Capítulo 16

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Estou com medo de dar meu depoimento, eu nunca fiz isso antes, e se me sentir nervosa? Tento não pensar muito nisso por enquanto.

Tem alguns dias que não encontro Valentina. Quer dizer, moramos na mesma casa, porém não estou vendo ela com tanta frequência como antes. Ela tem chegado um pouco mais tarde em casa. Já se passaram das 03h20m da madrugada e estou preocupada com ela.

Não consigo dormir, eu tento relaxar, mas esse julgamento e Valentina estão me deixando nervosa!

De costas para a mesa da cozinha, vejo uma sombra. Desvio meu olhar para direita onde fica os suplementos alimentares de Val e sinto um toque tanto familiar em meus cabelos.

— Valentina?

— Em carne e osso. — Val revira seus olhos — Pode pegar algo para beber na geladeira?

— Por que tem chegado tarde todas as noites? Eu mal vejo você.  — abro a geladeira e entrego uma garrafinha de refrigerante para Val.

— Eu não acho que te devo satisfação.

— Como não, Valentina? Até onde eu sei vivemos nesse apartamento juntas. Desembucha! — altero minha voz

— Eu estou saindo com alguém...

— E não comentou nada com a sua melhor amiga... Isso explica por que tem chegado tarde esses dias.

— É, exatamente isso. 

— Vale.... — olho nos seus olhos — Se cuida, não quero ser tia agora.

— Idiota — Ela bate no meu ombro esquerdo — Ele é tão fofo e educado...

— Imagino, para fazer você se apaixonar, deve ser um 'príncipe encantado' — faço aspas com os dedos.

— Sem tirar sarro com a minha cara ou não te apresento para ele.

Certo, 'princesa'.

Eu e Valentina estamos felizes e comprometidas ao mesmo tempo, seria esse um 'milagre de verão'? Haha, provável que isso não exista.

Recebi uma proposta interessante: fazer um especial de 'Meu Querido Anjo'. Eu e Lily estamos muito ansiosas devido ao sucesso da peça anterior. Iremos nos encontrar para conversar um pouco sobre, ela não está muito confiante que isso dê certo.

— É apenas um especial, por que esse pensamento repentino de que não vai dar certo? — pergunto.

— Tenho medo do palco, você sabe que tento ao máximo ser reservada e impercetível entre as pessoas.

— Essa peça foi a melhor coisa que me aconteceu. Se não fosse ela, não estaríamos aqui neste momento. — pego suas mãos e as entrelaço nas minhas — Tudo vai ocorrer devidamente bem, é só acreditar.

— Acho que você tem razão, pode confirmar a nossa participação.

— Já confirmei, sabia que você mudaria de ideia.

— Você deveria se chamar sonsa, não Catalina. — Ela ri

Agora que Lily confirmou sua presença, preciso comunicar a Nancy. Enquanto ligo, Val me chama.

— Cat, tem alguém na porta chamando por você. — sua voz alta ecoa sobre toda a casa.

— Um momento.

Confirmo com Nancy e desço para atender a porta.

— Boa tarde, quem seria você? — pergunto ao ver um homem bem vestido parado na porta.

— Estou aqui para buscá-la em nome da Senhora Verônica.

— Mas hoje é o meu dia de folga. Sinto muito, mas não posso acompanhar o senhor, minha namorada está aqui.

— Não se preocupe comigo, Cat, estou indo trabalhar. — Lily diz sorrindo.

— Se permitir — O rapaz curva se sobre mim — Por aqui.

É uma limusine, não sabia que o Robert tinha tanta grana assim.

— Senhorita, é ótimo revêla novamente, desculpe pelo incômodo. — Verônica sorri — Preciso que me acompanhe até minha sala.

O que será que me espera por lá? Tomara que não seja uma _bela de uma demissão!_

— Aqui está ela. Vou me retirar para deixá-los mais confortáveis. — Verônica diz fechando a porta.

— Estou aqui para pegar seu depoimento, sou o chefe do departamento de Polícia.

— Eu não tenho muito a falar sobre ele... — me curvo com olhar para baixo.

— Olha, Senhorita... — interrompe sua fala como se esperasse a minha continuação.

— Catalina.

— Catalina, você não é a primeira e nem a última vítima dele. Sinta-se à vontade para falar.

— Apenas quero vê-lo preso por muito tempo. Tudo começou...

Passei algumas horas dando meu depoimento. Achei que seria difícil, mas acabou sendo tranquilo.

•••

— Obrigada por sua participação. Tenha uma boa noite. — damos as mãos.

Pedi um táxi pelo celular e voltei para casa. Lily estava me esperando na porta.

— Valentina, você colocou o lixo pra... Lily? Tá fazendo o que aqui?

— Quanta animação em me ver. — Ela força um sorriso — Saí do trabalho e queria ver como você estava.

— Eu estou bem, obrigada.

— Isso é ótimo, como foi o depoimento?

— Não foi tão assustador como esperava, você está bem?

— Acho que sim, estou ansiosa para amanhã. 

— Eu também estou muito nervosa, confie em mim quando digo que tudo vai dar certo.

— Só queria ver esse rostinho lindo antes dormir. — Ela fala enquanto toca em meu rosto — Preciso ir.

— Agora? Você poderia ficar aqui com sua namorada super fofa e carinhosa — faço beicinho

— Ei, isso é trapaça, sabe que não resisto à você. — Ela fica emburrada — Mas realmente não posso ficar, tenho que ensaiar algumas cenas e recomendo que você também. — Lily me abraça. 

— Não vai me dar nenhum beijinho?

— Sabia que estava esquecendo de algo.

Ela me saudou roubando um beijo de mim, e cara, que mulher cheirosa! Socorro!

— Dessa vez é verdade, boa noite Catalina.

— Boa noite.

Te olho e tudo que vejo é desmedidamente  lindo.

Angel in Sight Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora