Capítulo 14

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Acordei e desci para tomar café, acabei nem olhando como Verônica estava. Espero que ela não tenha assaltado a gente ou assassinado Valentina enquanto estávamos dormindo. - risos

— Uma mulher que se identificou como Lily passou aqui mais cedo perguntando por você... — Verônica diz com uma xícara de café na mão.

— Ah, Lily...

—  Ela é a sua irmã? Parece ser bem mais jovem.

— Namorada.

— Certo. Aceita um café? Está ali em cima na cafeteira. —  afirmo com a cabeça e pego um café

— Ahhhhhh....

— Valentina? Aconteceu algo? — pergunto

— Hoje vou passar o dia inteirinho no trabalho. —  Ela suspira — Fecha tudo pra mim, tudo bem? Ah, bom dia moça.

— Fecho sim, Val. — vou ao banheiro tomar banho, mas antes pergunto como Verônica passou a noite.

— Dormiu bem, Senhora?

— Dispenso formalidades. Não vou mentir, a muito tempo não tinha uma noite de sono como essa.

— Fico contente. — coloco a xícara na pia —  Pode abrir o consultório para mim? Preciso fazer uma coisa antes.

— Sim, não se atrase.

— Certo.

Levo minhas roupas para o banheiro e me visto lá mesmo.  Vou caminhando até a lanchonete.

— Gostaria de saber se a Lily está aqui... —  pergunto no caixa, mas logo interrompi  minha fala quando avisto ela limpando uma das mesas.

— Oi, bom dia, esteve na minha casa mais cedo?

— Sim, eu estive. E parece que outra mulher também...

— Esqueci de apresentá-las? Ela é a Verônica, filha do Robert.

— Por que ela estava mais cedo na sua casa?

— Ela pediu para passar uma noite lá.

— E por que pediu?

— Isso é um interrogatório? Estou sentindo que minha namorada não confia em mim...

— Não, desculpe. Apenas achei estranho e repentino, primeiro passou o dia todo com ela no trabalho e depois dormiu na sua casa? O que está acontecendo, Catalina?

— Lily, ela apenas pediu para passar a noite, simplesmente pelo fato de ser nova na cidade e não ter nenhum lugar para ficar. Vai embora hoje mesmo, eu prometo.

— Desculpa amor pela falta de confiança, fico tranquila.

— Agora tenho que voltar.

Cheguei no consultório e ela já estava na entrada, me esperando.

— Está atrasada Senhorita!

— Me desculpe, Senhora!

— Dessa vez irei deixar passar. Quero que me recomende hotéis para passar minhas noites, não planejo ficar muito tempo aqui.

— Tenho recomendações de alguns hotéis no balcão. — pego e entrego alguns papéis para ela .

—  Estou esperando alguém. Quando chegar mande imediatamente para minha sala.

— Não se preocupe com isso.

Já estava me esquecendo de tirar o celular do silencioso. Caí no sono e cochilei ali mesmo. Meu sono é interrompido por um rapaz alto que procura por Verônica.

— Com licença — Ele pede —  Com licença! — Pede novamente ao perceber que não o escutava.

— Desculpe. O que deseja? — levantei rápido logo deixando minha visão turva.

— Gostaria de falar com Verônica.

— Vou levá-lo até sua sala. — guio ele até a sala de Verônica 

— Com lincenca, uma pessoa quer vê-la.

— Pode mandar entrar.

— Verônica Roberts?

— Pois não? — sua face é de desapontamento —  Quero que fique, Catalina.

—  Sim, Senhora.

— Não esperava ver você novamente, não é nada pessoal. — Ela diz.

— Infelizmente foi preciso. O tribunal quer seu depoimento sobre o caso do seu pai. —  Ele diz colocando sua maleta na mesa e retirando alguns papéis.

— O Robert — Ela aumenta seu tom de voz — Foi um filho da puta desta vez, deixou seus rastros. Meu depoimento é algo totalmente confidencial.

— Posso sair se quiser.... — digo

—  Você fica. — faz gesto com as mãos insinuando que não é para sair. — Você sabe muito bem como era minha relação com ele. E Catalina... Soube que você também foi vítima daquele canalha.

— Sim.

— E quero ele preso desta vez. — Ele fala socando a parede.

— Se acalme, por favor! Aqui é o meu novo ambiente de trabalho e não tolero desordem! — Ela diz

— Preciso do seu depoimento por escrito, Catalina.

— Tudo bem.

— Agora você pode se retirar.

— Com licença.

Meu horário acabou e se me atrasar Lily pode ficar chateada. Mas preciso saber o porquê do depoimento de Verônica. Espero ela sair.

— Espero não vê-lo nunca mais. — se despede

— Por que ele quer seu depoimento?

— Você não foi a única vítima dele, também fui.

— Você? A própria filha?! — estou em choque.

— É, ele sempre foi um babaca. Se me permite vou para casa, quer dizer, hotel. Feche tudo, obrigada. — afirmo com a cabeça — Boa noite.

— Boa noite.

Se ele foi capaz de fazer isso com a própria filha, quem dirá com outro alguém. As vezes, pessoas ruins são quem menos esperamos.


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