato com meus pais, então posso considerar Valentina como a membro mais importante da família.

— Voltei, amor.

— Não estou me sentindo muito bem...

— Quer que eu a leve para casa?

— Não precisa. Aproveite a festa, eu pego um táxi.

— Tem certeza?

— Sim.

Chamei um táxi e nos despedimos. Fiquei realmente com uma pulga atrás da orelha sobre o passado de Lily.

autora: olha a música de Angel in Sight ali

Angel in Sight Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon